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Econômica que privilegiavam a expectativa

Ensaio: Econômica que privilegiavam a expectativa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/4/2013  •  Ensaio  •  6.178 Palavras (25 Páginas)  •  507 Visualizações

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2

econômica que privilegiavam a expectativa e os interesses dos agentes externos em

detrimento das condições internas.

Trata

-

se de um tema bastante estudado, devidamente apreendido pelos tra

balhos

de Maria da Conceição

TAVARES

(1993), Paulo

NOGUEIRA BATISTA

(1996), Luciano

COUTINHO

(1995), Luís Gonzaga

BELLUZZO

(1997), Wilson

CANO

(1993; 2000), e

Laura

TAVARES

(1995), apenas para destacar alguns deles, e que conta com dados

atualizados da CEP

AL e de organizações independentes como

SOBEET

Sociedade

Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica.

2

Portanto, é dispensável um detalhamento maior.

Neste contexto, a CEPAL, que historicamente apresentava uma tradição

d

e

defesa da produção local dos países da América Latina, emblematizada na concepção da

especificidade da industrialização periférica como processo de alteração dos termos de

troca e das inserções internacionais das economias da região, passou a aceitar a i

déia da

primazia do mercado na definição dos desenvolvimentos regionais, concedendo ao

ideário liberal uma razão de fundo.

Nossa tese, a ser apresentada neste artigo, é que esta inflexão de rumos foi mais

profunda do que comumente se reconhece, significan

do um afastamento de concepções

que estiveram presentes nos anos 50 e 60. Pretendemos mostrar que os trabalhos do

principal teórico desta nova fase

Fernando Faynzylber

e sobretudo os documentos

oficiais por ele organizados afastam

-

se da tradição da Esc

ola Cepalina.

O artigo está organizado em seções. Na primeira delas, mostramos as diferenças

de enfoque e concepção dos documentos oficiais da CEPAL dos anos 90,

particularmente de um deles, que teve significado histórico maior, em comparação com

os que vi

nham sendo produzidos até o final dos anos 1980. Na segunda seção,

discutimos o caráter e as implicações desta mudança de concepção, mostrando que se

trata de uma aceitação da primazia da política macroeconômica sobre as políticas de

desenvolvimento. Final

mente, na terceira seção, mostramos que esta inflexão pode ser

2

Esta última, sediada em São Paulo, vem publicando

livros, sob a organização de Antônio

Corrêa de

LACERDA ((org.) 2000, Desnacionalização

Mitos, Riscos e Desafios. São Paulo:

Contexto)

, com capítulos relevantes sobre este tema e que podem ser considerados como formulações

identificadas com os autores ci

tados.

3

apreendida pela comparação dos trabalhos de Fajnzylber e Prebisch. Além disto, há uma

breve conclusão, com síntese dos argumentos e apontamentos ao debate.

1. A inflexão do pensamento da CEPAL

nos anos 90

Em março de 1990, a CEPAL deu publicidade a um estudo intitulado

“Transformação Produtiva com Equidade: a Tarefa Prioritária do Desenvolvimento da

América Latina e do Caribe nos anos 90”

3

, coordenado por Fernando Fajnzylber. Trata

-

se de um docu

mento singular para a Agência, pelo seu foco parcial em questões

macroeconômicas, embora em grande parte genérico nas suas proposições de políticas.

O ponto de partida é a constatação do retrocesso experimentado pela grande maioria dos

países em estudo, no

âmbito econômico e social, em comparação aos sucessos de

períodos anteriores, sobretudo do pós

-

guerra até a primeira crise do petróleo.

A base empírica utilizada nesta constatação não deixa margem a dúvidas: o

produto real percapita no final de 1989 retr

ocedeu ao registrado 13 anos antes, e até

mais

...

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