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Investimento Industrial induzido pela expansão da economia agrícola-exportadora

Por:   •  21/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.323 Palavras (6 Páginas)  •  387 Visualizações

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Investimento Industrial induzido pela expansão da economia agrícola-exportadora

         No final do século XIX e começo do século XX a economia brasileira era agrícola, voltada para exportação e dependente do desempenho deste último. Tinha o café como produto mais dinâmico, o que inclusive, possibilitou indiretamente o processo de industrialização do Brasil.

         Neste período o desenvolvimento da indústria de transformação brasileira pode ser entendido como parte do processo de acumulação de capital resultante da expansão da economia de exportação dos produtos base e atividades ligadas a mesma.

         Alguns fatores determinaram esse desenvolvimento, como: a demanda por produtos manufaturados, que eram necessários para ensacar produtos agrícolas; nos processos da própria agricultura, que precisavam de implementos simples e maquinaria; e nos efeitos gerais da ampliação do mercado, causados pelo crescimento da renda, que demandou produtos finos: chapéus, sapatos, roupas, cerveja e outras bebidas, etc. A grande oferta de mão-de-obra barata livre e estrangeira. A disponibilidade de matéria prima básica, foi fator determinante do desenvolvimento da indústria têxtil de algodão, por exemplo, porém, a maioria das industrias na época usavam e eram dependentes de matérias primas importadas, e essa foi obtida sem maiores dificuldades somente até o período anterior à Primeira Guerra Mundial. A força motriz, era usado no período energia a vapor, porem a transição para energia de origem hidrelétrica se demonstrou de extrema importância durante a Primeira Guerra, quando o carvão importado se tornou escasso e muito caro, também modernizou industrias. A proteção e assistência governamental que era baixa e por isso as indústrias que se desenvolveram foram as que processavam matérias primas locais. As mudanças ocorridas na política econômica e acontecimentos internacionais como: políticas monetárias expansionistas contribuíram para os picos no investimento industrial em 1889-1891, e ocorreram contrações em consequência da crise econômica internacional de 1908-1909, após a recessão de 1907 nos EUA e durante a Primeira Guerra Mundial. A fonte de capital mais importante foi o capital mercantil (incluindo os investimentos feitos por imigrantes) e em menor escala, o reinvestimento de lucros, particularmente na industrial têxtil.

         As principais indústrias estabelecidas foram: Têxtil (algodão, juta e lã), chapéus, calçados, moagem de trigo, produção e refino de açúcar, produção de cerveja, fósforo e industrias metalmecânicas. Sendo a Têxtil a mais importante até o ano de 1939 que em 1907 empregava 34,2% dos trabalhadores na industria de transformação e tinha 40,2% do total da força motriz instalada e 40,4% do total do capital investido. A presença de uma materia-prima importante: o algodão, a demanda crescente por: vestuário, sacaria para café, açúcar, cereais, etc, a mão-de-obra barata, embora não treinada, e, finalmente, a produçao interna de têxteis protegida da concorrência extrangeira, foram fatores que favoreceram o desenvolemento da industria têxtil.

         De acordo com o primeiro levantamento geral da atividade industrial no Brasil (efetuado em 1907, por uma organização privada, o Centro Industrial do Brasil, a pedido do governo federal) a produção nacional atendia grande parte do consumo de produtos manufaturados de uso corrente no País. A produção doméstica dos tecidos de algodão, por exemplo, já respondia por cerca de dois terços do consumo interno. 

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         A produção de tecidos de algodão começou no Brasil no século XVIII através da utilização de processos manuais, porém as proibições da coroa desencorajaram a instalação de indústrias de transformação no país até 1844 quando foram instituídas medidas protecionistas, a Lei Alves Branco, que estipulava taxas de importação de 20% para importação de produtos que não tivesse um similar nacional e para 60% para aqueles que possuíssem similar nacional. Em 1874 as importações de matéria prima bem como as de maquinaria para as indústrias de transformação foram isentadas das tarifas de importação. Mas a redução nos preços de importação decorrentes dos melhoramentos técnicos na Europa, desvalorização do mil-réis e a fraqueza da economia escravocrata fizeram com que os investimentos na indústria têxtil de algodão fossem moderados até a metade da década de 1880.

         No Nordeste a Bahia foi o principal produtor têxtil com algum incentivo governamental. O capital provém da atividade mercantil e há evidencias que o fim tráfico negreiro possibilitou a migração do capital confinado nessa atividade para o setor industrial e também parece ter sido comum na Bahia a associação de casas de comercio e indústrias têxteis. Em Minas Gerais o desenvolvimento só ocorreria no período entre o final da década de 1860 a 1880, antes 1885 havia 13 fabricas instaladas todas de pequeno porte. Básicos. As indústrias eram descentralizadas e produziam principalmente sacaria para o mercado interno. Não há evidencia concretas sobre a natureza do capital investido na indústria, porem pode se assegurar que o café exerceu um importante papel, bem como o capital mercantil.

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