REFLEXÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO MOVIMENTO CTS NO CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO

No século XX, o sentimento de que a ciência e tecnologia (C&T) não estava conduzindo ao desenvolvimento ao bem-estar social foi aumentando, e com isso potencializando as discussões sobre a interação entre ciência, tecnologia e sociedade (CTS). Em vários países (EUA, Inglaterra, Países Baixos, entre outros) a mudança cultural produziu desdobramentos curriculares nos ensinos superiores e secundário, no Brasil entretanto, encontrou-se desafios, tais como a formação disciplinar dos professores incompatível com a perspectiva interdisciplinar presente no movimento CTS. É fundamental considerar que o movimento CTS emergiu, em contextos nos quais as condições materiais estavam satisfeitas, oque não ocorro no Brasil, além da pouca participação da sociedade em questões nacionais. O CTS surgiu nos países que parte da população começou a questionar o modelo de sociedade, uma mudança de percepção em relação a C&T na vida das pessoas. A situação social e econômica dos países latino-americanos obedece a uma série de fatores, econômicos, históricos, culturais, políticos, entre outros, em nenhum caso será eliminada pela inovação tecnológica. Os países de “terceiro mundo”, não presenciaram um crescimento científico e tecnológico próprio. No Brasil não houve praticamente nenhum avanço em C&T nos três séculos após o descobrimento do país, onde o principal causador disso foi a politica colonial, onde teve sempre um caráter predatório. A industrialização brasileira estava baseada na “importação de tecnologias e de técnicos estrangeiros” havendo pouca preocupação com a capacitação técnica nacional. Na década de 1960, alguns eventos como a fundação da Universidade de Brasília, a concretização da Fapesp, o início do primeiro curso da Coppe, foram de grande importância para o desenvolvimento de C&T no país. Colocou-se em prática a “operação retorno” visando trazer de volta os cientistas brasileiros que estavam no estrangeiro, porém na prática foi anulada com situações causadas pelo AI5. Os países em desenvolvimento nem sempre o empenho em prol da C&T são motivadas pelo bem-estar da população, muitas vezes são razões de prestígio político e militar. A sociedade brasileira jamais equacionou o problema da C&T como fator de desenvolvimento. O tipo de tecnologia adotada pelas empresas faz com que os técnicos sejam somente para manipulação, preservação ou adaptação, não havendo pesquisadores. As características do mercado mundial e a competição internacional obrigam os países menos desenvolvidos a se adaptarem às tendências impostas pelo mercado. A política científica e tecnológica, na América latina, no contexto da denominada globalização, limita-se a promover competitividade internacional das unidades produtivas, onde os atores principais são as empresas. Os meios de comunicação têm tido um papel significativo enquanto formadores de opinião, especialmente sobre as interações entre ciência, tecnologia e sociedade, porém a uma participação confusa e alienada das pessoas na “modernidade brasileira”, que não instrumentaliza o cidadão a participar, a alterar, a transformar a C&T. Ao assumirmos criticamente os objetivos do movimento CTS, há indicativos de que, além de conhecimento e informações, necessários para uma participação mais qualificada da sociedade, necessitamos, também, iniciar a construção

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