O Resumo Sudene
Por: Jassya Candido • 16/11/2022 • Trabalho acadêmico • 2.447 Palavras (10 Páginas) • 125 Visualizações
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DISCIPLINA: ECONOMIA DO NORDESTE
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EMANUELLY VELOSO PEREIRA
LUCAS DOURADO DA SILVA
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO NORDESTE NAS DÉCADAS DE 1950-60: IMPACTOS DO GTDN E SUDENE
CRATO – CE
2021
- Introdução
O Brasil possui um histórico importador e pouco desenvolvimentista, principalmente dos estados à “margem” do eixo Rio de Janeiro – São Paulo. Diante disso, o Governo Federal propõe a criação do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN) e, consequentemente, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) para o desenvolvimento dos estados nordestino. As ideias são corroboradas por Cavalcante e Feitosa (2019). “O GTDN propunha uma industrialização planejada para o Nordeste, com ênfase no processo de substituição regional de importações e na utilização de poupança extra regional”. CAVALCANTE E FEITOSA, 2019, p. 228).
A SUDENE surge como decorrência de uma exigência socioeconômica, representando uma política regional, que atrelava à economia nordestina ao processo de industrialização do país e tornar menos dependente das atividades exportadoras (CAVALCANTE E FEITOSA, 2019).
O auferido trabalho possui como objetivo demonstrar os principais pontos abordados com a implementação da SUDENE no nordeste, os impactos causados, o que se buscava ao inserir o órgão, e os possíveis resultados.
A metodologia do presente trabalho consiste no estudo bibliográfico de caráter qualitativo de estudiosos e pesquisadores do tema.
- Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN) e Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE)
- Nordeste: um contexto histórico
A região nordestina era acometido com muitos problemas sociais: fome, seca, alta porcentagem de pessoas sob a linha da miséria, além da alta taxa de trabalhadores ociosos.
Enquanto a indústria comandava no Sudeste, o velho setor primário exportador implantado no Nordeste dava mostras de sua incapacidade para continuar impulsionando o desenvolvimento econômico (ARAÚJO, 2000).
“Isso fez com que o avanço da industrialização no Centro-Sul criasse um hiato econômico entre esta e a região Nordeste ao acirrar as disparidades inter-regionais e fazer surgir a necessidade de políticas de desenvolvimento para as regiões periféricas” (ARAÚJO, 2000).
A indústria aproveitou a imensa capacidade ociosa e instala indústrias na região. O nordeste possuía muitos empregos por subsistência e muitos donos de terras, que comandavam oligarquias no nordeste. (ARAÚJO, 2000, p.3) ressalta o poder da “a industrialização no Nordeste como forma de superar as dificuldades geradas pela velha base agroexportadora nordestina”.
- GTDN, SUDENE e PSI
O Estado sempre foi o principal financiador de projetos no Brasil. Inicialmente, deu apoio à obtenção de produtos manufaturados, que ficam escassos após a crise que devasta o mundo em 1929, quando o país era um eminente importador. A partir da década de 1940, após o final da segunda Guerra Mundial, em que se encontra com economia em crise e vários países exportadores de manufaturados destruídos pela guerra. Torna-se necessário às economias agroexportadoras e dependente de importações de bens de capital obtere, um meio para a obtenção desses produtos. No Brasil há a ideia de substituição de importações, ou seja, produzir alguns produtos anteriormente importados, aproveitando a mão de obra inutilizada, dando maior ênfase à produção de bens de capitais.
O Sudeste e Sul eram os principais portos para a instalação dos projetos, possuindo forte poder industrial em São Paulo, tornando o Nordeste decerta forma marginalizados. Houve pouca atuação na região Nordeste, e quando o Estado atua, mostra-se limitado e marcadamente assistencialista até a década de 1960, como corroboram Cavalcante e Feitosa (2019, p. 227)
Sua intervenção estava restrita, grosso modo, às obras de combate às secas, via Departamento Nacional de Obras Contas as Secas (DNOCS), e ao estabelecimento de quotas de produção de açúcar, via Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), sem contribuir ao aumento da capacidade produtiva da região ou à criação de fontes permanentes de emprego
Governo Federal cria em 1956, diante desse contexto, o Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN), cujo propósito era identificar os principais problemas da região, as oportunidades para superá-los e os mecanismos mais eficazes para o seu desenvolvimento econômico e social (CAVALCANTE E FEITOSA, 2019).
“O GTDN propunha uma industrialização planejada para o Nordeste, com ênfase no processo de substituição regional de importações e na utilização de poupança extra regional” (CAVALCANTE E FEITOSA, 2019, p. 228).
Para a indústria, o GTDN propunha reorganizar as indústrias tradicionais da região, como forma de readquirir competitividade frente à concorrência do Centro-Sul e modificar a estrutura industrial, com a instalação de indústrias de base, com capacidade de criar um sistema de autopropagação (CAVALCANTE E FEITOSA, 2019)
Em 1959, A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), instituída pelo Presidente Juscelino Kubitscheck em 15 de dezembro de 1959, pela Lei nº 3.692, surgiu como decorrência de uma exigência socioeconômica, representando uma política regional, que atrelava à economia nordestina ao processo de industrialização do país e tornar menos dependente das atividades exportadoras (CAVALCANTE E FEITOSA, 2019).
A criação propunha a implementação de novas políticas que reformassem e reorganizassem (e não apenas consolidassem) a velha estrutura agrária regional promovendo um intenso desenvolvimento industrial no Nordeste (ARAÚJO, 2000).
As atividades urbanas (e dentro delas, as atividades industrias) ganham crescentemente espaço no ambiente econômico do Nordeste e passam a comandar o crescimento da produção nessa região brasileira, rompendo a fraca dinâmica preexistente (ARAÚJO, 2000).
- Os resultados obtidos com a ação da SUDENE entre os anos de 1960-1980
A estratégia inicial concentrou-se na estruturação de uma SUDENE flexível, que tivessem condições de pesquisar, estudar, programar e executar, quando necessário, programas de desenvolvimento, considerando que, em muitos casos, a Região não tinha condições de operacionalizar programas dessa natureza (SILVA FILHO,2009).
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