O CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA
Por: CASSIO LYRA ALVES • 22/11/2018 • Trabalho acadêmico • 2.665 Palavras (11 Páginas) • 185 Visualizações
FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA
(FAETEC)
CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA
ITAGUAÍ E A FALTA DE LOGÍSTICA SOBRE TRILHOS
CASSIO LYRA ALVES
RIO DE JANEIRO
NOVEMBRO DE 2018
RESUMO
Este trabalho tem objetivo de demonstrar a importância da logística ferroviária para o município de Itaguaí, para um melhor escoamento de suas mercadorias e para a própria população itaguaienses. O transporte ferroviário mostra-se bastante competitivo quando comparado a outros modais, isto devido a sua grande capacidade de carga na qual consegue atingir no transporte tanto de mercadorias como de passageiros. Apesar dos investimentos realizados pelo BNDES e o processo de desestatização terem contribuído bastante para que as ferrovias brasileiras conseguissem atingir resultados melhores, ainda falta muito a ser feito. A extinção das estações que ligava a Central do Brasil até o município de Itaguaí gerou e ainda gera perdas econômicas em vários setores e dificulta o acesso da população a outros municípios, mas gera um lucro maior aos transportes rodoviários. Poderá ser observado que a logística ferroviária acrescenta ganhos econômicos diretos na economia do município de Itaguaí e que esses ganhos não chegam devido à falta de integração e ao não investimento feito nesse setor.
PALAVRAS-CHAVE: Ferrovias. Itaguaí. Logística. Planejamento Econômico
- INTRODUÇÃO
Itaguaí é uma cidade do Estado do Rio de Janeiro. Os habitantes se chamam itaguaienses. O município se estende por 275,9 km² e contava com 109.091 habitantes no último censo. A densidade demográfica é de 395,4 habitantes por km² no território do município. Vizinho dos municípios de Seropédica, Mangaratiba e Piraí, Itaguaí se situa a 28 km a Sul-Oeste de Queimados. Situado a 15 metros de altitude, de Itaguaí tem as seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 22° 51' 59'' Sul, Longitude: 43° 46' 38'' Oeste. O Itaguaí é um município do Parque Estadual Cunhambebe.
Logisticamente, Itaguaí é cortada pelo território do Município as seguintes rodovias: Presidente Dutra, antiga Estrada Rio-São Paulo e RJ-14 (da antiga Rio-São Paulo a Mangaratiba). A sede municipal liga- -se a rede rodoviária geral por essa estrada, em seu início, no quilometro 41 da antiga Rio São Paulo, depois de cortar em seu trajeto o Núcleo Federal, pela localidade de Campo Grande, e para a Rodovia Presidente Dutra, na altura de Viúva Graça, pela RJ-14, comunica- -se o Município com Mangaratiba, cuja sede dista 18 km de Itaguaí. Ao todo, cortam o Município, aproximadamente, 152 km de estradas de rodagem, sendo de administração federal - 42; de administração estadual- 49; de administração municipal.
Localizado na costa norte da Baía de Sepetiba, no município de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro, ao sul e a leste da Ilha da Madeira, a área de influência do porto de Sepetiba/Itaguaí articula-se ao complexo urbano-industrial do centro-sul e médio Paraíba, onde estão concentradas empresas industriais e comerciais responsáveis pela formação de aproximadamente 75% do atual PIB brasileiro.
Com a expansão urbano-industrial para esta área iniciada na década de 60 como efeito de investimentos federais em grandes projetos industriais e infraestruturas destinados à desconcentração do desenvolvimento dos espaços metropolitanos, com a criação de alguns polos industriais, iniciaram-se, em 1973, estudos de viabilidade para a implantação do Porto de Sepetiba/Itaguaí. Ante a magnitude dos investimentos envolvidos no empreendimento, o Porto veio a ser inaugurado somente em 07 de maio de 1982, iniciando-se, então, as atividades do Terminal de Carvão e Alumina, sob a competência da Companhia Docas do Rio de Janeiro. Eram movimentados, principalmente, granéis sólidos em importação, carvão metalúrgico e coque de hulha destinados à Usina da CSN em Volta Redonda, e alumina, para a Valesul. Na década de 1990, o porto de Sepetiba/Itaguaí foi incluído no plano plurianual de investimentos conhecido como "Brasil em Ação", concebido no âmbito federal, devendo ser transformado num macro porto concentrador de cargas (hub port).
O porto de Sepetiba foi escolhido como área privilegiada para investimentos, por suas condições físicas favoráveis: porto natural com canal de acesso profundo, com possibilidade de aprofundamento e baixos índices de assoreamento, capaz de atender a navios de grande porte; acessos rodoferroviários livres, ligados a toda a malha nacional, sem interferência com áreas urbanas; e retro área portuária com cerca de 7,5 milhões de metros quadrados de extensão. Em 1997, foram arrendados o terminal de carvão pela CSN e o terminal para exportação de minério pela Companhia Portuária Baía de Sepetiba (grupo liderado pela Ferteco e pela Camargo Correia) e um grande volume de investimentos foi financiado pelo BNDES visando transformar o porto num super porto, articulador do comércio marítimo mundial, destinado a receber os grandes navios transportadores, além de cumprir o papel de vetor de desenvolvimento econômico e social no Estado do Rio de Janeiro.
O porto de Sepetiba/Itaguaí se manteria como um porto de pouca expressão até a implementação da Lei nº.8630/93. O programa federal de recuperação e modernização do sistema portuário nacional, colocava em destaque o antigo porto, prevendo investimentos que deveriam transformá-lo em um hub port. Nestas condições, o porto de Sepetiba/Itaguaí foi submetido a uma profunda reestruturação que envolvia a ampliação de suas instalações portuárias, o estímulo ao surgimento de um centro industrial no retro área do porto e medidas para a integração de sua retro área ao entorno metropolitano.
Entre 1995 e 2002, observa-se um aumento da ordem de 36% no total de cargas movimentadas nos portos brasileiros. Concentrando a maior participação no PIB nacional não é de surpreender que a região Sudeste apareça como aquela que concentra o maior volume de cargas movimentadas, 56,65% do total nacional, e de embarcações de longo curso, 57,13. O porto de Sepetiba/Itaguaí, em particular, teve o volume de embarcações de longo curso aumentado de forma expressiva, cerca de 376% em relação a 1999, passando no ranking nacional da 25ª posição, em 1996, para a 12ª, em 2000.
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