Não liberalismo de Adam Smith
Por: luisfbicudo • 24/6/2017 • Resenha • 1.010 Palavras (5 Páginas) • 325 Visualizações
Adam Smith, na minha concepção, dada as aulas e minha leitura da Riqueza das nações, não se trata de um liberal.
Pois bem, o filósofo Escocês escreve a riqueza das nações (ainda assim não é a sua principal obra) em 1766 na Grã-Bretanha, no final do período do Feudalismo e próximo a independência Americana do Reino, além de um período de forte exploração das metrópoles nas colônias da américa; porém o que é uma grande lastima para toda a ciência social, em especial a Economia, é ele não vivenciar o grande ápice da revolução industrial, final do século 18 e parte do século 19.
Para Adam Smith, a riqueza da nação provem do aprofundamento e aprimoramento da divisão social do trabalho, relacionada a um aumento da produtividade do trabalho (produzir mais com menos tempo e trabalho) atrelado a uma correta distribuição de tudo aquilo que se produz, tudo isso com uma dinamização das atividades de produção (utilizando a estrutura da pequena fábrica de alfinetes como exemplo, dada a nova estrutura, aumentou-se de maneira exorbitante a produção).
As Mercadorias possuem dois preços, o preço natural, aquele que é justo e dividido entre as classes (Salários dos trabalhadores, renda da terra e lucro empresarial) e o preço de mercado, que é inflacionado pela oferta X demanda; porém segundo ele, o preço de mercado não deve ser parâmetro para determinar valor, e sim o trabalho comandado, parecendo ser totalmente contra a uma divisão em que uma dessas três classes tenha um ganho muito superior as demais, essa divisão deve ser proporcional ao empenho de cada classe (Trabalhador, empresário e proprietário da terra); uma diferença exorbitante desses valores colabora para uma sociedade menos desenvolvida e menos próspera.
Smith não tem enxerga a figura Capitalista, que começa a aparecer nas obras clássicas décadas depois com Ricardo, ele trata o proprietário do capital produtivo como empresário, e no que mais se aproxima dessa figura de capitalista, é quando vai dizer sobre mercado:
O mercado tinha como principal objetivo o fortalecimento dos pequenos produtores, além de claro a satisfação dos povos dos pequenos vilarejos, como explicito em aula, os produtores se reuniam em determinado lugar, colocava todas suas mercadorias a disposição do público, público no qual eram os primeiros a comprarem, e passada tal hora, aí sim que os produtores negociavam entre si e poderiam levar o excedente a outros mercados. Porém Smith tinha noção que esse tipo de comércio poderia não ir muito a diante, com o maior aprimoramento da divisão social do trabalho atrelado ao poder manufatureiro, poderia chegaria naquilo que denominou “espirito de monopólio”, e todo e qualquer monopólio desestrutura toda sua teoria de mercado, dando uma das primeiras figuras de capitalistas na sociedade, que praticam o chamado “anti – mercado”; ferindo completamente a essência do comércio, que é a amizade e o companheirismo entre as pessoas, e até mesmo citando Aristóteles, satisfazer e sanar as dificuldades do próximo.
Continuando na ideia de mercado, Adam Smith (Assim como Davi Ricardo posteriormente) é um incentivador assíduo do protecionismo Inglês, inclusive dedicando dois longos capítulos do Livro 4 a restrições de mercadorias importadas, para ele, tudo o que fosse possível ser produzido dentro do país, não deveria ser importado, independente se o preço fosse menor e o produto estrangeiro possuísse melhor qualidade, com o desenvolvimento produção interna, em um dado período a qualidade do produto aumentaria e o preço iria se reduzir, além dos mais dois aspectos muito importantes; a produção interna incita numa maior divisão do trabalho e num maior comércio interno, e caso comprasse de fora, desenvolveria a atividade produtiva do vizinho, algo que não era muito legal na época, ainda mais para alguém tão nacionalista como Adam Smith.
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