Explicação entre o processo inflacionário e os níveis de preços na perspectiva monetária

A origem da inflação brasileira se deu a partir dos anos 60 no momento em que o governo descobriu que a emissão de moeda, (produzir moeda ou pintar dinheiro) poderia cobrir os seus os déficits adquiridos através empréstimos e financiamentos para fazer políticas expansionistas, como a construção de Brasília por exemplo, essa produção monetária, combinada com a alta concentração de renda, fez com que os tecnocratas do governo pensassem que o fenômeno da alta dos preços ou seja a inflação era problema de demanda e desencadeassem diversas políticas equivocadas, como as políticas de perdas salariais e de direitos trabalhistas, já que a inflação era artificialmente corrigida com aumentos salariais mensais, ou seja, os preços aumentavam e os salários se ajustavam para corrigir artificialmente esses aumentos fazendo os preços subirem ainda mais criando assim uma bola de neve.

“O fenômeno inflacionário tem sido visto, ao longo do tempo e por um grande número de analistas com visão mais ortodoxa, como uma mera decorrência de excesso de demanda ou de pressão salarial, ou então como fruto de aumento dos meios de pagamento associado ao descontrole sobre as finanças públicas.” (Dércio Munhoz, 1997, p 66.)

Os consumidores sabendo acertadamente que os preços aumentariam a qualquer momento, corriam para os supermercados a fim de adquirir mercadorias com preços mais baixos, fazendo com que as mercadorias acabassem rapidamente nas prateleiras, os tecnocratas acreditavam que era isso a causa da inflação fazendo-os pensar que o problema era da demanda e decidiram implementar políticas de perdas salariais e penalização da classe trabalhadora, como a época estava no período militar os trabalhadores foram duramente reprimidos a exemplo de fechamento de sindicatos que representariam a classe trabalhadora e os seus direitos violentamente suprimidos.

Com a população desprotegida com perdas salariais e os preços altos os tecnocratas e o governo decidiram mais uma vez equivocadamente congelar os preços dos produtos a fim de conter a inflação, com isso o governo acabou indiretamente criando um mercado paralelo, onde os comerciantes criavam uma falsa falta de demanda, deixando acabar os seus estoques de mercadorias, vendendo a um preço mais alto no mercado paralelo, esse problema com a inflação poderia ser facilmente resolvido se o governo resolvesse investir nos pequenos agricultores para suprir a demanda interna em prol dos grandes agricultores, estes recebiam volumosos investimentos para a produção da exportação aumentando ainda mais a “especulação” em cima de produtos que a população mais pobre consumia, contribuindo para a manutenção do aumento da inflação.

Mas tudo que essas políticas conseguiam fazer era o aumento da concentração de renda, como a classe mais pobre não tinha como se proteger dos aumentos, a moeda só fazia trocar de mãos, saindo automaticamente da classe trabalhadora para a classe empresarial, essa protegida das altas dos preços, simplesmente transferia o aumento de preços para a sua mercadoria.

Já no âmbito financeiro o Brasil financiava as suas obras com o dinheiro que tinha em excesso na economia, o governo retirava esse dinheiro de circulação através de empréstimos as instituições bancárias esses empréstimos eram papéis que o governo oferecia aos bancos com uma promessa de pagamento futuro acrescido com