MUITO ALÉM DO QUE SER DONA DE CASA
Por: FernandaSch • 14/8/2021 • Resenha • 2.144 Palavras (9 Páginas) • 122 Visualizações
MUITO ALÉM DO QUE SER DONA DE CASA
Silvana Fernanda Schmitel
1 INTRODUÇÃO
E indiscutível que houve um grande avanço no empoderamento da mulher. No passado a mulher era ensinada a ser uma boa dona de casa, a cuidar dos filhos e do marido, não poderia trabalhar pois naquela época era uma vergonha para a honra do marido.
Mas com o passar do tempo aos poucos as mulheres foram ganhando espaço no mercado de trabalho, assumindo o papel de professoras, mas hoje em dia muitas se tornaram chefes das famílias ocupando o papel do homem. E se tratando de ir conquistando aos poucos o seu espaço:
Sem dúvida, desde há muito tempo, as mulheres das classes trabalhadoras e camponesas exerciam atividades fora do lar, nas fábricas, nas oficinas e nas lavouras. Gradativamente, essas e outras mulheres passaram a ocupar também escritórios, lojas, escolas e hospitais. Suas atividades, no entanto, eram quase sempre (como são ainda hoje, em boa parte) rigidamente controladas e dirigidas por homens e geralmente representadas como secundárias, "de apoio", de assessoria ou auxílio, muitas vezes ligadas à assistência, ao cuidado ou à educação. (LOURO; 2003, p.17).
O presente artigo irá abordar um pouco sobre a trajetória da mulher se tornando a administradora do lar, e irá apresentar dados a nível Brasil, Paraná e Catuquiriguaçu, buscando assim analisar o quão as mulheres estão se tornando chefes das famílias.
2 REVISÃO TEÓRICA
O referencial teórico do presente artigo buscará deixar explícito o termo família para alguns autores e logo após a trará um pouco do histórico da mulher e sua trajetória na sociedade capitalista.
É importante entendermos os conceitos sobre família. Muitos tentam definir esse conceito, mas ainda não existe somente uma definição para tal, há definições no meio da sociologia, religião e até mesmo no âmbito da psicologia.
Desde o período romano o conceito de família é tratado, Noronha e Parron (2012) nos trazem que:
A família romana era formada por um conjunto de pessoas e coisas que estavam submetidas a um chefe: o pater familias. Esta sociedade primitiva era conhecida como a família patriarcal que reunia todos os seus membros em função do culto religioso, para fins políticos e econômicos (NORONHA, PARRON,2012, p 3).
Para Borsa, Feil (apud ROUDINESCO 2003), podendo ser considerada duplamente universal, uma vez associado a um fato de cultura, onde foi construído pela sociedade, assim se tornando um fato da natureza se tornando escrito nas leis da reprodução biológica.
Borsa, Feil (apud OSÓRIO, 2002, p.15) “nos trazem o autor que faz estudos sobre famílias, para conceituar tal opta por um meio operatório modo de ir mais a fundo no seus estudos, ou seja, nas camadas que o conceito família veem sendo tratado aos decorrer dos anos.
Onde a família se torna uma unidade grupal desenvolvendo três tipos de relações, sendo proposta por Lévi-Strauss – aliança (casal), filiação (pais/filhos) e consanguinidade (irmãos)”.
Segundo Costa, Androsio (2010) (apud DIAS, 1997) foi a partir do século XIX com a Revolução Industrial onde ocorreram mudanças na sociedade. Com o avanço tecnológico, a família, infelizmente, sofreu algumas alterações no seu dia a dia, onde a mulher deixou o papel de cuidadora e passou a trabalhar fora junto ao homem, assim as responsabilidades com os filhos em algumas famílias foram divididas, ou ainda como em alguns casos toda a responsabilidade com os filhos ainda e da mãe sendo a mesma trabalhando com jornadas duplas.
Nos últimos anos o papel da mulher na família vem sendo repensado e reelaborado. Muitos fatores influenciaram essa mudança, como a inserção da mulher no mercado de trabalho, as conquistas advindas da luta do movimento feminista, a maior participação sócio-política da mulher, dentre outros. Porém, essas mudanças trouxeram grande impacto sobre o papel da mulher na família (COSTA, ANDROSIO, 2010)
De acordo com cada época a visão de família deve ser analisada. O destino da mulher era a ser mãe, dona de casa algumas se tornando exemplos para a sociedade em que circulavam.
Ao decorrer do desenvolvimento social, há registros de discriminação entre homem-mulher sendo a principal na educação, onde as mulheres começaram a buscar seu espaço. Pois os homens sempre eram os donos da razão, sabiam de tudo e as mulheres meramente destinadas a serem donas de casa (RODRIGUES; p.4. 2017).
O patriarcado masculino já está inserido no sistema social há alguns anos, sendo o ator fundamental da organização social, exercendo autoridade sobre as mulheres, os filhos e os bens materiais. Tendo influência sobre a maioria dos aspectos da civilização moderna.
A sociedade passa a abordar mais sobre o tema gêneros, com os movimentos feministas. O sexo feminino passa a ser visto com outro olhar, a mulher passa ser tratada com mais respeito, mas, no meio em que elas estão inseridas é bem difícil pensar em respeito, dignidade, liberdade e igualdade.
Em todos os cargos que elas assumem, nas mais diferentes profissões, a relatos de descriminações, tanto no salário quanto no trabalho por elas exercidos.
Essas mudanças que ocorreram gradativamente estimularam a um desencadeamento para a emancipação feminina, sendo atingida também dentro do círculo familiar, onde as mulheres conquistaram uma autonomia financeira, e desde 1960 vem caindo a taxa de fecundidade (ANDRADE; 2018, p.86).
3 METODOLOGIA
O método de pesquisa utilizado será o descritivo, onde foram usadas técnicas de coleta de dados, de forma qualitativa e quantitativa. Sendo uma pesquisa bibliográfica, utilizando de fontes escritas como revistas, livros, relatórios, artigos e sites que abordam o tema.
Os dados utilizados para análise são de origem secundária coletados do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados utilizados para análise são do período de 2000 a 2010.
Após a apresentação dos dados será realizado uma análise do indicador sendo a mesma buscando soluções para melhorar o índice.
4 ANÁLISE DE DADOS
A entrada das mulheres no mercado de trabalho foi facilitada pelo contexto em que se encontrava alguns países nos anos de 1970. Com o aumento no número de divórcios, isso fez com que algumas mulheres assumissem integralmente a responsabilidade com a família e com os filhos.
O Brasil passou por grandes transformações sociais no século XX, isso possibilitou a diversificação e uma maior pluralidade dos arranjos familiares, em um claro processo de despatriarcalização. Ocorreu um aumento quantitativo e também qualitativo no montante de mulheres chefes de famílias no Brasil nos primeiros 15 anos do século XXI.
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