O Resumo de Orçamento

Os orçamentos representam um dos instrumentos de controle gerencial mais utilizados pelas empresas no mundo. Pesquisas indicam que mais de 90% das empresas americanas e japonesas são adeptas desta prática. Entretanto, no Brasil não há estatísticas semelhantes, mas observações empíricas indicam essa tendência. O orçamento representa a formalização e a quantificação dos planos estabelecidos pela administração da empresa que por sua parte objetivam:

1. Maximizar a utilização dos fatores ambientais internos e externos que afetam a organização;
2. Avaliar a adequação de seus planos;
3. Base para avaliação de desempenho gerencial;
4. Promover a coordenação e comunicação gerencial;
5. Apoio a precificação.

No entanto, apesar de larga contribuição, constata-se que os orçamentos padecem de uma série de problemas, como a falta de integração entre o orçamento e a estratégia, o processo de preparação do orçamento é reducionista não conduzindo a criação de valor de longo prazo ou não propiciando a coordenação entre as diversas áreas da empresa.

Diversos são os autores que definem o controle de gestão. Entretanto, dessas definições emergem algumas características em comum, como:

• O controle gerencial deve contribuir para o alcance dos objetivos e das estratégias empresariais;
• Deve orientar o comportamento das pessoas para o propósito almejado.

Pode se dizer também que o controle gerencial é distinto do operacional, pois este se refere ao controle de tarefas específicas, divisíveis, realizadas na rotina da organização.

Características das Informações de Controle Gerencial

O raciocínio subjacente a estes argumentos é que as informações de natureza financeira representam o resultado do processo de gestão. Neste sentido, estes indicadores não colaboram para a melhoria do processo, pois não contribuem para localização dos problemas existentes. As informações de caráter não-financeiras incluem itens como tempo, qualidade, motivação e habilidade dos funcionários.

Aspectos Comportamentais do Controle de Gestão

Ressalta-se a dimensão comportamental do controle de gestão quando é afirmado que o objetivo precípuo do controle gerencial é estimular as pessoas a atuarem de forma mais adequada ao alcance dos objetivos da organização, podendo ser definido como um processo pelo qual os executivos influenciam outros membros da organização, para que obedeçam às estratégias adotadas.

Congruência de Objetivos

Os sistemas de controle gerencial devem estimular a congruência de objetivos, ou sejam contribuir para que os executivos atuem de acordo com as metas estabelecidas pela organização.

A congruência de objetivos é promovida por fatores formais e fatores informais. Os fatores formais compreendem os próprios sistemas de controle gerencial além dos regulamentos normativos. Os fatores informais correspondem a processos que afetam o comportamento das pessoas nas organizações. A estes elementos correspondem a ética, a cultura, o estilo de gerenciamento, a organização informal a percepção e comunicação e cooperação e conflito.

A ética corresponde aos parâmetros de comportamento da sociedade. Estas condutas fornecem o pilar de comportamento geral a ser adotado pelas pessoas. A cultura organizacional é descrita como as normas informais e não-escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para a realização dos objetivos organizacionais.

Já o estilo de gerenciar dos executivos reflete diretamente no comportamento dos empregados, contribuindo para a aderência dos sistemas propostos, sendo definido como o fator interno com mais forte impacto no controle gerencial. 

Sistemas de recompensa

O sistema de recompensa compõe o processo de controle gerencial. Seu objetivo é promover a congruência de objetivos. As recompensas no trabalho correspondem a incentivos psicológicos e sociais e benefícios financeiros. Os benefícios psicológicos e sociais referem-se a itens como autonomia no trabalho, satisfação por realizar um bom trabalho, reconhecimento ou ambiente de trabalho amigável. A utilização de medidas financeiras, tais como o retorno sobre o investimento ou valor agregado para participação nos lucros, apresenta os problemas tradicionais de utilização destas métricas, ou seja, leva os empregados a terem um foco no curto prazo e não estabelecem uma relação causal clara entre o desempenho das pessoas e sua remuneração.