Interfaces da economia com outras áreas do conhecimento social
Relatório de pesquisa: Interfaces da economia com outras áreas do conhecimento social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: LuccasSouuza • 19/9/2014 • Relatório de pesquisa • 9.455 Palavras (38 Páginas) • 779 Visualizações
“A atividade econômica se define a partir da interação de complexas variáveis. Dadas as limitações do espaço geográfico e dos meios naturais, ela é influenciável por fatores antropológico-culturais, pelo ordenamento político, pelo progresso tecnológico e pelo imprevisível comportamento dos diferentes grupos sociais de que se constituem as nações.....”
Denise Flouzat
O estudo dos aspectos econômicos da vida faz parte de uma das mais abrangentes categorias do conhecimento humano, as ciências sociais (ciência humana ou do comportamento).
Normalmente, a economia foca sua atenção nas condições da prosperidade material, na acumulação da riqueza e em sua distribuição aos que participam do esforço social de produção.
“Os problemas econômicos não têm contornos bem delineados. Eles se estendem perceptivelmente pela política, pela sociologia e pela ética, assim como há questões políticas, sociológicas ou éticas que são envolvidas ou mesmo decorrentes de posturas econômicas. Não será exagero dizer que a resposta final às questões cruciais da economia encontra-se em algum outro campo.....”
Kenneth Boulding
Segundo esta concepção mais abrangente, os conflitos relacionados aos processos de produção, de acumulação da riqueza, de repartição, de difusão do bem-estar e da plena realização do bem- comum não se limitam às soluções encontradas na área econômica. Também não se encontram, isoladamente, em quaisquer outros ramos das ciências sociais.
Em síntese, pode-se inferir que as interfaces da economia com as outras áreas do conhecimento social decorrem de que as relações humanas e os problemas nelas implícitos ou delas decorrentes não são facilmente separáveis.
O conceito de Economia
A complexa teia das relações sociais e a multiplicidade dos fatores condicionantes da atividade econômica dificultam, de certa forma, a formulação de uma definição abrangente para economia. Além disso, como já destacamos, a economia é fortemente influenciada por diferentes concepções político-ideológicas, algumas até conflitantes entre si.
Por isso , cada corrente de pensamento econômico enxerga a realidade sob ângulos diferenciados, e daí elaboram suas concepções, estabelecendo seus conceitos e formatando seus modelos. Como se trata de uma ciência dinâmica, tanto suas instituições como suas concepções político-ideológicas se alteram com o passar do tempo. Torna-se geralmente maior a complexidade do processo econômico. Surgem novas preocupações. E evolui, decorrentemente, o conceito de economia.
“A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos”
Lionel Robbins
No quadro abaixo poderemos observar 3 abordagens distintas sobre o conceito de economia.
NEOCLÁSSICA A PERSPECTIVA SOCIALISTA A SISTEMATIZAÇÃO DE ROBBINS
A economia é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos ordinários da vida.
As necessidades humanas são determinadas pelo estágio cultural da sociedade A sociedade tem objetivos múltiplos, ilimitados, mas meios limitados. A conduta econômica consiste em escolher entre fins possíveis e meios escassos para alcança-los.
Focaliza, principalmente, a condução do homem no trato com questões que interferem em sua riqueza e bem-estar.
Para satisfazer a um padrão de necessidades, o homem se dedica a um ato social: a produção. A economia é um ramo que estuda as formas do comportamento humano que resultam da relação entre necessidades ilimitadas e recursos escassos.
O fim último de que cuida a economia consiste em descobrir como as virtudes humanas e a concorrência podem conduzir ao bem-estar social.
O estudo das leis sociais que regulam a produção e a distribuição resume o campo de que se ocupa a economia. Meios escassos, fins alternativos, escolha e alocação são os elementos a partir dos quais se define o campo de que se ocupa a economia.
Argumentos Positivos X Argumentos Normativos
Uma das mais importantes diferenciações entre economia positiva e economia normativa é atribuída a John Neville Keynes, filósofo e renomado economista político do final do século XIX.
Essa diferenciação fundamental é muito importante para a construção científica. Para Lipsey, “a capacidade de separar os juízos normativos dos positivos deve ser vista como uma das principais razões do progresso da economia e também de outros ramos do conhecimento humano”.
A economia positiva trata a realidade como ela é. A economia normativa considera mudanças nessa mesma realidade, propondo como ela deve ser.
Ex: “ a afirmação que a cisão do átomo é impossível, é uma proposição positiva, que pode ser confirmada ou refutada (como foi) pela ciência. Já a afirmação: os cientistas não devem provocar esta cisão é uma proposição normativa, que implica juízos éticos dependentes da posição político-filosófica de quem a formulou, e por isso mesmo, não pode ser definitivamente refutada ou confirmada, uma vez que depende de juízos de valor, pessoais e subjetivos.
A economia descritiva e a teoria econômica situam-se no campo da economia positiva. Já a política econômica é, preponderantemente, normativa.
ECONOMIA POSITIVA ECONOMIA NORMATIVA
Fatos econômicos;
Observação sistematizada do mundo real;
Economia descritiva (teoria econômica, princípios, leis, modelos econômicos);
Análise econômica
Proposições de política econômica
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