Oferta e Demanda Economia Anhembi
Por: Luiza Motin • 14/5/2021 • Trabalho acadêmico • 666 Palavras (3 Páginas) • 160 Visualizações
A relação de oferta e demanda do etanol e do petróleo no mercado brasileiro
Pode-se afirmar que no mercado brasileiro a maioria dos veículos em circulação são modelo flex, ou seja, podem funcionar tanto partir de etanol hidratado quanto de gasolina. Como os carros podem usar tanto gasolina quanto álcool, diz-se que esses produtos são bens substitutos entre si, o que significa que a única diferença que vai impactar a escolha do consumidor entre esses dois produtos é o preço.
Dessa forma, os preços dos dois produtos se correlacionam, uma vez que a demanda por combustíveis no país é única, os produtores concorrem pela mesma porção de consumidores e então ocorre competição no mercado entre os dois bens.
A decisão pela utilização de um ou outro pelos consumidores varia fundamentalmente pelo preço: como o álcool possui 70% da eficiência energética da gasolina, quando o valor do álcool se encontrar abaixo de 70% do valor da gasolina, ele será priorizado. do contrário, os clientes preferem a gasolina, que, mesmo parecendo mais cara, “rende mais”. Assim, quando o preço da gasolina cai, o preço do etanol deve cair mais ainda para que ele se mantenha competitivo no mercado.
Na outra ponta, a indústria da cana de açúcar pode definir quais substratos gerar a partir da cana de açúcar, já que dela podem ser produzidos açúcar, etanol hidratado e etanol anidro.
Quando o preço do petróleo, matéria prima para a gasolina, aumenta, o preço do combustível acompanha, permitindo que o preço de mercado do etanol hidratado suba um pouco (desde que não ultrapasse 70% do valor da gasolina), em função da preferência dos consumidores pelo menor preço. Da mesma forma, como dito antes, quando o preço do petróleo cai, o preço do etanol deve cair também. Assim, se o preço do etanol precisar cair muito, talvez os produtores de cana de açúcar decidam que não vale a pena produzir etanol e decidam produzir os outros substratos derivados da cana.
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Gráfico 1 - Fonte: Dicionário Financeiro
Também há a possibilidade de que haja sobreoferta de cana de açúcar em períodos de safra (comumente em abril, que é quando ocorre a colheita da cana de açúcar), o que gera sobreoferta dos substratos da cana de açúcar. A decisão entre a produção de álcool hidratado, álcool anidro e açúcar deve ser tomada no momento da colheita, e origina diferentes volumes desses produtos no mercado (oferta). Caso haja sobreoferta de etanol hidratado, pela relação de oferta e demanda (Gráfico 1), é esperado que haja redução do preço do etanol (já que a demanda é razoavelmente constante em função do preço da gasolina). Nesse cenário, é possível que produtores que colham posteriormente optem pela produção de etanol anidro (usado na gasolina), ou ainda de açúcar, a depender do preço desses produtos no mercado, priorizando sempre a maximização dos lucros pelos empresários do setor de cana de açúcar.
Por fim, fatores externos também podem impactar a oferta e a demanda. Um ótimo exemplo é a pandemia de COVID-19. Com parte da população em casa em regimes de isolamento, e utilizando menos seus veículos, é esperado que se tenha redução do consumo de combustíveis como gasolina e etanol hidratado. Tal redução se reflete proporcionalmente na demanda por esses combustíveis, ao mesmo tempo que a oferta desses substratos se mantém, especialmente do etanol. Dessa maneira, é possível que haja guerra de preços entre os produtores, já que o produto é menos valorizado pelos consumidores (que estão em casa), apenas os produtores que venderem mais barato conseguirão capturar a nova demanda, o que ocasiona a queda de preços, gerando um novo ponto de equilíbrio no mercado (como pode-se perceber pelo gráfico, uma demanda menor gera um preço de equilíbrio mais baixo).
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