FREEMAN, C. & SOETE, L. (2008-1974) A Economia Da Inovação Industrial, Coleção Clássicos Da Inovação, Editora Unicamp. Introdução, P. 17-58.

Os autores iniciam a introdução com citações de Adam Smith, Karl Marx e Paul Samuelson, os quais falam sobre a relação entre a economia e a tecnologia, que é mais profundamente abordada nos parágrafos seguintes. Eles ressaltam a importância – seja positiva ou negativa - das inovações, especialmente para economistas. Ao destacar que são essenciais não apenas para crescimento econômico, mas também ambiental e social, entende-se que os autores são favoráveis às inovações, ainda que reconheçam que alguns sejam contrários.

Apesar de frisar o quão importante são as inovações para os economistas, os autores fazem uma ressalva, dizendo que esses por muito tempo não se interessaram diretamente por elas. Para eles, a principal causa se dá pelo enfoque total no crescimento econômico, desconsiderando fatores externos, os quais eram considerando menos relevantes.

Eles então finalizam o primeiro tópico da introdução fazendo uma análise dos empregos relacionados a tecnologia e inovações, no presente e no futuro, usando como apoio um gráfico do modelo de Bernal. Nesse, há uma clara indicação do aumento que já acontece e tende a ser ainda incisivo do percentual de empregos relacionados a produção de informações e conhecimento – como as Ciências e Engenharias – quando comparado com outros empregos.

Os autores passam a falar, então, sobre o Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o qual consideram essencial, ainda que represente uma pequena porcentagem de força de trabalho. Destacam a importância do empreendedor na indústria de P&D. Além disso, apresentam uma tabela que informa os insumos e produtos dessa indústria.

É também ressaltada a diferença entre invenção e inovação, de acordo com Schumpeter. A primeira é apenas uma ideia – patenteada ou não – que não necessariamente deixa o campo teórico, enquanto a segunda tem uma utilidade prática, tratando-se de uma invenção que passou do campo das ideias para o campo prático, ou seja, o mercado.

É dado, então, destaque à profissionalização da P&D industrial. Eles afirmam que isso ocorre devido ao crescimento tanto da dimensão científica quanto da complexidade da tecnologia, além de uma divisão de trabalho cada vez mais especializada que, segundo os autores, tem benefícios, mas também traz sérios problemas sociais.

Ao mesmo tempo, os autores sugerem que essa especialização não deve ser tão intensa, com o argumento de que muitas vezes não é o departamento de P&D o responsável por essas melhores técnicas, podendo ser desde departamentos intermediários até inventores individuais. Ainda assim, eles mostram através de gráficos e de uma tabela que a expansão do das atividades em P&D aconteceu de forma intensa a partida da década de 1960, e de forma mais desacelerada – em alguns lugares até com declínio – nas últimas décadas.

Os autores trazem diversos questionamentos dos economistas quanto a como deve-se estruturar o sistema P&D para que haja uma maior eficiência e então acrescentam um questionamento próprio, “os principais objetivos da ciência e da tecnologia são os modos mais desejáveis de usar estes recursos?” (Freeman & Soete, 2008-1974, p.35) fazendo uma reflexão sobre o assunto nos parágrafos seguintes. Eles se mostram contrário a extremos, e indicam que deve haver certa influência do governo para manter como prioridade da ciência e tecnologia o âmbito social.

É feita, então, uma reflexão acerca do conceito de tecnologia. Em uma primeira definição, tecnologia