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O QUE CARACTERIZARIA O UTILITARISMO E COMO INFLUENCIA A TEORIA NEOCLÁSSICA?

Por:   •  18/1/2022  •  Artigo  •  2.148 Palavras (9 Páginas)  •  185 Visualizações

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O QUE CARACTERIZARIA O UTILITARISMO E COMO INFLUENCIA A TEORIA NEOCLÁSSICA?

RIO DE JANEIRO

2021

O QUE CARACTERIZARIA O UTILITARISMO E COMO INFLUENCIA A TEORIA NEOCLÁSSICA?

Trabalho da Disciplina de Economia Política do Curso de Administração Pública da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro como requisito para avaliação.

Professor: Dr.Taíssa Salles Romeiro

RIO DE JANEIRO

2021

RESUMO

Objetiva apresentar uma sucinta análise dos aspectos do utilitarismo, da base filosófica para as teorias neoclássicas.

INTRODUÇÃO

O racionalismo científico, com seu método hipotético-dedutivo marcou a segunda metade do século XIX que desponta como período de desenvolvimento intelectual. No ocidente, foi neste mesmo lapso que ocorreram a ascensão que alcança seu ápice e o declínio do capitalismo liberal britânico (Era Vitoriana). Estas transformações no seio da Europa, puderam ser observadas nos costumes, na forma de pensar, de julgar, na economia, e em várias outras áreas da sociedade.

Na economia, por exemplo, houve a disseminação e engrandecimento da Economia Neoclássica (escola), que superou a praticada Economia Política de Adam Smith e David Ricardo. Enquanto isso, as ideias críticas de Karl Marx tomavam espaço.

Na metodologia da ciência, essa mesma Escola Neoclássica se assenta num momento em que as ferramentas matemáticas e estatísticas eram muito mais valorizadas para explicar fenômenos sociais, que outros métodos de pesquisa que não preferenciavam as medidas e fórmulas matemáticas, chegando ao ponto de que as propostas de abordagem de problemas que não eram feitos desta forma matematizada, não eram considerados “verdadeira teoria científica”. Assim, o pensamento neoclássico influenciou também campo dos estudos econômicos, de maneira que na entrada do século XX, já era hegemônico essas teorias fundamentadas em modelos deste tipo já seriam quase irrefutáveis.

Na filosofia, diz-se que ela possui origem no utilitarismo clássico que é uma abordagem da filosofia moralista que visa normatizar decisões baseada na utilidade dos resultados. São responsáveis por ela Jeremy Bentham e filósofo inglês John Stuart Mill. O primeiro é conhecido como pai do utilitarismo quantitativo baseado no cálculo da maior felicidade, era jurista e filósofo inglês. O segundo é o economista e filósofo também inglês. Este último adaptou o utilitarismo de Bentham para uma perspectiva qualitativa. O que houve, no entanto, pela Escola Neoclássica foi uma apropriação mais do padrão comportamental do utilitarismo que das bases filosóficas. Assim, nesta apropriação, tornou-se mais um método que propriamente uma filosofia na própria economia.

O QUE CARACTERIZARIA O UTILITARISMO

O pensamento político de Jeremy Bentham (1748-1832), é importante para entender o utilitarismo. Ela era um “filantropista”, e “projetista” de planos de reforma dos sistemas

penal e educacional do seu país, além de legislador. Está intimamente associado ao utilitarismo pela paternidade apesar de que na filosofia moral o tema já houvesse sido discutido, tanto que em seus escritos, não se preocupou em dar detalhes. Preocupa-se, portanto em trabalhar o tema pelo viés das consequências jurídicas.

O que é uma novidade do benthamismo, é, portanto, prática: o argumento moral e político que os “utilitaristas” elaboram a partir de uma ideia filosófica. Posteriormente, a contribuição de Mill acaba por refinar este pensamento.

Fato é que esta nova forma de pensar permitiu que Bentham, James Mill e Stuart Mill abraçassem a proposta de amplas reformas políticas para o seu país, aproximando-os de um movimento plebeu de defesa da “democracia representativa”.

Para Bentham, existe a dor e o prazer vinculados a norma que distingue

o que é certo do que é errado. Então o princípio da utilidade estabelece que o maior grau de felicidade das pessoas cujo interesse está em jogo é a única finalidade da ação humana. Ressalta ainda que viver em comunidade é aceitar a soma dos interesses de todos os membros.

Assim, do mesmo modo, a felicidade da comunidade estaria relacionada a felicidade de um indivíduo, mas sim a simples soma das felicidades individuais. Para ele, quanto maior a soma, maior a felicidade da comunidade. Deveria, por isso buscar a maior soma possível.

Este pensamento seria a base do cálculo da felicidade que leva em conta o número dos indivíduos envolvidos, mesmo que tenham diferentes capacidades intelectuais, todos são considerados igualmente capazes de sentir prazer e dor e por isso, seu ato de sentir tem o mesmo cômputo no cálculo.

Neste raciocínio, quanto mais a política e a economia fossem praticadas pelo bem-estar de todos, de um coletivo maior, maior seria o êxito, pois a soma da felicidade sempre alcançaria seu valor máximo.

O que é importante frisar é que Bentham não é o primeiro a pensar filosoficamente nestas questões mas é que traz para o campo prático, do dia a dia, de forma tipicamente cartesiana, propostas de reforma sociais. Por isso utilitarismo, enquanto prática, enquanto influência para a sociedade e seus dispositivos legais: à legislação recairia o ônus de causar dor que é a incógnita sempre negativa no cálculo da felicidade.

Esse critério numérico sempre era visto por críticos como uma ameaça aos direitos individuais. John Stuart Mill (1806-1873), um aplicado discípulo de Bentham se debruçou sobre esta questão. Assim, o utilitarismo toma outra roupagem. Ele tenta

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