O mercado consumidor de carne bovina no Brasil

1. MERCADO CONSUMIDOR

O Brasil possui um mercado com alto consumo de alimentos, principalmente a carnes que já faz parte da alimentação dos brasileiros e sua demanda está ligada a vários fatores, como preços, qualidade, aspectos nutricionais, preferência, gosto e, principalmente, a renda.

O principal mercado da indústria de carne bovina é o interno, que absorve cerca de 80% da produção nacional segundo a ABIEC, podendo ele ser separado em dois grupos: o conjunto formado pelos consumidores de baixa renda, que estão preocupados com a quantidade a ser consumida e cuja restrição é o preço, e o outro que é formado pelos consumidores de alto poder aquisitivo, preocupados com a qualidade do produto.

De acordo com a EMBRAPA o Brasil apesar de ser considerado um país em desenvolvimento, o consumo de carne bovina no Brasil segue os níveis da renda existente no país, sendo o grupo de pessoas de renda elevada tem taxas de consumo semelhantes às dos maiores consumidores mundiais, mais de 50 kg/hab./ano, enquanto as camadas de baixa renda têm consumo de terceiro mundo, com menos de 10 kg/hab./ano. O consumo interno gira em torno de 37 kg/hab./ ano. O crescimento do mercado interno passa obrigatoriamente pela melhoria da renda, ou pelo fornecimento de produtos por preços menores.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA

No final do século XVIII, a carne bovina e o couro eram importantes produtos de exportações, sendo responsáveis pelo grande desenvolvimento do Rio Grande do Sul, que abastecia o Sudeste e o Nordeste brasileiro e também alguns países da América Central. No ano de 1797, a capitania do Rio Grande do Sul, já exportava 13 mil arrobas de charque (Brasil Escola, 2007.).

Segundo a ABIEC o Brasil possui hoje o maior rebanho comercial do mundo com 220milhões de cabeças, é o segundo no mercado, após os Estados Unidos e tem uma produção de oito milhões de toneladas ao ano. Certamente, a pecuária de corte, junto com a indústria frigorífica e de exportação de couros e derivados é um dos maiores segmentos da economia brasileira.

O agronegócio brasileiro caminha para a próxima década com foco na competitividade e na modernidade, fazendo da utilização permanente da tecnologia um caminho para a sustentabilidade. Em um cenário promissor, os resultados das projeções do MAPA mostram crescimento do setor agropecuário no período de 2012/13- 2022/23, o que nos permitirá abastecer anualmente um total de 200 milhões de brasileiros e gerar excedentes exportáveis para algo em torno de 200 países. O saldo é um mercado agrícola e pecuário interno forte e uma balança comercial que gera mais de 100 bilhões de dólares a cada ano (Texto extraído do trabalho Projeções do Agronegócio – Brasil 2012/13 a 2022/23 Antônio Andrade - Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA).

3. ANÁLISE DO PRODUTO

A tabela nos mostra dados baseados no IBGE, o número de rebanho bovino abatidos no país em 2012 foram 31,1 milhões de cabeças, sendo que Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pará e Rondônia, lideram os abates, com 70,6% no país.

Fonte: IBGE - Levantamento janeiro a dezembro 2012

Com bases nos estudos realizados pelo MAPA e dados do IBGE pode-se observar o constante crescimento do consumo de carne no país nos próximos anos. A carne bovina objeto desta pesquisa teve o crescimento projetado para esse período é de 2,0% ao ano. No período que corresponde a 2013/2023 este valor pode chegar a 22,5%.

Fonte: Elaboração da AGE/Mapa e SGE/Embrapa com dados da CONAB.

Gráfico da evolução da carne bovina 2013 a 2023.

Fonte: AGE/Mapa e SGE/Embrapa

De acordo com o IBGE, no ano de 2012, foram abatidas 31,118 milhões de cabeças de bovinos, configurando aumento de 8,0% em relação a 2011 e nova marca recorde na série histórica do abate de bovinos por ano. O recorde anterior – desde 1997 quando a Pesquisa Trimestral de Abate de Animais foi iniciada – havia sido alcançado em 2007, quando foram abatidas 30,713 milhões de cabeças de bovinos.

Evolução anual do abate de bovinos – Brasil - 2007 a 2012

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, 1997-2012.

Ainda utilizando dados do IBGE o peso acumulado de carcaças em 2012 acompanhou o abate de bovinos, alcançando nova marca recorde de 7,351 milhões de toneladas, e aumento de 8,4% frente ao acumulado de 2011. O recorde anterior havia sido alcançado em 2007, com a marca de 7,049 milhões de toneladas de carcaças de bovinos.

Evolução anual do peso acumulado de carcaças de bovino - Brasil - 1997-2012

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, 1997-2012.

4. LUCRATIVIDADE E CUSTOS DE PRODUÇÃO

Na segunda metade dos anos 90, com o processo de estabilização da economia, o investimento em boi passou a ser visto sob a ótica da segurança frente ao difícil quadro de insegurança e incerteza, os preços deixaram de apresentar grandes oscilações e os rendimentos especulativos na atividade deixaram de ser atrativos. As margens dos produtores reduziram muito. É importante ressaltar que os custos têm um amplo universo de variação.

O mercado determina os preços através da oferta e da demanda. Neste mercado que frequentemente é utilizado como exemplo de concorrencial, mas o valor final do produto ofertado traz consigo um conjunto de custos que são acrescidos ao valor do produto na fazenda. A diferença entre os preços da fazenda e do consumidor final devem remunerar uma série de itens, dentre os quais devem ser destacados: a armazenagem, o transporte e os impostos. Nos custos de comercialização dos produtos podem ser acrescidos os custos dos serviços prestados pelos intermediários na cadeia de carne bovina: sendo estes os escritórios, frigoríficos, distribuidor atacadista, e finalmente o varejo. O produtor tem que estar muito atento para o fator custo que está sob seu controle, e é onde pode agir com tranquilidade.

De acordo com as pesquisa realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em parceria com a EMBRAPA o cenário mundial da pecuária vem em constante desenvolvimento