Resenha Interdependência e Ganhos Comerciais.
Por: Joao Anjos • 18/12/2020 • Resenha • 2.081 Palavras (9 Páginas) • 535 Visualizações
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG[pic 1]
Economia A I
Aluno: João Antônio Viana dos Anjos
Turma: TE.
Resenha: Mankiw (2009, cap. 3) – Interdependência e Ganhos Comerciais.
O capítulo em questão fala sobre a interdependência dos comércios, os quais são de grande valia para que os consumidores possam desfrutar de uma maior variabilidade de produtos e serviços, além de uma maior qualidade dos mesmos. Nesse contexto, pode-se aferir a capacidade que pessoas, países ou empresas possuem em produzir determinados bens por meio de comparativos chamados vantagem absoluta, que se preocupa com a produtividade; e vantagem comparativa que consiste no paralelo entre os produtores de determinado bem se levado em conta seu custo de oportunidade (aquilo que terá de abrir mão para conseguir alguma coisa). Quanto menor o custo de oportunidade mais esse produtor estará apto a produzir determinado bem.
O interessante da discussão exposta acima é que mesmo países, pessoas ou empresas que são melhores e mais produtivos (vantagem absoluta) do que outros em dois ou mais ramos comparados, podem demostrar uma vantagem comparativa desfavorável em relação aos que possuem menor produtividade. Essa situação demonstra que o que regula o mercado é a vantagem comparativa e não a vantagem absoluta. A especialização, nesse contexto, é a chave do sucesso mercantil, uma vez que um domínio pleno das formas de produção de determinado bem trazerá irremediavelmente um grande mercado exportador, que, por sua vez, gera volumosos recursos para o vendedor. Diante disso, em posse desse grande volume de recursos e consequentemente convivendo com uma liberdade comercial, o país exportador poderá importar diversos bens que são produzidos de maneira plena por outros países, cenário que gera uma constante troca de experiências e tecnologias, favorecendo o desenvolvimento e lucro de todos.
Conforme se conclui do contexto supra, não há como ninguém ficar à margem do processo produtivo, haja vista que em algum setor haverá sempre uma pessoa, um país ou uma empresa que apresentará uma taxa de custo de oportunidade e por consequência vantagem comparativa capaz de entrar no mercado produtivo.
Como tratado no capítulo, as situações supraexpostas são um contexto ideal, todavia as diferenças de pontos de vista e interesses que existem dentro da sociedade em que se vive (com bilhões de pessoas envolvidas nos processos produtivos e comerciais) torna a teoria um tanto quanto mais complexa. O desafio dos governos é exatamente a contenção do ânimos e tentar, na medida do possível (já que agradar a todos é impossível), administrar as diferenças.
Durante o capítulo, Mankiw nos dá vários exemplos com intuito de ilustração e maior didática do conteúdo apresentado. Além de situações hipotéticas, o autor apresenta notícias de situações ocorridas pelo mundo, como o caso da importação de ovelhas envolvendo os Estados Unidos (potenciais importadores desses animais) e a Nova Zelândia e Austrália (grandes exportadores do produto). Essas relações comerciais estão diretamente relacionadas com questões políticas e até mesmo diplomáticas. Na medida em que os interesses de uns se contrapõem com os interesses de outros o consenso se torna mais complicado de ser alcançado, mesmo que anteriormente já houver algum tratado estipulado ou assinado. As derrotas nos campos mercantis são sempre utilizadas em campanhas políticas, portanto essas relações comerciais se demonstram primordiais para a vida política de um país.
Resenha texto: “O contrabando a serviço da sociedade.”
O texto “O contrabando a serviço da sociedade” fala sobre a prática da tarifação dos produtos estrangeiros (sobretudo no caso brasileiro) e suas respectivas consequências para o mercado interno. A imposição de tarifas pelo Governo pode gerar situações contraditórias, como um desenvolvimento do setor industrial protegido (caso de uma tarifação temporária) e uma perda de eficiência de uma indústria eficiente dentro do contexto mundial, com o desvio de investimentos disponíveis para a indústria ineficiente.
A diferença de preços entre produtos nacionais e estrangeiros é natural, uma vez que o custo de transporte de um determinado produto tem de refletir no seu preço final. Todavia, o que se vê no caso brasileiro é uma discrepância enorme no comparativo de preços entre os produtos. O texto trata do assunto usando como exemplo o mercado de informática, um caso emblemático da tarifação excessiva praticada pelo governo. Elevados impostos de importação, exigência de uso de componentes nacionais na fabricação do equipamento, além de uma burocracia tipicamente brasileira faz com que produtos tecnológicos se tornem inacessíveis para grande parte dos brasileiros.
No decorrer de seus parágrafos, o texto em questão exemplifica as consequências de uma política de tarifação excessiva com a situação de três empresas do ramo de computadores, dentre as quais somente uma possui, naturalmente, uma produtividade viável para a competição no mercado internacional. Ao tarifar o equipamento estrangeiro o governo brasileiro faz com que as outras duas empresas, a priori ineficientes, voltem ao mercado e possam produzir seus equipamentos de modo a competir “de igual para igual” com uma empresa estrangeira. Em um primeiro momento essa proteção pode ser considerada boa, uma vez que manteria o emprego de várias trabalhadores e incentivaria a produção nacional, todavia não se pode esquecer que essas são empresas ineficientes que dependem de ações governamentais para se manterem competitivas. Tomando como base a manutenção da ineficiência produtiva, outros setores da economia altamente eficientes e desde já aptos a competirem internacionalmente e a dominarem o mercado interno, são prejudicados, uma vez que não há uma concentração de recursos produtivos nesse setor eficiente, havendo sim um desvio desse recursos para a manutenção das empresas ineficientes. Ao canalizar todos os recursos para o setor produtivo (automotivo, como exemplifica o texto), não se incorreria no risco de falta de computadores, tendo em vista que o dinheiro da exportação do setor eficiente serviria para importar computadores estrangeiros melhores e com menor preço.
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