Para Além da Política Econômica

1- Citar as três fases do Real

Ajuste fiscal: Na época diagnosticou-se que a alta taxa de inflação não possuía somente caráter inercial, mas também era provocado pela dificuldade do Estado em financiar-se (era comum o governo bancar esses déficits via fontes inflacionárias). Era necessário gerar a convicção aos agentes de que o Estado estava determinado com o uso racional de seus recursos. Diante disso, o governo tomou medidas como: aumento da alíquota de impostos federais em 5%, recriação do Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), cortes nos repasses aos estados e municípios, proibição da emissão de títulos públicos para criação de dívida nova, renegociação de dívidas com estados e municípios e criação do Fundo Social de Emergência (FSE). Seu objetivo era minorar os custos sociais oriundos da implantação do Plano, mas mostrou-se um instrumento para flexibilizar o uso dos recursos da União e abrir caminho para os ajustes fiscais;

Criação da URV (Unidade de Referência de Valor): mais do que um “superindexador”, a URV foi o embrião do Real. Nunca chegou a existir fisicamente, mas foi uma espécie de moeda incompleta visto que exercia a função de unidade de conta. O objetivo era a transferência gradual de todos os preços, salários e contratos para que, quando o real fosse de fato implantado, a inflação inercial presente no cruzeiro real não contaminasse a nova moeda. Com reajustes diários, a URV procurava corrigir as distorções na estrutura relativa de preços dada a assincronia nas datas de reajustes;

Implantação do real: após a segunda fase ser bem-sucedida, o real foi de fato introduzido. Segundo a cotação do dia na época, e determinada a proporção 1 URV = R$ 1, cada real passou a valer CR$ 2.750,00.

        Podemos dizer que o grande sucesso do Plano Real foi reduzir abruptamente a inflação sem usar mecanismos coercitivos como congelamento, confisco de ativos financeiros e recessão (pelo menos num primeiro momento), ao contrário dos planos anteriores.

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