Relátório do FIlme " O Germinal"

O Trabalhador Sob o Capitalismo

Gustavo Bastos Hernandes

Graduando em Ciências Econômicas - IM/UFRRJ

1. Introdução: Esse relatório tem como finalidade analisar os efeitos provocados pelo capitalismo sobre os trabalhadores, e como tais efeitos podem afetar a saúde e bem-estar destes, buscando referência as óticas apresentadas no Filme “O Germinal” e no livro “Economia Política – Uma Introdução Crítica”.

2. Análises Reflexivas.

2.1. No filme “O Germinal” se destacam as condições precárias e insalubres as quais os trabalhadores, operários de uma mina de carvão são submetidos, trabalhadores esses que muitas vezes eram crianças e adultos que também operavam funções nessas minas de carvão desde a sua menor idade. O filme esclarece que com a baixíssima remuneração que estes trabalhadores recebiam, não era possível sequer alimentar suas famílias, trazendo assim a necessidade de crianças com menos de 10 anos trabalharem para tentar sobreviver dia após dia. É possível observar que o Estado não se interessava em disponibilizar leis trabalhistas e humanitárias, se posicionando sempre ao lado dos burgueses capitalistas, e assim reprimindo o proletariado, que sequer tinham direitos básicos, como a educação. Outro ponto que fica explicito no filme, é que o proletariado recebia sempre o mínimo para sobreviver dia após dia, para que eles pudessem exercer suas obrigações nas minas de carvão e enriquecer os donos desta. O proletariado não tinha o direito efetivo à propriedade privada, logo que com o salário que recebia não era o suficiente para se alimentar de maneira digna, não havia um excedente do seu salário para que ele pudesse se dar o luxo de sonhar em possuir terras, ou uma casa. Sendo assim, as famílias de trabalhadores viviam em casas que pertenciam aos seus patrões, logo, caso viessem a ser demitidos ou sua maioria não pudesse estar prestando serviço aos seus patrões, essa família muito provavelmente seria expulsa das casas, ficando em situação de extrema vulnerabilidade.

O filme é contemplado do início ao fim com diálogos interessantes quando observados pela perspectiva da economia política, aqui eu gostaria de destacar a primeira cena, quando o protagonista à procura de emprego pergunta a um funcionário da mina quem seria o dono de todo aquele lugar, e este trabalhador que estará a trabalhar naquele local há 50 anos não o soubera responder. Este diálogo mostra a posição que estavam aqueles trabalhadores, que não tinham nenhum acesso a informações básicas à cerca de seu trabalho, eles eram tratados como meras engrenagens de uma máquina, que seriam apenas controlados para cumprir suas funções. Paralelo a esse diálogo, vale ressaltar uma cena em que os trabalhadores tentam dialogar com um de seus “patrões” em busca de melhores salários e condições de trabalho, e este os responde que não seria viável nenhum aumento no salário dos funcionários, “se aumentasse o salário (os custos da mão-de-obra) os acionistas me matariam e para que vocês possam viver, tenho que viver eu primeiro”, deixando explicito que o lucro dos burgueses era prioridade sobre o bem estar dos trabalhadores, que mesmo quando tentavam dialogar não tinham poder de barganha o suficiente para conseguir melhores condições de seu trabalho. E por fim, uma última frase-diálogo do filme que eu gostaria de destacar aqui é a fala de uma trabalhadora que durante a greve diz para sua mãe “não suporto mais estar sem fazer nada e ver como a gente more de fome”, essa fala expõe que os trabalhadores teriam acesso a alimentação por menos uma semana caso organizassem uma greve. Este fato protegia a indústria, que tinha a certeza de que seus empregados não conseguiriam sustentar uma greve por um período de tempo considerável.

2.2. Pode-se afirmar que o trabalho é a principal base da sociedade capitalista, pois é o trabalho que se constrói produtos, que geram lucros (que pagam salários), que compram produtos. O trabalho é primordial para que os trabalhadores possuam renda e possam assim sobreviver, a mão de obra (trabalho) desses proletariados por sua vez, é primordial para gerar o lucro dos capitalistas que os empregam e separam uma parcela deste lucro para recompensar estes trabalhadores pela mão-de-obra.

É correto dizer que o capitalismo já se organizou de diferentes formas ao longo de sua história, isso se deve as diversas crises que já houveram enquanto a sociedade se organizava desta maneira, porém, é possível observar que mesmo com essas

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