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Resenha - O Enigma do Capital, David Harvey

Por:   •  16/5/2019  •  Resenha  •  738 Palavras (3 Páginas)  •  330 Visualizações

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Nos trechos analisados da obra de David Harvey, pertencentes aos capítulos 3 e 5 (“O capital vai ao trabalho” e “O capital evolui”, respectivamente), é feita primeiramente uma análise da questão da produtividade e do excedente de capital, tomando como base o que já foi explanado por Karl Marx. Com o progresso das revoluções tecnológicas, aumenta a taxa de substituição de mão-de-obra humana/orgânica por máquinas. Porém, estas por si só não produzem lucro.

No quinto capítulo, Harvey fala sobre as “esferas de atividade” (teconologias e formas de organização; relações sociais; arranjos institucionais e administrativos; processos de produção e de trabalho; relações com a natureza; reprodução da vida cotidiana e da espécie; concepções mentais do mundo), que funcionam de maneira conjunta e contínua, de forma que nenhuma sobrepuja as outras e nem é independente delas. Porém, as relações nem sempre são harmoniosas, mas sim dinâmicas e possíveis de serem analisadas dentro de vários contextos e níveis.

De volta ao terceiro capítulo, analisado com mais ênfase, a busca eterna e quase natural do ser humano por novidades leva ao progresso cada vez mais acelerado, com uma crença (por vezes não condizente com a realidade) de que todo problema exige uma saída tecnológica ou mudança profunda no quesito organizacional das empresas e meios de produção, caso contrário, o empresário é engolido por seu concorrente. Essa “corrida interminável” pela superioridade torna toda a sociedade dependente de inovações que deixaram as anteriores obsoletas – para os empresários, inclusive, há um medo constante de ficarem para trás, e uma briga nos bastidores por patentes, seja para demonstrar que estão “por cima” ou para deter o controle de uma nova tecnologia que ameace a sua própria (como o exemplo dado dos automóveis elétricos).

E como atingir novos patamares tecnológicos? É aí que se faz presente o Estado, crucial no apoio e investimento/subsídio à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), especialmente em nível superior junto a Universidades, mas também presentes em grandes organizações (inclusive as filantrópicas, fundadas e financiadas por grandes capitalistas). Os Estados Unidos são reconhecidos por tal fomento, e, se transportado para nossa realidade é clara a defasagem – não apenas não há o necessário incentivo como grandes mentes brasileiras são escoadas para os EUA e outros países onde poderão desenvolver seus talentos e serem reconhecidas por tal.

A velocidade com que as inovações não apenas se manifestam, mas tronam-se necessárias à realização de inúmeras funções no mercado de trabalho geram uma intensa movimentação de postos de emprego, e os mais jovens ocupam lugares antes pertencentes aos mais velhos (já que estes não conseguem se adaptar às novas tecnologias a tempo e a contento de seus empregadores – isto acarretaria em custos e perda de produtividade). Os ingressantes no mercado aceitam trabalhar por menos e detêm novos conhecimentos, portanto são muito mais interessantes. Quanto aos agora desempregados, devem passar por processos de “reciclagem”, que, infelizmente, não são suficientes em grande parte das vezes.

Outro ponto citado é o da “avalanche” de novos produtos lançados, com cada vez menos espaço entre uma versão e sua próxima. É a chamada obsolescência programada: um eletrônico

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