Matriz Análise de Oferta e Demanda e o Seu Impacto nos Negócios
Por: Vinicius Naegele Lopes • 26/7/2021 • Trabalho acadêmico • 2.387 Palavras (10 Páginas) • 1.554 Visualizações
[pic 1][pic 2]
Atividade individual
Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios | |
Disciplina: Economia | Módulo: 04 |
Aluno: Thaynara Mariani Machado | Turma:01 |
Tarefa: Atividade individual | |
INTRODUÇÃO Apresente o setor econômico escolhido e fala sobre o seu trabalho em linhas gerais. | |
Não e preciso muito além de andar pelas ruas para perceber o número de bares e restaurantes que fecharam durante a pandemia em que vivemos, segundo Ministério da Saúde divulgou no dia 15 de Setembro de 2020 no diário oficial, esse setor foi o sétimo mais afetado no país ,ao mesmo tempo observamos novas opções surgindo nos aplicativos de entrega todos os dias e pessoas mudando hábitos devido as novas condições de trabalho, desemprego, entre muitos outros fatores. Esse trabalho visa analisar macroeconomicamente os índices do país que influenciaram nesse declínio tão grande desse setor e analisar também microeconomicamente os fatores que levaram as famílias e indústrias na mudança do perfil de compra e venda e na desregulação da oferta e demanda desse setor. Será apresentada um comparativo entre esses indicadores entre 2019 e 2021 e será apresentado um breve resumo sobre as políticas governamentais adotadas e como elas impactaram esse cenário. Esse trabalho visa concluir quais foram os efeitos da pandemia no setor de bares e restaurante até 2021. | |
CONTEXTO DO SETOR Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores necessários à contextualização. | |
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), antes da pandemia os bares e restaurantes presentes em todo território brasileiro, representavam mais de um milhão de negócios e produziam mais de seis milhões de empregos diretos. Isso representa atualmente 2,7% do PIB nacional. No último levantamento do IBGE em portaria oficial de 2008-2009, já correspondia a mais de31% do gasto geral dos brasileiros com alimentaçao. E isso com grade tendencia de crescimento, representando provavelmente um número ainda maior que o dessa última pesquisa oficial do IBGE. Esses números mostram o quanto esse setor influencia na manutenção e desenvolvimento da economia brasileira. Em 2019 com a pandemia, aumentou o medo da população, que passou a temer pela sua saúde e pelos seus empregos, as restrições de acesso aos estabelecimentos, as novas demandas da população que teve sua rotina e hábitos de consumo alterados e com todos os outros fatores que serão analisados nesse trabalho, esse cenário promissor foi fortemente impactado. Ainda em 2020, Segundo Blower, “Só no Rio de Janeiro 2 mil empresas em um universo de 10 mil fecharam as portas. Em empregos formais, foram perdidos 220 mil vagas de um total de 1 milhão”. Já de acordo com estimativa da Abrasel, dos cerca de 1 milhão de estabelecimentos existentes no país antes da pandemia, 30% fecharam as portas definitivamente. O faturamento dos bares e restaurantes em outubro de 2020 já estava 40% abaixo do que no mesmo período do ano anterior. A maior parte das empresas que mantém funcionamento, estão funcionando com prejuízo e acumulando dívidas com fornecedores e instituições bancárias na esperança de normalizar o faturamento em 2022. | |
ANÁLISE MACROECONÔMICA Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise. | |
A seguir serão apresentados alguns dados macroeconômicos para análise do setor. Desemprego [pic 3] Imagem 1 – Desemprego - Segundo levantamento do IBGE. O desemprego no país saltou de 12,7% no primeiro trimestre de 2019 para 14,7% no mesmo período de 2021. Isso representa o Recorde histórico de 14.8 Milhões de pessoas em busca de realocação no mercado. No setor de bares e restaurantes mais de 1Milhao de pessoas foram demitidas só em 2020, muitas delas devido ao fechamento dos estabelecimentos. Estimasse que em torno de 300 mil estabelecimentos desse setor foram fechados nesse ano. Isso representa cerca de 30% de todos os bares e restaurantes do país. Variação do PIB [pic 4] Imagem 2 – PIB - Segundo levantamento do IBGE. A partir do gráfico vemos que no 2o trimestre de 2020 tivemos uma queda de quase 10 % em relação ao trimestre anterior e de quase 12% em comparação ao 2o trimestre do ano anterior. A taxa acumulada do ano foi de -5,9%, representando mais um recorde para a economia brasileira durante essa Pandemia. Já no 3º trimestre de 2020 vemos uma tendencia de crescimento. Apesar da melhora no PIB, esse valor associado ao último gráfico que mostra o desemprego recorde que vivemos no Brasil, evidencia que o aumento no PIB não representa uma melhora na situação social geral do país, indica que pode ter ocorrido um aumento da desigualdade social e que enquanto uma parte da população já sente a recuperação dos efeitos da pandemia a maior parte da população, principalmente os mais pobres não vivem essa realidade. Esse aumento também pode ser o reflexo do aumento dos preços pago pela população, que indica um aumento no custo de vida, mas não necessariamente uma melhor qualidade de vida. Como o PIB teve uma queda muito brusca , uma melhora pequena também já pode ser interpretada erroneamente como significativa em comparação ao trimestre anterior. IPCA [pic 5] Imagem 3 – IPCA - Segundo levantamento do IBGE Segundo IBGE o aumento no IPCA que representa a Inflação “real” no país aumentou 0,83% por cento no mensal em maio de 2021 e acumulado dos últimos 12 meses de 8,35%, o que se percebe além do grande aumento da inflação é uma diferença enorme entre o valor do IPCA e o IGP-M, que causa uma grande variação no orçamento da população que vive de aluguel. Isso Porque o IGPM registrou a marca de 37,04% - maior taxa registrada. Ou seja, os aluguéis em 2020 foram reajustados há uma taxa muito superior aos salários, pois os salários são reajustados com base na inflação e os aluguéis com base no IGPM. [pic 6] Imagem 4 - Percentual de itens acima do teto da meta da inflação out/2020 (anual) – Livro “Economia Empresarial – PGO”. No gráfico acima também percebemos que o setor de alimentos sofreu um aumento muito maior do que o esperado pela meta de inflação, o que afeta diretamente o custo dos produtos. Um dos motivos dessa inflação pode ser o aumento do dólar. Com essa oscilação cambial, a exportação se torna mais atrativa e acaba gerando escassez de produtos internamente e aumento dos preços para a população. Correlação entre indicadores e ações do governo. Como bem colocado pelo Fabricio Stocker, evidencia no livro “Economia Empresarial – PGO”, “Os indicadores macroeconômicos, estão todos interligados, a redução na taxa de juros, aplicados na perspectiva da oferta e demanda, causa um deslocamento da demanda agregada. Desse modo, à medida que os consumidores têm estímulo para aumentar os seus gastos, ocorre um aumento dos investimentos, o que pode levar a um crescimento da economia e do PIB, mas pode causar um leve aumento da inflação.” Porém no cenário de pandemia que vivemos é muito difícil fazer essa regulação pois, existem muitas outras variáveis , atualmente o governo estava intervindo baixando a taxa Selic que chegou a 2% em Março de 2021, valor mais baixo da história do Brasil, de fato isso incentivou a população a obter empréstimos e retirar seus investimentos mais seguros devido ao baixo retorno e voltarem a consumir, trouxe também investimentos estrangeiros devido à desvalorização do Real e aliado ao auxilio emergencial concedido pelo governo que ,em 2020, concedeu cinco parcelas de R$600 e quatro de R$300 a cerca de 1 terço da população ,isso movimentou a economia e ajudou no retorno lento da mesma. Porém esse cenário se desestabilizou com a retirada do auxílio emergencial, desemprego recorde e alta do dólar, a inflação ficou descontrolada e o governo está aumentando a taxa Selic novamente, que em julho de 2021 já estava em 4,25%. Além disso o governo retornou os auxílios, porém com valores mais baixos em 2021. Dentre as outras medidas adotadas pelo governo para esse setor da economia tentar se manter, podemos citar a postergação de pagamentos de tributos, concessão facilitada de crédito para pequenas e medias empresas, acordos trabalhistas, visando a manutenção dos empregos durante 1 ano para as empresas que utilizarem desse benefício, podendo reduzir a jornada de trabalho e tendo até uma parcela do salário do funcionário paga pelo governo em 2020, entre outras. Essas medidas junto ao auxílio emergencial em 2020 impediram que os impactos na economia fossem ainda maiores e que o PIB caísse ainda mais, dando uma sobrevida ao setor. | |
ANÁLISE MICROECONÔMICA Apresente como o impacto direto na oferta e demanda do setor e a estrutura de mercado a qual pertence são influenciadas pelos mercados interno e internacional. | |
Com a mudança na rotina de trabalho de parte da população aderindo ao home Office e necessidade de medidas de restrição de acesso para evitar contágio do COVID 19, o impacto no setor alimentício já era algo previsto. Além dos fatores macroeconómicos como o desemprego, inflação e lock down alguns fatores macroeconômicos foram responsáveis pela mudança na curva de demanda do consumo das famílias , entre eles podemos citar a redução de salários, o receio de gastar dinheiro pela incerteza do mercado de trabalho, o receio de frequentar lugares fechados pela pandemia, a facilidade em produzir a própria comida para os que estão trabalhando de casa e disposição de pagar menos do que antes pelas refeições, são alguns deles. Além dessas dificuldades enfrentadas pelas empresas do ramo alimentício outras questões como o aumento da concorrência para atender a população foi um fator significativo para o cenário catastrófico desse setor. Entre março e setembro de 2020 segundo a CNN o Brasil registrou aproximadamente 986 mil novos Microempreendedores Individuais (MEI). O aumento foi de mais de 11% comparado com o ano anterior e está relacionado ao desemprego e à redução de salários causados pela pandemia. Com o desemprego em níveis recordes e a necessidade de gerar renda, mais pessoas aderiram a venda de comida, virando microempreendedores individuais, com menos gastos, oportunidade de colocar melhores preços e utilizando das mesmas plataformas para entregar aos clientes, a concorrência se tornou muito mais acirrada. Os restaurantes voltados para as classes A e B que foram os mais afetados e que demorarão mais se recuperar pois essas foram as classes que mais aderiram ao home office, segundo presidente executivo da ABRASEL, Paulo Soulmicci. Ainda de acordo com a Associação Brasileira de Restaurantes, os estabelecimentos com maior facilidade de se adaptarem as novas necessidades de atender a delivery por meio de plataformas também tiveram vantagens, o setor de restaurantes que atua com comida a quilo, ou seja 40 % de todos os restaurantes do país, também fazem parte dos mais impactados pela pandemia. Sendo assim percebemos que muitos fatores macroeconômicos deslocaram a curva da oferta e demanda desse setor e que somente os estabelecimentos com maior capacidade de se adaptar a nova realidade conseguirão se manter. O perfil dos consumidores mudou, o perfil dos empreendimentos esta mudando e o futuro nesse momento é uma incerteza. | |
CONCLUSÃO Apresente uma conclusão justificando a sua análise. | |
O setor de Bares e restaurantes representa cerca de 2.7% do PIB Nacional, ou seja, é um setor que impacta diretamente nos resultados econômicos, em 2019 ele vinha numa crescente de resultados e projeções de faturamento, porém foi severamente impactado pela pandemia do COVID-19. Resumindo a análise dos indicadores macroeconômicos que afetaram esse setor, percebemos que houve um aumento recorde no desemprego, chegando a 14.8 Milhões de pessoas. No setor dos bares e restaurantes o número de demissões somente em 2020 representou cerca de 1 milhão de pessoas. Atrelado a esse aumento no desemprego, vemos um PIB que teve uma queda brusca e que está tendo uma melhora no último semestre, porém não necessariamente representa uma melhor qualidade de vida geral da população e sim um possível aumento no custo de vida. Já a Inflação está em nível recorde também, chegando ao acumulado dos últimos 12 meses de 8,35% até maio de 2021. Além disso outro fator que afetou muito a população e os estabelecimentos que vivem de aluguel foi a alta do IGPM que bateu recorde, com a taxa sendo de 37,04% acumulado. Esse índice é a base para os reajustes dos aluguéis, enquanto a Inflação “real” (IPCA) é a base para reajuste de salários e preços, causando um sério comprometimento do salário da população que vive de aluguel. Percebemos também que a inflação do setor de alimentos teve um aumento 66% maior do que a meta esperada pelo governo. A regulação da taxa Selic vem sendo utilizada para aumentar o consumo da população e os investimentos estrangeiros, porém isso gerou uma alta no dólar e aumento desenfreado na inflação. Medidas governamentais também serviram pra dar uma sobrevida aos estabelecimentos e a população, na tentativa de reduzir os impactos dessa pandemia, entre eles estão os auxílios emergenciais concedidos a população, as facilidades pra concessão de crédito, as relações trabalhistas afrouxadas na tentativa da manutenção dos empregos e postergação no pagamento de impostos. Na análise macroeconômica percebemos que o padrão de consumo da população mudou com a mudança de parte da população para home office, facilidades de preparar seus próprios alimentos e medo de consumir devido à instabilidade dos empregos e da economia. Outro fator relevante para o setor foi o aumento da concorrência proveniente do grande número de microempreendedores individuais que entraram nesse setor devido à alta do desemprego em busca de uma fonte de renda fixa ou complementar. Concluímos que os danos a esse setor foram alarmantes, grande parte dos estabelecimentos que fecharam não retornarão as atividades, os que ainda se mantem possuem grandes dívidas, sem previsão de serem quitadas e o faturamento desse setor só tem previsão de retornar ao mesmo valor de 2019 após 2022. As medidas do governo auxiliaram a manutenção de curto prazo desse setor, porém para que este retorne o mais rápido possível a normalidade se faz necessário a vacinação em massa o mais rápido possível, mais políticas de investimento nesse setor para ajudar os restaurantes nesse novo momento pós pandemia, cheio de incertezas. Bibliografia
|
...