Resenha enigma de kaspar hauser
Por: ana180197 • 7/3/2017 • Resenha • 1.043 Palavras (5 Páginas) • 480 Visualizações
O Enigma de Kaspar Hauser- Resenha
O Enigma de Kaspar Hauser é um filme alemão de 1974, descreve a história de um rapaz que foi abandonado na praça de Nurembergn no ano de 1828, o rapaz, de aproximadamente 15 anos, não tinha contato com o mundo exterior, pois desde muito novo viveu aprisionado num calabouço, devido a isso, possuía muitas limitações e vocabulário muito escasso.
Quando encontrado na praça com a carta na mão e imóvel, Hauser não sabia responder as perguntas que lhe eram solicitadas e demonstrava um comportamento totalmente inadequado, uma vez que nunca teve contato com a sociedade. Essa relação de privação com o meio social, fez com que Kaspar Hauser não desenvolvesse suas habilidades e capacidades intelectuais e sociais, explicando assim, a extrema dificuldade de comunicação com outras pessoas.
Ao desenrolar da trama, Kaspar Hauser, é submetido por inúmeras situações vexatórias e humilhantes, onde é apresentado como aberração no circo e sofre preconceito por ter o comportamento diferente dos demais da sociedade. Contudo, a família que acolheu o jovem, propicia um ambiente que contribui para o seu desenvolvimento, e ao longo do filme é perceptível o progresso de Hauser, que apresenta cada vez mais um grau elevado de comunicação e sociabilidade.
A história de Kaspar Hauser tem um triste fim quando o rapaz sofre um atentado e acaba perdendo a vida. Após sua morte, o jovem é levado para autópsia, em que o relatório aponta uma anormalidade no cerebelo que possivelmente afetou seu desenvolvimento intelectual, relatoria que faz as autoridades acreditarem que haviam encontrado as respostas a todas as questões pendentes sobre Kaspar Hauser.
Kaspar Hauser foi um menino que viveu em pequeno espaço isolado, sem qualquer contato com outro ser humano, apenas com um cavalinho de madeira. Mesmo antes de nascer, na perspectiva histórico-social de Vygotsky, o futuro de Kaspar já estava determinado, pois o ato biológico do nascer tem, no mundo humano, o caráter de um evento cultural, antes mesmo de ser concebido, o futuro ser já faz parte do universo cultural dos homens. Durante mais ou menos 15 anos de idade aprendeu, através da repetição, poucas palavras sem atribuir-lhes sentido, ou seja, sem conseguir entender os signos linguísticos daquela que deveria ser sua língua materna (SANTOS, 2013)
A teoria sócio interacionista de Vygotsky tem como pressuposto que o desenvolvimento cognitivo acontece através da interação social entre duas ou mais pessoas, que trocam experiências, criando novos conhecimentos. Entretanto o signo linguístico é a associação que fazemos em nosso cérebro de um significante mais um significado. O significante é a imagem acústica, e o significado é o conceito que damos ao significante, assim o signo é a união do significado mais um significante formando um resultado, um esquema mental, segundo Piaget. (OLIVEIRA, 1982)
Para essa socialização, o professor Daumer leva Kaspar a vários locais, e o primeiro deles consiste na torre em que Kaspar ficou detido. Nesse momento, Kaspar demonstra claramente uma falta de noção sobre distância, tamanho e proporcionalidade. Fala que apenas um homem muito grande poderia ter construído uma torre tão grande. O professor Daumer afirma que ele entenderá como é possível construir uma torre tão alta com a utilização de andaimes, mas que Kaspar só irá entender o dia em que eles forem ver uma obra em construção. (SANTOS, 2013)
Hauser não pensava de forma abstrata e sim de forma literal, sem conseguir compreender o mundo a sua volta. A abstração surge conforme sua interação ao meio. A forma de absorção de algumas explicações da vida exige um impulso dos nossos pensamentos abstratos para formar um resultado esclarecedor. Isso reforça que: o desenvolvimento cultural da criança é o processo pelo qual ela deverá apropriar-se, pouco a pouco, nos limites de suas possibilidades reais, das significações atribuídas pelos homens às coisas. (VYGOTSKY, 1984)
O professor Daumer contou a Kaspar sobre o deserto do Saara. Kaspar ficou muito interessado pelo assunto, inventando uma história sobre o deserto. Porém, ele consegue, até este momento, apenas imaginar o início da história, pois lhe faltam experiências para que possa agregar novos fatos, locais e pessoas ao conto. Recorre-se ao conceito de Vygotsky que explicando que é a experiência da criança que se forma e cresce gradativamente, diferenciando-se por sua originalidade em comparação à do adulto. (VYGOTSKY, 1996).
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