História da Contabilidade

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Vamos começar o nosso estudo sobre a história da contabilidade com a sua evolução no mundo através dos tempos. Os primeiros relatos históricos sobre a Contabilidade têm sua origem em Uruk, uma antiga cidade da Mesopotâmia, através de instrumentos encontrados estimados entre 8000 a 3000 anos a.C.

Desde os primórdios, o homem demonstrava sua real necessidade, mesmo que primária, de controle de bens e produções (criações e agricultura). Os primeiros sinais encontrados em sítios arqueológicos de Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã, deram-se pelas fichas de barro, que eram objetos de diferentes formas, utilizados nas contagens dos itens mencionados.

Temos também diversos relatos bíblicos que ao desta época que evidenciam controles contábeis e nos ajudam a entender ainda mais a história da profissão contábil.

Há aproximadamente 2000 anos A.C., em Gênesis (30, 32), o texto dá a idéia de inventário, de riqueza, portanto controle patrimonial e também sobre a parte trabalhista, quando cita a expressão salário: “Hoje vou passar por todo o seu rebanho a fim de separar para mim todos os carneirinhos pretos e todos os cabritos malhados e com manchas. É só isso que eu quero como salário”.

Há aproximadamente 1000 anos A.C. em II Crônicas (9, 22), temos o relato que a riqueza de Salomão era maior do que a de todos os outros reis, para essa afirmação foi necessário a mensuração do patrimônio de vários reis: “O rei Salomão era mais rico [...] do que qualquer outro rei”.

Como a idade antiga termina no século V, faz parte desta época os relatos de Jesus de aproximadamente 2000 anos atrás tratando de alguns assuntos contábeis: preço de venda de passarinhos; inventário de cabelo; planejamento e orçamento.

Veja os textos:

“Por acaso não é verdade que cinco passarinhos são vendidos por algumas moedinhas? [...] Até os fios de cabelos de vocês estão todos contados” (LUCAS 12, 7).

“Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá” (LUCAS 14, 28).

Agora que você já conhece as origens podemos avançar um pouco mais vendo a história na idade média, período que vai do século V até o século XV. No fim da idade média, no ano de 1453 houve a decadência do império romano, não havia mais o comércio desenvolvido, por isso a razão dos controles contábeis deixou de ser relevante, houve então um período de estagnação contábil.

O período considerado como contabilidade moderna tem seu início no século XV com a escola contista, tendo como principal personagem Frei Luca Pacioli, o mesmo que escreveu pela primeira vez o método das partidas dobradas em 1494.

Continuando neste enfoque histórico da contabilidade, consideramos o período após a estagnação do pensamento contábil que começou em 1789 até os dias atuais como contabilidade Contemporânea.

A Contabilidade no Brasil

Vimos, inicialmente, a história geral da contabilidade. Vamos agora ver alguns fatos que marcaram a história contábil no Brasil.

Em 1808 veio para o Brasil a família real, Dom João VI obrigou a adoção do método das partidas dobradas pelos contadores. O alvará publicado dizia o seguinte:

Para que o método de escrituração e fórmulas de contabilidade de minha Real Fazenda não fique arbitrário à maneira de pensar de cada um dos contadores gerais, que sou servido criar para o referido Erário: ordeno que a escrituração seja mercantil por partidas dobradas, por ser a única seguida por nações civilizadas, assim pela sua brevidade para o manejo de grandes somas, como por ser mais clara e a que menos lugar dá a erros e subterfúgios, onde se esconde a malícia e a fraude dos prevaricadores.

Entre os anos 1830 e 1840, o contador Alves Branco organiza a contabilidade pública com base no método das partidas dobradas. Percebe-se uma contabilidade incipiente no Brasil, principalmente no setor público;

Em 1850, surge o Código Comercial Brasileiro, que passou a obrigar que todo comerciante fizesse a escrituração e a manutenção de determinados livros;

Em 1863, surge o Instituto Comercial do Rio de Janeiro, criado em 1856, passa a oferecer a disciplina Escrituração Mercantil, a fim de preparar os comerciantes para a prática do registro contábil;

Em 1890, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro passa a oferecer a disciplina de Direito Administrativo e Contabilidade. Essa tendência de associar a Contabilidade ao Direito durou bastante tempo;

Em 1902, surge a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, como Escola Prática de Comércio, a primeira escola de Contabilidade no Brasil;

Em 1931, o Decreto nº 20.158 institui o Curso Técnico de Contabilidade com duração de dois anos para formar Guarda-Livros e de três anos para formar Peritos Contadores);

Em 1945, foi criado o Curso de Ciências Contábeis e Atuariais pelo Decreto Lei nº 7.988;

Em 1946, foi criado o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade pelo Decreto nº 9.295;

2004 – Instituem-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Contábeis.

Vemos no Brasil duas influências preponderantes na contabilidade:

A primeira fase com evidência da intervenção da legislação no desenvolvimento de procedimentos contábeis e a influência das Escolas Italianas de pensamento contábil, fase em que se destacaram dois dos principais estudiosos contábeis brasileiros, Francisco D’Auria e Frederico Herrmann Junior, ambos influenciados pela Escola Patrimonialista, onde o objeto da ciência da contabilidade era o patrimônio e suas mutações.

A segunda fase se inicia em 1964 com a adoção do método didático norte-americano. Essa fase foi liderada pelo professor José da Costa Boucinhas, desse período até os dias atuais, vários estudiosos contribuíram de forma relevante ao desenvolvimento da Contabilidade no Brasil.

Título: As escolas do pensamento contábil.

Vamos viajar no tempo e visitar algumas escolas importantes para fundamentar os estudos da contabilidade, a nossa viagem vai começar em 1494 na Itália. Preparado? Libere o cinto do conhecimento e vamos partir!

Escola Contista

A Escola Contista foi o alicerce, inaugurando