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O Desenvolvimento Econômico Modelos Kaldorianos

Por:   •  5/12/2022  •  Ensaio  •  10.625 Palavras (43 Páginas)  •  142 Visualizações

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Departamento de Ciências Econômicas

Faculdade de Ciências Econômicas

Universidade Federal de Minas Gerais

ECN028 - Desenvolvimento Econômico

(Professor Gustavo Britto)

Resenhas-Ensaio

Grupo:

Emmanuel Tomás da Silva

João Pedro Silva

João Victor Reis

Hugo Maia

Atenção:

  1. Entrega: na data designada esse arquivo deve ser baixado [Arquivo > Fazer Download > Microsoft Word (.docx) ] e entregue na atividade correspondente no Moodle;
  2. Desenvolva as atividades de acordo com as instruções disponíveis no Moodle;
  3. A atividade mais recente deve sempre ser incorporada no início do documento;
  4. Fiquem atentos para o número de palavras de cada um dos exercícios.

Belo Horizonte

2021


5.        Crescimento, Retornos Crescentes de Escala e Tecnologia

Esta resenha-ensaio é baseada no texto: modelos kaldorianos de crescimento e suas extensões contemporâneas de Gustavo Britto e João Prattes Romero. Na resenha, procurar-se-á analisar os modelos de extensão, dando especial destaque a relação do crescimento para a produtividade e o papel da tecnologia. Posteriormente, no ensaio, o ponto inicial será a questão contemporânea entre uma falsa dicotomia entre o setor industrial e os setores agrícola e de serviços. Argumentar-se-á que, para superar essa falsa dicotomia é necessário compreender as variáveis macroeconômicas presentes nos modelos kaldorianos de extensão para o desenvolvimento de um país e as importância dos outros dois setores e como os três setores podem auxiliar em um processo de retroalimentação.

Iniciando a análise sobre a obra “Modelos kaldorianos de crescimento e suas extensões contemporâneas” (Romero e Britto, 2011) é possível perceber um estudo sobre o modelo criado por Kaldor e as influências de outras perspectivas nas suas teorias econômicas. Em primeira instância, os autores fazem uma retrospectiva geral sobre os trabalhos de Nicholas Kaldor, de modo que suas obras contemplaram teorias econômicas puras, teorias de crescimento e distribuição, balança de pagamentos e política internacional. Avançando na obra, é apresentado o modelo de crescimento de Kaldor, segundo os autores, o modelo é embasado em dois principais fundamentos, de forma que o primeira identifica a indústria como fonte primária do crescimento econômico, ou seja, existe uma associação entre a taxa de crescimento do produto industrial e a taxa de crescimento do produto não-industrial. Já a segunda, consiste na identificação de uma relação causal entre o crescimento do produto e o crescimento da produtividade industrial, gerando o modelo de causação circular cumulativa, apresentado a seguir.

Partindo para o estudo dos modelos propostos pelos autores, é possível identificar o modelo de causação cumulativa. De modo geral o modelo foi formalizado primeiramente por Dixon e Thirlwall (1975), de forma que segundo eles o crescimento da economia se dá através das exportações, sendo que o crescimento industrial não é limitado a evolução da oferta de trabalho e capital, mas sim pela demanda autônoma. Assim, a elevação da taxa de crescimento das exportações impulsiona o crescimento da demanda por parte da população, de modo que através dos ganhos de produtividade gerados na indústria em decorrência do crescimento continuado de sua produção para a exportação o processo se torna circular e cumulativo, sendo que os ganhos gerados na indústria levam à melhora da competitividade dos produtos, consequentemente a uma aceleração no crescimento das exportações, finalizando o ciclo. Seguindo a seguinte equação geral:

[pic 1]

Analisando a equação geral é possível entender a importância do crescimento da produtividade no modelo com causação circular cumulativa. A variável λ é o coeficiente de Verdoorn (elasticidade do crescimento da produtividade em relação ao crescimento da produção), de modo que o crescimento do produto Y varia positivamente em relação a um aumento nas variáveis no numerador da equação, sendo que o caráter cumulativa e circular do modelo depende crucialmente do coeficiente de Verdoorn, visto que “a existência da conexão entre o crescimento da produtividade e do produto é insuficiente para explicar diferenças nas taxas de crescimento entre países”, segundo os autores da obra.  Assim, através da equação geral apresentada, é possível identificar a relação entre o crescimento do produto e a produtividade do trabalho, sendo que ela se dá da seguinte forma: o crescimento do produto aumenta a produtividade do trabalho, reduzindo o preço dos bens domésticos que leva a uma nova rodada de crescimento das exportações, rotacionando o ciclo, evidenciando o papel da produtividade como fator indutor na onda de novas exportações. Vale ressaltar que os autores abordaram diferentes extrapolações dos modelos, adicionando e variando variáveis, abordando a seguir.

Em segundo plano, após as discussões apresentadas sobre as teorias clássicas de inspiração Kaldoriana, o artigo busca reinterpretar os modelos de causação cumulativa e crescimento irrestrito da Balança de Pagamentos com o objetivo de encontrar aplicações mais adequadas à realidade contemporânea e que expliquem melhor os fenômenos do mundo real. O motivo dessa empreitada está no fato de que, apesar dos modelos clássicos (Dixon e Thirlwall) citarem mudanças tecnológicas e competitividade não-preço, eles não incorporam essas variáveis nas equações matemáticas construídas ao longo do processo teórico, produzindo resultados distintos daqueles constatados empiricamente. Dito isso, nesta parte da resenha será apresentado os modelos alternativos produzidos por diversos teóricos como Lélon-Ledesma(2002), McCombie e Roberts (2002), Araujo e Lima(2008), com o foco principal em estudar os impactos da introdução de variáveis tecnológicas na interpretação do resultado.

O primeiro da lista é o modelo de Roberts (2002) que resolve os efeitos contraditórios gerados pela neutralidade dos termos de troca na determinação da taxa de crescimento de Longo prazo   ao propor duas alavancas para a causação cumulativa: a primeira envolve uma paridade entre as taxas de crescimento dos países com a do mercado, e a segunda prevê o contrário, a distância entre a taxa corrente e aquela praticada pelo mercado. O modelo se norteia pela geração de um hiato para desencadear o processo cumulativo, assim como descreve sua equação base:

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