Segundo Lima (2005:1), a concorrência foi sempre um pressuposto fundamental para o funcionamento da economia capitalista
Por: helder.sousa • 14/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.836 Palavras (8 Páginas) • 552 Visualizações
1. Introdução
Segundo Lima (2005:1), a concorrência foi sempre um pressuposto fundamental para o funcionamento da economia capitalista, desde os Clássicos. Segundo eles, existiria a situação denominada de concorrência perfeita, onde haveria um número grande de produtores, bem como de compradores, onde a acção de um deles não afectaria o mercado. No entanto, com o passar do tempo percebeu-se que a concorrência perfeita, na forma pensada por estes, não ocorria realmente no sistema.
A partir disso, foram desenvolvidas novas teorias que visavam explicar o funcionamento dos mercados. Com isto passou-se a ter um conjunto básico das formas de concorrência que são, de forma geral: monopólio, oligopólio, monopsónio, oligopsónio e concorrência perfeita.
Ainda segundo o mesmo autor, apesar desta evolução nos conceitos, nem sempre observamos que um sector atenda os requisitos para enquadrar-se em uma forma de concorrência, em sua plenitude. Mesmo assim, os conceitos são de grande valia para que possamos cercar o estudo dos sectores.
O presente trabalho procura mostrar em linha gerais, os principais pontos que caracterizam as estruturas de mercado, buscando uma análise mais aprofundada no estudo de caso de uma forma de mercado intitulada “monopsónio”.
1.2. Objectivo geral
Compreender a forma de mercado de tipo Monopsónio.
1.3. Objectivos específicos
Caracterizar a forma de mercado de tipo Monopsónio;
Compreender como se dá o exercício do poder do monopsónio contra os fornecedores.
1.4. Metodologia
A metodologia usada para a realização do presente trabalho é a revisão de literatura, isto é, busca, selecção, interpretação cruzamento de conhecimentos e sistematização final dos conhecimentos em um único. As obras que constituíram fonte dos conhecimentos foram fornecidas pelas bibliotecas e artigos científicos.
2. Operacionalização de conceitos
Falar de monopsónio, é falar da parte do mercado referente aos vendedores. É aqui onde reside uma outra forma de actuação das empresas, um mercado onde existem muitas empresas vendedoras de um determinado produto para uma única empresa compradora, neste caso o monopsónio. Assim, as empresas atuam pelo lado da demanda, ou melhor tornam-se demandantes deste produto no mercado.
Segundo Campos (2013:10) monopsónio é uma forma de mercado com inúmeros vendedores ou fornecedores de produtos finais, e apenas um comprador chamado de monopsonista, ou melhor, é um tipo de competição imperfeita do mercado, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um vendedor e vários compradores.
Um monopsonista tem poder de mercado, devido ao fato de poder influenciar os preços de determinado bem, variando apenas a quantidade comprada. Os seus ganhos dependem da elasticidade da oferta. Se a oferta for muito elástica a redução do preço será pequena, mas com uma oferta muito inelástica a redução será grande, e o comprador terá um grande poder de monopsónio. Esta condição também pode ser encontrada em mercados com mais de um comprador.
Neste tipo de actuação, o monopsonista tem um controle significativo sobre o preço que deseja pagar por um bem. Desta forma, a empresa torna-se uma definidora de preço, pois sendo a única compradora, adquire força para impor o preço de compra.
Em Moçambique por exemplo, este tipo de actuação podemos verificar no mercado da castanha de caju; copra; algodão; plantação de cana-de-açúcar etc, onde as empresas numa determinada região produtora (Distritos e Localidades), tornam-se as únicas demandantes este produto, chegando a influenciar o preço de compra.
Maciel (2010:92) destaca que duas as causas principais do aparecimento de monopsónio:
Especialização do factor de produção para uso determinado: se apenas uma firma for a produtora do bem final, seria, consequentemente, monopsonista na compra do recurso produtivo;
Imobilidade do factor de produção: falta de mobilidade para fora de certas áreas ou de certas firmas;
Segundo Antunes (2013:15), uma empresa monopsonista emprega menos factores de produção do que uma empresa competitiva. Assim sendo, como e única demandante de factores de produção tem a liberdade de pagar um preço menor por estes. Para a compreensão matemática do modelo do monopsónio, considera-se que os produtos derivados (D) sejam produzidos a partir da matéria-prima (I). Supondo que a empresa domine o mercado de factores no qual opera, nesse caso a função da produção de derivados seria:
D=q(I)
Onde:
D - quantidade produzida do produto final (derivados);
I - quantidade utilizada de matéria-prima;
q - forma implícita da função de produção que liga I a D.
O lucro da indústria processadora na produção de derivados seria:
π=q(I)∙Pd-I∙Pi-σ
Onde:
π - Lucro do processador na produção de derivados
Pd - preço dos derivados;
Pi - preço da matéria-prima, que depende da quantidade comprada desse produto pelo processador
σ - Custo de outras matérias-primas usados na produção de derivados
A condição de primeira ordem de maximização do lucro do monopsonista seria obtida, derivando-se a segunda equação, com respeito à quantidade de matéria-prima que seria comprada. Assim teremos:
(dq (S))/dS∙P_(D=ao valor do produto marginal da materia prima e;)
S∙(dP_S)/dS+P_(S=ao custo marginal de (S)na producao de (D))
Nota-se que, o produto marginal mede quanto a última unidade de matéria-prima utilizada acrescenta à receita proveniente da venda dos derivados, enquanto o custo marginal de (S) indica quanto custou, ao monopsonista, a última unidade de matéria-prima adquirida. A quantidade de matéria-prima a ser comprada para maximizar o lucro do monopsonista seria dada pela igualdade entre o valor do produto marginal
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