O Modelo de Schumpeter
Por: Angélica Altrão Morais • 16/12/2018 • Artigo • 7.400 Palavras (30 Páginas) • 219 Visualizações
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo conhecer e demonstrar um pouco sobre a vida e a obra de um dos maiores economistas em termos de inovação e empreendedorismo, Joseph Alois Schumpeter.
Procura-se fazer uma apresentação de como foi a vida de Schumpeter, dando uma maior ênfase à sua vida acadêmica, juntamente com sua vida profissional, ou como na maioria do tempo, estando as duas partes interligadas como docente. Schumpeter atravessou alguns momentos complicados em sua vida e o trabalho procura demonstrá-los, ao mesmo tempo em que é possível verificar de que maneira isso influenciou no lançamento de suas obras. Após, tem-se uma breve listagem de suas principais obras.
Após, busca-se fazer uma análise de alguns pontos de suas principais obras, a começar pelo fenômeno fundamental do desenvolvimento econômico, incluso na sua obra “A Teoria do Desenvolvimento Econômico”, na qual Schumpeter faz referência ao desenvolvimento social. Juntamente, demonstra-se o conceito de fluxo circular, pois o mesmo se demonstra muito importante para entendimento da obra de Schumpeter, já que ele elabora a Teoria do Desenvolvimento Econômico procurando confrontar a teoria tradicional, que está justamente desenvolvida no fluxo circular.
O trabalho segue explicitando os cinco tipos de inovação: Introdução de um novo bem; Introdução de um novo método de produção; Abertura de um novo mercado; Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados e; Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria. Após isso, demonstra-se o que são as inovações incrementais e as inovações radicais e suas principais diferenças.
Na sequência apresenta-se um pouco sobre o crédito, que basicamente procura-se demonstrar como se dá a obtenção de meios de produção que não estão disponíveis. Indica-se como o crédito é importante, pois está presente na criação desde as empresas e os empreendimentos que já estavam presentes no antigo fluxo circular até as novas combinações que só serão possíveis devido aos novos empreendimentos. Para complementar, demonstra-se o que são os três elementos do desenvolvimento: a implementação de novas combinações dos meios de produção, a obtenção de crédito para financiar as inovações e o empreendimento, comandado por novos empresários. Aproveitando, exibe-se a teoria do empresário, juntamente com a diferença entre o mesmo, administrador e o capitalista.
No último tópico, vê-se como se dá o ciclo econômico, de fato. Pode-se perceber quais são os fatores que causam as quatro fases do ciclo: o boom, a recessão, a depressão e a recuperação.
1 A VIDA DE SCHUMPETER
Uma pequena história sobre um dos célebres economistas da escola econômica dos neoclássicos. Schumpeter talvez tenha sido o pensador mais influente de todos os tempos quando se pensa em inovação, empreendedorismo e capitalismo, mas antes de ser reconhecido por seus trabalhos acadêmicos era chamado de Joseph Alois Schumpeter.
Joseph Alois Schumpeter nasceu na Áustria em 1883 — o mesmo ano em que Keynes nasceu —, de origem sólida mas não ilustre. Seu pai morreu quando ele tinha quatro anos; sete anos mais tarde sua mãe casou-se com um distinto general e o pequeno Schumpeter foi enviado para Theresianum, uma exclusiva escola para os filhos da aristocracia. A exposição dos jovens a um camada totalmente diferente da sociedade era, segundo acreditava-se na época, de importância decisiva para sua formação. (ECONOMIA NET)
Sendo assim ele teve oportunidade de conviver com uma camada da sociedade que a princípio ele não teria acesso, isso o possibilitou de ter uma visão diferenciada da sociedade, que modulou a forma de pensar do jovem Joseph futuramente, tendo uma visão inovadora para sociedade. Ainda durante sua formação acadêmica, a família passou a morar em Viena, onde ele concluiu o ensino médio. Passou a frequentar a Faculdade de Direito, mas optou por materiais complementares de Economia e Ciência Política, não perdendo o foco do direito.
Na universidade, Schumpeter teve vários autores que o influenciaram para o estudo da economia, como Eugen Von, Bohm-Bauwerk e Artur Spiethof. Saindo da vida acadêmica e passando pela primeira experiência no amor e no mercado de trabalho que possibilitou o aplicar seu conhecimento, seu primeiro casamento foi com Gladys Ricarde Seaves. Após o casamento ele se mudou junto com sua esposa para assumir seu cargo como conselheiro financeiro de uma princesa do Egito e foi feliz em seu trabalho. Enquanto estava lá, publicou um livro que futuramente lhe rendeu um cargo com professor na Áustria. O casamento foi dissolvido durante a volta à Inglaterra e Schumpeter retornou à Áustria, onde retomou a vida Acadêmica, conforme Costa (1982, p. 8) “Schumpeter iniciou a vida universitária no mesmo ano em que retornou à Áustria, ou seja a partir de 1909. Nomeado professor de Economia da Universidade de Czernowitz.”
Pouco tempo depois, Schumpeter foi convidado para ser Professor na Universidade de Graz, graças aos esforços de seu amigo e tutor, durante seu tempo como aluno, Bohm-Bauwerk. Então, foi nomeado professor de Economia por decreto imperial. Todo este cenário fez com que gerasse um certo desconforto em relação a ele, pois era o mais novo professor da instituição, e possuía uma fama de “enfant terrible” (criança terrível), que havia ganhado na última faculdade que lecionou e que foi carregado consigo até aquele momento. Tudo isso fez com que ele viajasse com frequência para lecionar em outras faculdades como convidado, pois tinha uma relação não muito cordial com os demais membros da instituição.
Na qualidade de professor visitante, passou o ano letivo de 1913/ 14 na Universidade de Colúmbia (Nova York), foi distinguido com um grau honorífico, o de Litt.D. Universidade de Colúmbia. Pouco antes do início da primeira Guerra Mundial, retornou a Viena, abandonando a Universidade de Graz a partir de 1918. Não obstante, continuou a pertencer ao quadro de congregação até 1921. (COSTA, 1982, p. 8)
Em 1919, afastou-se da docência para seguir na política. Armistício, o governo socialista alemão, objetivando estudar e preparar socialização da indústria, cria uma comissão de estudos e convida Schumpeter para participar das discussões. Nomeado membro da “Comissão de Socialização de Berlim”, Schumpeter permaneceu no grupo durante três meses. Em seguida, no mesmo ano aceitou o convite de Karl Renner - que era socialista de ala direita do Partido Socialista Cristão - como ministro da Fazenda do primeiro governo republicano da Áustria. Permaneceu no cargo por apenas dez meses. Assim foi sua passagem pela política.
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