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Critica a lei de say e demanda efetiva

Por:   •  13/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.111 Palavras (9 Páginas)  •  1.761 Visualizações

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CRÍTICA À LEY DE SAY E O PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA

        Esse estudo tem como objetivo debater dois dos cruciais paradigmas que permaneceram na economia no decorrer de séculos, são eles: a) a Lei de Say, b) O Princípio da Demanda Efetiva, escrito por John Maynard Keynes. Sendo assim, será explicada a formulação da Lei de Say, a crítica Keynesiana, bem como a teoria de Keynes que contrapôs a Lei de Say, sendo esta, o princípio da Demanda Efetiva.

        

1) Introdução

A importância da Lei de Say se dá principalmente por ser a base de sustentação da teoria dos pensadores clássicos, neoclássicos e novos clássicos. Porém, a teoria também tem importância para uma outra escola de pensamento classificada como heterodoxa, pois, a partir da crítica feita por Keynes, foi fundamentada a teoria do “Princípio da Demanda Efetiva’’.

Schumpeter afirma que “A Lei de Say não é trivial e nem sem importância para não merecer comentários críticos. Quaisquer que sejam as consequências teóricas para todo o sistema da teoria econômica que possa derivar disto, elas não justificam a rejeição pura e simples desta teoria ou a recusa em reconhecer que a mesma tem seu valor como um passo primitivo na análise”.

A crítica escrita por Keynes foi de tamanha importância a ponto de separar o pensamento econômico entre ortodoxos e heterodoxos. Sendo assim, fica clara a importância da Lei de Say para o debate econômico, ela foi o objeto da crítica que gerou a contribuição para a construção de novos paradigmas.

2. Lei de Say

        A Lei de Say supõe que a oferta cria sua própria demanda de mesma magnitude, sendo que a demanda não é classificada como um limite para a produção, nesse caso, a oferta passa a ser o fator limitante para a troca de mercadorias. Importante frisar, que a troca de mercadorias é feita com moeda de caráter neutro, ou seja, na fundamentação da teoria, o autor classifica a moeda como neutra, em outras palavras, a moeda não influência variáveis reais, como produto, emprego e inflação. Tendo ela um caráter neutro, sua função se equivale a da mercadoria quando usada como meio de troca.

        Segundo Say, toda oferta gera uma demanda de mesma magnitude. Sendo assim, todos os bens produzidos numa economia deveriam ser vendidos, teoricamente não deveria haver crise de superprodução nessa economia, mas não é o que acontece. No curto prazo, é possível, que haja uma crise de superprodução, porém, ela não acontece de forma generalizada, e logo é estabelecida a igualdade.

        Outra característica da Lei de Say será criticada mais para a frente por Keynes. Essa característica é a não distinção entre poupança e investimento. Segundo o autor, a única classe que pode poupar são os capitalistas, sendo que, essa poupança dos capitalistas é transformada em investimento. O autor não considera que os trabalhadores tenham capacidade para poupar, já que recebem um salário cujo valor corresponde ao trabalho socialmente necessário para lhe garantir a subsistência.

        Em decorrência do parágrafo caput, se tudo que é poupado é investido, toda a poupança vira na realidade, investimento, o que resulta em uma maior acumulação capital.        E se a poupança é quem determina o investimento, a renda é quem determina o gasto.

         

3. A crítica de Keynes a Lei de Say

        Em sua obra, A Teoria Geral, Keynes argumenta que no mundo real, as decisões de investimento não costumam ser tomadas num clima de incerteza. Em decorrência disso, se a moeda for tratada como uma reserva de valor de alta liquidez, o clima de incerteza pode acarretar em uma retenção de moeda por parte dos investidores. Com isso, o agente pode esperar momentos mais oportunos para converter o seu capital de alta liquidez em um de menor liquidez com alta expectativa de retornos financeiros.

        Keynes afirma que a fundamentação neoclássica, só teria validade, caso não existisse demanda especulativa por moeda. Porém, essa incerteza é presente no dia a dia da economia capitalista, e consequentemente, os investidores tentam se proteger a ela. E para reduzir essa incerteza na economia, é que Keynes defende uma gestão monetária eficaz e sistemas financeiros regulados, segundo o autor, essas políticas, podem trazer estabilidade para a economia do sistema capitalista.

                A crítica de Keynes à Lei de Say refutou de maneira muito convincente a hipótese neoclássica sobre o comportamental de poupadores, consumidores e investidores. Basicamente, Keynes demonstrou que a demanda agregada somente será automaticamente regulada de modo a não divergir da oferta agregada se a demanda especulativa pela moeda for inexistente.

Parte da crítica Keynesiana a lei de Say, é executada pela diferença entre o fluxo circular proposto por ambas as partes. Para Say, tudo que é ofertado é demandado, pelo motivo que um produtor produzia seu produto com intuito de conseguir os produtos que não conseguia produzir, porém necessitava. Em um mercado de escambo, a moeda como meio de troca reduziria os custos de transação, de forma em que seria muito mais prático o comércio. Portanto a produção de uma mercadoria, geraria a demanda por outra mercadoria, pois a primeira seria trocada por moeda, e a moeda trocada por um produto que o novo portador dela necessita.

Entretanto, Keynes, ao analisar a economia em que vivia no século XX, denominando-a de economia monetária de produção, introduziu novos aspectos a esta economia, a diferenciando da economia de Say, nos sentidos dos papeis da moeda dentro de um fluxo circular diferenciado, incerteza no futuro como pretexto para retenção de moeda, e ainda o aumento da riqueza proporcionado pela poupança.

O fato da moeda ter um novo papel dentro do fluxo circular, a reserva de valor de alta liquidez, faz com que a população possa ter a opção de guardar moeda para um gasto futuro, rompendo com o fluxo circular de Say, em que toda moeda auferida era gasta para comprar outros produtos.

A mesma característica da moeda como reserva de valor, fez com que a população mediante a incerteza do futuro, retivesse moeda como forma de segurança, uma vez que a liquidez é a principal defesa da população mediante a incerteza ou crise, rompendo mais uma vez com a relação de Say entre tudo que é ofertado é demandado, pois após a venda de um produto, o portador da moeda pode reter a moeda para preservar sua riqueza ou se proteger contra incertezas do futuro.

Outra característica fundamental das novas atribuições que o portador de moeda pode fazer para utilizá-la de forma alternativa a não comprar produtos, é a aplicação em ativos financeiros, buscando o aumento e preservação da riqueza. Em uma economia monetária de produção, o setor financeiro exerce um papel importante, fornecendo ativos que quando aplicados, podem gerar um aumento de riqueza, rompendo novamente com o fluxo circular clássico, pois possibilita novas opções para quem tem moeda em sua posse.

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