Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais
Por: Letícia Lopes • 1/12/2016 • Relatório de pesquisa • 3.640 Palavras (15 Páginas) • 294 Visualizações
Curso: MBA Gestão de Negócios e Controladoria / MBA Gestão de Negócios e Finanças (Pamplona - Turma 02)
Disciplina: Economia
Tema: Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais
OBJETIVOS
O objetivo do trabalho é o exercício da elaboração e avaliação de cenários econômicos, utilizando os conceitos de macroeconomia desenvolvidos no curso e sua aplicação na realidade prática das empresas.
Observando as condições atuais da economia e verificando perspectivas de indicadores econômicos para os próximos anos, temos as principais variáveis em 2025, após os grandes eventos para os quais o Brasil foi escolhido, como sede da Copa em 2014 e das Olimpíadas em 2016. Foram criados três cenários diferentes para o Brasil em 2025: um cenário otimista, um cenário de incertezas permanentes e um cenário de crise e ruptura.
CENÁRIO ATUAL BRASILEIRO
A atual situação econômica do Brasil, de acordo com os principais jornais e veículos de comunicação, é de "estagnação". O Brasil vem passando por diversas notícias e escândalos políticos, como as investigações da “Lava Jato”, entre outras, além do atual governo do país estar respondendo um processo de Impeachment.
Os brasileiros estão passando por um momento de incertezas, onde o ano de 2016 é marcado por eleições municipais e manifestações ao redor do país, podendo haver uma possível eleição presidencial. Os motivos que levam a situação econômica do Brasil a recessão são muitos e decorrem de anos anteriores. Podemos citar como um dos principais problemas a falta da reforma tributária, e principalmente o adiamento da reforma na previdência, e a falta de investimento em infraestrutura. O déficit primário também é preocupante, pois o governo gasta mais do que arrecada.
Podemos dizer que ao longo da história do Brasil a maior dificuldade do país é a aplicação de reformas e com a mudança de governo para o atual Presidente Michel Temer, espera-se que seja colocado em prática um novo plano de governo, onde se tenha um maior controle dos gastos públicos e um equilíbrio da economia atual. Na data de 25/05/2016 o governo votou uma Meta Fiscal, onde o Brasil poderá encerrar o ano com um déficit de 170.500 bilhões de reais. As dívidas dos Estados serão renegociadas e o presidente irá publicar medidas para controle dos gastos do Governo.
Em relação ao investimento em infraestrutura, o país teve queda na classificação do Investments Grade (Grau de Investimento no País) o que faz com que o investidor tenha menor confiança na capacidade de pagamento do país. Com essa reclassificação, existe a piora nos investimentos estrangeiros e dos grandes empresários, que optam por investimentos mais confiáveis e consequentemente prejudicam a situação de crescimento e desenvolvimento do país, aumentando o nível de desemprego que de acordo com o IBGE fechou o primeiro trimestre de 2016 em 9,5% da população.
Mas não é só o Brasil que passa por um momento de incertezas. Com relação a economia global, o mundo hoje passa por um processo de recessão, oriunda da crise de 2008. Muitos países estão economizando estrategicamente, pois o endividamento mundial subiu. Ou seja, como a China estava em acelerado crescimento e produzindo em grande escala, a mesma aqueceu o mercado
mundial. Entretanto, o crescimento da China está desacelerando, e os países emergentes, como o Brasil, sofrem efeito no preço de suas commodities. Podemos citar até mesmo países que estão com juros negativos, como o Japão e a Suécia. Outro fator que influenciará na economia Mundial, são as eleições presidenciais nos Estados Unidos, onde Democratas e Republicanos estão competindo para governar a maior potência do mundo e com a troca de governo espera-se o aumento ou não da taxa de juros nos Estados Unidos.
Na macroeconomia enfrentamos uma alta inflação que já está em torno de 9,28% a.a. podendo ser observada no gráfico 1.1, quando a meta inflacionária é de 4,5% a.a. Um dos métodos de conter a inflação é elevando a taxa de juros que atualmente está em 14,25% a.a. (sem viés de aumento de acordo com reunião do COPOM de 27/04/16) conforme o gráfico 1.2. Essa taxa é considerada umas das taxas mais altas se comparadas com as de outros países.
A Petrobras, maior estatal do Brasil, responsável por alavancar boa parte dos investimentos externos, contribuir de forma considerável para o crescimento do PIB brasileiro e além de ser umas das grandes fontes de renda do governo, está com um rombo de bilhões de reais devido a escândalos, desvios de verba, lavagem de dinheiro, propina e corrupção. Com isso a estatal está sem credibilidade no cenário mundial.
Considerando que o PIB é a soma de bens e serviços realizados em território nacional e levando em conta os índices de desemprego, taxa de juros e inflação, o FMI estima que o PIB do Brasil em 2016 será de aproximadamente -3,5% como pode ser observado no gráfico 1.4.
O câmbio é uma variável que determina o custo de importação e exportação e o saldo final destas transações. Hoje, no Brasil utiliza-se de uma política de câmbio flutuante. De acordo com Mises (2011): “O que vai determinar o câmbio brasileiro no longo prazo é a inflação monetária praticada pelos bancos centrais mundiais. Isso significa que, por exemplo, se houver uma redução do poder de compra do real em relação ao dólar — porque o Banco Central brasileiro está inflacionando mais que o Fed —, o dólar ficará mais caro em termos de reais exatamente nessa mesma proporção, independentemente da maneira como os preços da economia irão se alterar durante esse processo de depreciação (a inflação de preços sempre se dá de maneira desigual e não neutra; os preços dos bens e serviços de alguns setores se alteram mais rapidamente e com maior intensidade do que os de outros setores)”.
Baseado nesses fatores econômicos, podemos descrever o cenário otimista, o de incertezas permanentes e o pessimista conforme segue nos próximos tópicos abordados.
Histórico de Metas para a Inflação no Brasil | |||
Ano | Meta (%) | Banda (p.p.)* | Inflação Efetiva |
2005 | 4,5 | 2,5 | 5,69 |
2006 | 4,5 | 2 | 3,14 |
2007 | 4,5 | 2 | 4,46 |
2008 | 4,5 | 2 | 5,9 |
2009 | 4,5 | 2 | 4,31 |
2010 | 4,5 | 2 | 5,91 |
2011 | 4,5 | 2 | 6,5 |
2012 | 4,5 | 2 | 5,84 |
2013 | 4,5 | 2 | 5,91 |
2014 | 4,5 | 2 | 6,41 |
2015 | 4,5 | 2 | 10,67 |
2016 | 4,5 | 2 | 9,28 |
2017** | 4,5 | 1,5 | |
Gráfico 1.1: Histórico de metas para inflação do Brasil | |||
Fonte: Meta divulgada pelo Banco central do Brasil (BACEN) para 2017 | |||
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