Declaração do Estado da Virgínia
Tese: Declaração do Estado da Virgínia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fabianapablosara • 3/9/2014 • Tese • 2.585 Palavras (11 Páginas) • 187 Visualizações
Observando a Declaração do Estado da Virgínia (EUA) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (França), são identificadas várias semelhanças entre as mesmas. Ambas têm como princípio básico o direito a igualdade, liberdade, segurança e propriedade. Prescrevem normas para impedir que o governo se torne tirânico ao seu povo, para isso salvaguardam o direito do povo se rebelar contra a tirania. Estabelecem as leis como meio de garantir que a sociedade ficará coesa, tendo normas e regras a serem seguidas para determinar o que é bom ou mau para o povo, mas garantindo que todos são inocentes até que se prove o contrário e para isso a pessoa tem direito a defesa e a um julgamento justo, e penas de acordo com o delito.
Para garantir estes direitos de igualdade, liberdade e um governo em benefício do povo, ambas garantem a liberdade de expressão, a livre manifestação de idéias, uma imprensa livre.
Apesar de todas as semelhanças elas são distintas entre si, e esta diferença só pode ser entendida quando observamos pela ótica de Émile Durkheim. Durkheim conclui que o que une os indivíduos em sociedades é a solidariedade social, sem a qual não é possível se viver em sociedade. Ele as divide em dois tipos: mecânica e orgânica. Ele apresenta também dois tipos de consciência que vão formar esta solidariedade social: a consciência coletiva e a individual.
A consciência individual está ligada a nossa personalidade, nossa característica. Já a consciência coletiva não é apenas a união de consciências individuais, visto que somos diferentes em personalidade, mas sim no que nos torna iguais em nossa essência: nossos valores, ela diz respeito aos valores de um grupo, pelos sentimentos comuns, do que é tido como certo ou errado, que é transmitido pela vida social, e de certa forma exerce uma pressão aos homens no momento de tomada de suas escolhas.
De posse desta teoria de Durkheim, observando a Declaração do Estado da Virgínia (EUA), entende-se que ela foi redigida por uma sociedade de solidariedade mecânica, onde o indivíduo está ligado à sociedade, e que seu comportamento é considerado pela consciência coletiva, prevalece o desejo em benefício da coletividade para uma maior harmonia social, este sentimento é a base do sentimento nacionalista americano.
Observando a Declaração Universal dos Direitos Humanos (França), onde em sua essência esta o princípio de liberdade, igualdade e fraternidade, e seguindo a teoria de Durkheim, podemos dizer que esta declaração foi redigida com o sentimento de uma solidariedade orgânica, onde o individuo é mais importante que a sociedade, mas ele assume funções específicas dentro desta sociedade. Os indivíduos se unem não por imperativos de costumes e leis ou por serem iguais, pelo contrário, se unem mesmo sendo diferentes: empregados, empregadores, governantes, pobres, ricos; porque todos se vêem interdependentes dentro da esfera social. Aqui a consciência coletiva tem seu poder reduzido, mas as condições de sociabilidade se desenvolvem com o desenvolvimento das personalidades.
Apesar das diferenças, podemos afirmar que ambas declarações colocam regras gerais, leis de direitos e sanções, com a função de proporcionar uma coesão social.
A Revolução Americana (1775-1783) e a Francesa (1789-1799) possuem muitas semelhanças. Ambas foram motivadas pelo desejo de criar uma constituição que proclamasse direitos humanos inalienáveis e começaram devido a impostos injustos. Números comparáveis de pessoas que morreram nas duas revoluções: 25.000 americanos, 19.740 ingleses e 7.554 alemães durante a Revolução Americana e até 40.000 durante a Francesa. Apesar disso, também existem muitas diferenças!
Sobre a identificação e independência a França era uma nação bem estabelecida muito antes da revolução. Não enfrentava nenhum perigo externo importante no final dos anos 1780. Já a revolução Americana foi uma luta pela independência de outra nação e pela criação de uma identidade. Na França, o motivo essencial da revolução foi a transformação da estratificação da sociedade pois o "terceiro estado" via o clero e os nobres como parasitas sociais.
Referente as atitudes em relação à monarquia, os americanos não eram antimonarquistas inicialmente, eles consideravam que seus direitos como colônia inglesa estavam sendo desrespeitados e suas principais queixas eram contra o parlamento inglês. Na França, a revolução foi praticamente contra o monarca e seus poderes. Revolucionários viam o monarca como um traidor e agiam de forma agressiva contra a família real. Isso os levou a acusar o monarca de conspirar contra o povo francês, o que levou à execução da família real.
A estratificação social ou seja a igualdade social não era a preocupação principal da revolução Americana. A escravidão foi abolida mas isso não influenciou drasticamente a estratificação social da sociedade americana. Na França, a estrutura social era formada por três classes tradicionais: clero, nobreza e os demais. A revolução transformou todos eles. O fim dos privilégios baseados na origem social era o principal objetivo da revolução Francesa.
Quanto a Revolução e religião os patriotas americanos não pretendiam romper com a Igreja inglesa, mas a revolução Americana não era movida pelo objetivo religioso. A revolução Francesa era, e atingiu a maioria de seus objetivos, ela eliminou os privilégios do clero. Monastérios e igrejas foram fechados, os monges e freiras foram encorajados a voltarem para a vida privada, invlusive muitos padres foram mortos. O Culto à Razão surgiu durante a revolução como parte do plano francês de "descristianizar" o país. Ele valorizava o iluminismo e o racionalismo acima da crença em uma divindade.
E seus valores e lemas revolucionários; John Locke formulou três valores básicos que foram adotados pelos patriotas americanos: vida, liberdade e propriedade. Eles lutaram pela ideia de que governantes precisavam proteger esses valores. A revolução Francesa defendia três valores também: liberdade, igualdade e fraternidade, ou morte. A última parte foi adotada durante o período do terror em 1793-1794. Assim, o valor comum defendido por ambas as revoluções foi a busca pela liberdade.
A Revolução Francesa ocorreu em 1789 e a Revolução Americana aconteceu no ano de 1776, ambas foram revoluções liberais democráticas, mas se diferem pelas razões que levaram às revoltas e por suas declarações; de um lado a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e do outro a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América.
A Revolução Francesa foi marcada pela Assembléia
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