Resumo Transição do Feudalismo para o Capitalismo
Por: Emanuel Artur • 3/4/2019 • Trabalho acadêmico • 3.394 Palavras (14 Páginas) • 488 Visualizações
Resumo
- Autores: Paul sweezy, Maurice dobb, Kohachiro Takahashi
- Titulo do livro: A transição do feudalimo para o capitalismo
- Data de publicacção:1983
- Nome do aluno : Emanuel Artur M. Maciel
Uma crítica
-Paul sweezy
O livro “Studies in the development of capitalismo” de Maurice Dobb apresneta uma analise da transição do modelo feudal pro atual modelo capitalista. Dobb conceitua o feudalismo como uma outra vertente da servidão, usando os termos praticamente como sinônimos em seu livro, tal definição aparenta ser um tanto quanto falha uma vez que a servidão pode existir sem ao menos ter nenhuma ligação com o regime feudal, já que a relação de servidão esta presente em diferentes modelos econômicos ,épocas e regiões, assim como Engels escreveu em uma de suas ultimas cartas endereçadas a Marx "certamente servidão e dependência não são uma forma específica medieval-feudal, encontramo-la em toda parte ou quase toda parte onde os conquistadores fizeram os antigos habitantes cultivarem a terra para eles “.Portanto segundo a analise feita pelo Dobb, penso eu que sua definição de feudalismo é um tanto quanto superficial uma vez que o conceito dado por ele se aplica mais a uma família de sistemas socias que utilizavam a servidão do que sistema feudalista em si.
Claramente o principal alvo de pesquisa do modelo feudal para Dobb era a Europa Ocidental , uma vez que foi nessa que região que o capitalismo tomou forças e se consolidou como o modelo que ele é atualmente. Portanto acredito que ele deveria apontar com grande clareza quais são, para ele, as principais características do feudalismo da Europa ocidental, fazendo em seguida uma análise teórica das leis e tendências de um sistema dotado dessas características.
Porem com tais afirmações não desejo afirmar que Dobb não conhecia a fundo o modelo feudalista, uma vez que ele traça um esquema claro das principais características do modelo feudal.
Com tudo Dobb resumo o declínio do feudalismo à “Frequentemente nos defrontamos com o quadro de uma economia mais ou menos estável que foi desintegrada pelo impacto do comércio, o qual atuava como força externa e se desenvolvia fora do sistema, que finalmente derruba. Dão-nos uma interpretação da transição da velha para a nova ordem que encontra as sequências causais dominantes na esfera da troca entre a economia senhorial e o mundo exterior. "Economia natural" e "economia de troca" são duas ordens econômicas que não podem misturar-se, e a presença desta, dizem-nos, é suficiente para causar a desintegração da primeira”. Entretanto se examinarmos o problema pode se observar que o aumento do comercio culminou no progresso do processo de servidão, com isso houve uma desistência em massa dos servos para com suas atividades feudais culminando do rápido declínio do feudalismo.
Dobb sustenta sua teoria citando varios fatores que ele considera característico do feudalismo. O elevado desprezo aos servos considerando os apenas uma fonte de renda. Alem do exponencial crescimento da classe parasita (Nobres), que eram sustentados pela classe servil, que eram obrigados a sustentar o luxo surreal das famílias nobres que não produzia nada.
Porem a argumentação de Dobb da fuga de servos pelo alto nível de exploração é confrontada pelo fato de que a vida fora do feudo era um tanto quanto pior ,uma vez que os “fugitivos” não teria pra onde ir e com isso acabariam tendo dificuldades maiores do que tinham no feudo, mesmo com a exploração excessiva. Porem a fuga dos servos não deixa de ser um dos fatores crucias para queda do feudalismo, quando a aliada ao crescimento de cidades ocorrido nos seculos XII e XIII que funcionaram como imas para a população oprimida do campo oferecendo maior liberdade e uma chance de ascensão social, fazendo começar a nascer a classe burguesa que iria a frente acabar com o sistema feudal ao impulsionar o mercantilismo e consolidar de vez o sistema capitalista
Uma réplica
-Maurice Dobb
O artigo de Paul Sweezy sobre a transição do feudalismo para o capitalismo levanta de maneira clara e interessante várias questões importantes, cujo debate só pode trazer benefícios à compreensão do desenvolvimento histórico e do marxismo como método de estudo desse desenvolvimento. Essa definição, segundo ele, assenta na virtual identificação do feudalismo com servidão se se entende pela última não apenas a prestação de serviços compulsórios mas a exploração do produtor mediante coação direta político-legal. Insinua-se, até, que essas relações de troca (em contraste com as relações de produção) constituem o foco de atenção na interpretação feita por Sweezy do processo histórico (Para ele, "a característica crucial do feudalismo", por exemplo, é "ser um sistema de produção para uso").
Os métodos de produção eram relativamente primitivos, e (ao menos no que respeitava à própria subsistência do produtor) eram do tipo a que Marx se referia como "pequeno modo de produção", no qual o produtor possui os meios de produção, na qualidade de unidade produtora individual.Tal relação de produção talvez seja em si mesma capaz de considerável variação, de acordo com a forma que assume a extração obrigatória do produto excedente: seja prestação direta de serviços ou apropriação de tributos em espécie ou dinheiro.
Apesar de ter havido, inquestionavelmente, importantes diferenças entre as condições na Europa ocidental e na oriental, havia também extraordinárias semelhanças no que diz respeito à "forma pela qual era extraído trabalho excedente não remunerado dos produtores diretos"; Nota-se que foi à forma pela qual o trabalho excedente é apropriado mediante tributos em espécie ( e a esta forma especificamente ) que Marx se referiu como sendo "bastante adequada para tornar-se a base das condições sociais estacionárias, tais como as que vemos na Ásia".Sweezy matiza a sua declaração dizendo que o sistema feudal não é necessariamente estático. Ninguém está sugerindo que a luta de classes dos camponeses contra os senhores deu origem, de maneira simples e direta, ao capitalismo. O que ela fez foi modificar a dependência do pequeno modo de produção em relação à suserania feudal e, com o tempo, libertar o pequeno produtor da exploração feudal.
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