O Plano Cruzado
Por: Larissa Lemos • 1/6/2021 • Resenha • 682 Palavras (3 Páginas) • 169 Visualizações
Plano Cruzado Resenha
O presente trabalho busca analisar o Plano Cruzado, plano de estabilização lançado em 1986 pelo então presidente Sarney a fim de combater a inflação inercial, buscando reduzir e estabilizar o índice em um nível sustentável para o país. Considerando o contexto histórico da ditadura militar que proporcionou o milagre econômico levando ao superávit da economia e consequentemente o crescente aumento da dívida externa, tem-se em 1981 o fim das sucessivas conquistas econômicas, o período conhecido como triênio negro expôs a característica do crescimento desenfreado do período anterior, levando a inflação a níveis extremos, 211% em 1983. O novo cenário, juntamente com a morte do presidente eleito Tancredo Neves, levou a insatisfação popular, mesmo com o ambiente de crescimento retomado em 1984.
Logo, o objetivo deste texto é demonstrar como foi desenvolvido o Plano Cruzado do presidente José Sarney que em suma consistia em combater a inflação inercial, buscando reduzir e estabilizar o índice em um nível sustentável para o país.
Dessa forma, a primeira tentativa de estabilização da inflação se mostra um dos planos mais interessantes da época, o que foi decisivo para o tema deste trabalho, uma vez que traz pontos que serão encontrados novamente em planos posteriores, ou seja, geraram impacto a ponto de influenciarem as novas políticas, mesmo que tenha fracassado a longo prazo.
Além disso, o Plano Cruzado também serve como critério avaliativo, tendo em vista o que aconteceu ao final, para os novos postuladores de política, que puderam agir de forma a evitar erros cometidos e aprender com o que foi apresentado.
Os níveis alarmantes da inflação, 517% em janeiro e fevereiro de 1985 conforme a Fundação Getúlio Vargas, aliado as sucessivas greves levaram o governo Sarney a propor um plano ousado de estabilização. Buscando desindexar a economia e controlar o nível da inflação, o Plano Cruzado trouxe medidas como:
1. Reforma monetária – O Cruzeiro vigente na época foi substituído pelo recém criado Cruzado, a nova moeda valia mil vezes mais do que a antiga;
2. Congelamento de preços em todo o varejo pelo prazo de um ano nos valores de 27 de fevereiro de 1986;
3. Congelamento e correção automática do salário quando os índices atingissem 20% da inflação;
4. Indexação da taxa de câmbio em 13,8 cruzados por dólar;
5. Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento, entre outras.
Diante das medidas adotadas, somente a taxa de juros permanecia como variável solta do mercado.
Sendo assim, mesmo com as expectativas negativas de vários estudiosos da época, o apoio inesperado da população ao plano modificou a expectativa, criando uma esperança futura. Portanto, de imediato as medidas alcançaram o esperado e o país entrou em uma onda de deflação por três meses seguidos, além disso, a persistência dos superávits comerciais colaboravam para o clima otimista e atendimento dos compromissos da dívida externa.
O novo cenário ampliou o horizonte de investimentos, criando novas oportunidades para a produção, no entanto, a população se mostrava disposta a investir seu dinheiro em ativos reais, comprando imóveis ou aumentando o consumo. A euforia consumista aumentou a demanda de bens intermediários, o que não aconteceu, necessariamente, com a oferta, visto que uma vez que os preços foram congelados, os produtores não se sentiam motivados a aumentar sua produção, gerando problemas de abastecimento.
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