Tópicos Especiais em Economia Criativa
Por: Laura Machado Neres • 23/10/2020 • Resenha • 1.134 Palavras (5 Páginas) • 149 Visualizações
Campo Grande MS, 02 de setembro de 2020.
Nome: Laura Machado Neres
Matéria: Tópicos Especiais em Economia Criativa
Professor: Carlos Roberto Gabriani
A Abordagem Neoclássica do Progresso Técnico
O artigo apresenta como a teoria neoclássica teve êxito com o uso de modelos de progresso técnico e de crescimento exógeno, para tornar o progresso técnico uma função de decisões econômicas, possibilitando uma abordagem endógena do progresso técnico.
Pressupostos Metodológicos: Racionalidade Maximizadora e Interações de Equilíbrio
Na visão neoclássica, era baseada apenas em fatos comprovados matematicamente, tornando conceitos teóricos inicialmente não-científicos. A Teorização econômica deveria aceitar os modelos de equilíbrio, a fim de obter modelos econômicos formais e abstratos cada vez mais refinados.
O método de equilíbrio consiste na aplicação simultânea de dois postulados comportamentais:
- Os agentes econômicos agem em seu próprio interesse; e
- Os mercados jamais são caracterizados por excesso de oferta e de demanda (Vercelli, 1991, p. 130).
Na formulação e no desenvolvimento de modelos matemáticos com solução analítica de equilíbrio, o primeiro postulado e o segundo postulado são traduzidos, respectivamente, nas hipóteses de que:
(a). Os consumidores representativos' maximizam sua função utilização e, ao mesmo tempo, as firmas representativas maximizam lucros, sob condições de previsão perfeita ou de expectativas racionais" sobre o futuro a partir de variáveis econômicas relevantes para a tomada de decisões,
(b) em todo período de tempo, presente e futuro, vigora o equilíbrio de expectativas racionais.
Tecnologia e Dinâmica tecnológica
A velha visão da tecnologia como elemento exógeno
A hipótese era que o progresso técnico é exógeno, surgindo na economia automaticamente, não sendo uma variável de decisão de agentes econômicos. Ao invés de explicar sua origem ele apena admite sua existência e supõe que esteja crescendo a uma taxa exógena e constante. Onde a tecnologia é percebida como um bem público puro: não rival e não exclusivo.
A não-rivalidade significa que o uso ou consumo de um bem público por um agente econômico não exclui a possibilidade de uso ou consumo por outros agentes econômicos. Por sua vez, a não-exclusividade significa que a propriedade do bem não pode ser atribuída corno direito exclusivo a um único agente econômico, portanto., ele não pode ser comprado, vendido ou possuído.
As características de bem público puro, por seu turno, implicam a ausência de incentivos para gerar novas ideias ou novos projetos de bens intermediários ou bens de consumo.
A nova concepção da tecnologia
Bem semipúblico: não rival e parcialmente excludente
A nova visão da tecnologia, produz dois tipos de produtos: pesquisa comercial de informações técnicas específicas, que possibilita o uso de patentes e de uso mais geral, com aplicabilidade mais ampla. A tecnologia é considerada um bem semipúblico, apresentando duplo caráter de bem não rival e parcialmente sujeito à excludência.
Esta nova concepção de tecnologia permite formular modelos com progresso técnico endógeno. De um lado, para justificar o investimento privado em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, é introduzido um referencial de concorrência imperfeita; e do outro, para garantir oportunidades tecnológicas ilimitadas, é adotada a hipótese de retornos crescentes à produção de novos projetos de bens econômicos, conforme será visto em maior detalhe nos próximos itens (Romer, 1994).
Retornos crescentes à escala na produção e concorrência imperfeita
Para serem consumidos, os bens não-rivais só precisam ser produzidos uma vez e, portanto, as ideias de produtos e processos, enquanto bens não rivais, apresentam um custo fixo de produção e um custo marginal zero.
Desde que ocorra o processo de produção de novos bens a partir de urna ideia original com um custo fixo e um custo marginal constante, a produção da firma é caracterizada por retornos crescentes à escala, destarte, para auferir as rendas de monopólio, as firmas podem e devem vendei seus produtos a preços acima dos custos marginais de produção. A possibilidade de exclusão do conhecimento, ainda que de caráter parcial, permite a apropriação desses lucros adicionais associados à inovação.
Externalidades tecnológicas e retornos crescentes à escala agregados: em atividades de inovação e de produção do bem de consumo final
Em nível macroeconômico ou agregado, as externalidades tecnológicas, por seu turno, geram dois efeitos dinâmicos de longo prazo: 1º o produto marginal na produção de novos projetos ou ideias aumenta, na medida que aumenta o estoque de conhecimento da economia. 2º O segundo efeito resulta também da capacidade do conhecimento tecnológico de atuar sobre cada um dos fatores de produção rivais (por exemplo, capital físico e capital humano), fazendo com que a relação entre a quantidade do produto que se obtém por unidade de insumo seja maior quando ele é utilizado combinado com novos conhecimentos.
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