Resenha: Maria da Conceição Tavares (1975, parte I, itens A a C, p. 29-53)
Por: lucastorresouza • 3/3/2016 • Resenha • 562 Palavras (3 Páginas) • 776 Visualizações
Entre as características do modelo exportador presentes na América Latina a autora destaca duas delas: as exportações como variável exógena responsável por grande parcela da Renada Nacional e as importações como responsável por suprir grande parcela da demanda interna. Esse setor representava o centro dinâmico de toda a economia desses países.
Quando comparado com o comércio exterior dos países centrais, há diferenças qualitativas importantes. Apesar das exportações também serem essenciais para o fomento da Renda Nacional, não lhes cabia responsabilidade exclusiva. Ela se alinhava aos investimentos autônomos e das inovações tecnológicas. Já com relação às importações, elas eram responsáveis por suprir as necessidades de alimentos e matérias primas e não por praticamente toda a demanda por bens de consumo acabados ou de capital.
Porém, esse modelo sofre diversos abalos no comércio exterior entre os anos de 1914 e 1945. Isso ocorre por conta das duas grandes guerras, além da crise de 30. A queda enorme das receitas de exportações gera um intenso desequilíbrio externo para os países da América Latina. Diante desse cenário, visando defender-se deste desequilíbrio, diversos governos passam a olhar com mais atenção o mercado interno, com intenção de preserva-lo. Essas medidas acabam estimulando a produção voltada para o mercado interno (e a substituição de importações) em detrimento do modelo exportador vigente.
Nesse contexto, a autora faz uma observação importante acerca do termo “substituição de importações”. Segunda ela, esse processo não pode ser entendido de forma superficial, como uma simples diminuição do quantum de importação e aumento da produção interna. Como um dos exemplos que utiliza, ela argumenta que a restrição de importação de um bem acabado, com o intuito de produzi-lo internamente, pode demandar aumento do quantum das mesmas – pois aumenta a necessidade de bens de capital e matérias primas que por vezes só são encontradas no mercado externo.
Na primeira fase deste processo, o esforço se deteve em abastecer a demanda interna de produtos que antes eram importados. Essa dinâmica tende a expandir o mercado interno desses bens, pelo crescimento da renda decorrente do investimento e também pela inexistência de restrições – como havia em caso de importações. Nesse contexto, tem-se uma contradição do processo já antes explicitada: a necessidade de se importar insumos para a produção desses bens. Isso é resolvido através da restrição às importações menos essenciais.
Nesse sentido, “a possibilidade de continuar a substituir depende do tipo de substituições previamente realizadas”. Com isso a autora quer dizer que não é viável continuar substituindo apenas nas faixas de bens finais, pois isso implicaria numa dependência das importações de seus insumos. Assim, é importante investir também nas faixas de bens intermediários – matérias-primas e bens de capital.
Por fim, a autora destaca três elementos que se transformaram em problemas para a continuação deste processo de desenvolvimento: a dimensão e estrutura dos mercados nacionais – as estruturas de produção, cuja escala ótima muitas vezes estava voltada para o consumo de massa, não encontrava correspondência na demanda de países subdesenvolvidos -, a natureza da evolução tecnológica – para um volume
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