Trabalho Final Curso de Curta Duração Agronegócio
Por: Matheus Pezzini Backes • 18/10/2021 • Ensaio • 1.371 Palavras (6 Páginas) • 162 Visualizações
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Atividade individual Matriz de análise | |
Disciplina: Agronegócios | Módulo: Atividade individual |
Aluno: Matheus Pezzini Backes | Turma: 06-2021 |
Tarefa: | |
Introdução | |
Este trabalho visa responder às provocações deixadas pelo professor da disciplina para a conclusão do curso. Basicamente se analisará questões decorrentes e baseadas na situação econômica ocorrida no Brasil em 2016 quando a produção brasileira de feijão foi seriamente comprometida devido a fortes chuvas na região Sul e à seca na região Nordeste. As questões são elencadas no corpo do texto e respondidas na sequencia apresentada pelo professor. | |
Análise | |
Uma quebra de safra causa, inevitavelmente, uma diminuição da quantidade ofertada do bem agrícola atingido. No caso da quebra da safra de feijão, houve uma consequente diminuição da quantidade ofertada de feijão. Além disso, os bens agrícolas possuem características peculiares. Neste caso é necessário pontuar duas:
Dessa forma, a representação gráfica, por meio do diagrama da oferta e da demanda, da consequência da quebra de safra de feijão será a seguinte: [pic 2][pic 3][pic 4] Após período sazonal em que as safras de feijão voltem ao normal, naturalmente a oferta de feijão também voltará. Além disso, pela característica dos mercados do agro de uma alta elasticidade da oferta, se mantido o aumento do preço do feijão no longo prazo, novos players vão entrar no mercado e os que se manterem aumentarão sua produção, também contribuindo para o retorno do ponto de equilíbrio da oferta e da demanda ao estágio anterior ao da quebra de safra.
Como referido na questão anterior, os produtos do agronegócio possuem baixa elasticidade preço da demanda. Isso decorre da sua essencialidade, fazendo com que independente da subida ou da descida dos valores desses produtos, o mercado continua demandando uma quantidade muito parecida. Dessa forma, uma vez que com a quebra de safra há uma queda na quantidade de feijão ofertada e, em decorrência da baixa elasticidade, há manutenção da demanda, o preço do produto deve subir. Isso efetivamente aconteceu na quebra de safra do feijão em 2016 como noticiado pelo G1: “De acordo com o IBGE, que mede a variação nas capitais, o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio. No acumulado dos últimos 12 meses até maio, a alta é de 41,62%”[1].
Como decorrência direta da quebra de safra, os produtores que não conseguiram colher suas plantações tiveram sua renda abruptamente reduzida. Enquanto isso, de modo indireto, os produtores que saíram ilesos das intemperes tiveram aumento da sua renda, beneficiando-se do aumento do valor do seu produto causado pela escassez provocada pela quebra de safra dos outros produtores.
Os principais mecanismos de proteção da renda dos produtores rurais no caso de quebra de safras são o Seguro Rural, o qual é atrelado ao zoneamento rural, e o crédito rural. No Seguro rural no Brasil chama-se Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). O garante a amortização ou liquidação de custeios agrícolas financiados, na proporção das perdas apuradas, e permitir o recebimento dos recursos. O programa esta atrelado à utilização do zoneamento agroclimático e a adoção de técnicas específicas de acordo cm o clima e solo. Esse programa, contudo, não é eficiente no caso de já ter ocorrido a quebra de safra e o produtor não o utilizou pra se resguardar. No crédito rural o governo brasileiro subsidia linhas de crédito para todos os tipos e tamanhos de produtores rurais. Nesse programa os financiados ganham prazos maiores para pagamento a taxas de juros mais baixas, facilitando o custeio, investimento, comercialização e a industrialização no agronegócio. O programa pode auxiliar na proteção da renda dos produtores rurais atingidos pela quebra de safra do feijão na medida que ele os recapitaliza para realizarem as próximas safras.
Para proteger os consumidores de uma alta dos preços, o governo pode utilizar a política de preços máximos. Dessa forma, mesmo com a queda na oferta com a manutenção a demanda, os preços, em tese, permaneceriam os mesmos em vista da fixação de uma pauta legal. Para garantir a efetividade dessa política, o governo pode fiscalizar se os estabelecimentos estão respeitando esse preço máximo e aplicar multas e punições aos que descumprirem a regra. Tal prática, contudo, não é recomendada para manutenção de um mercado saudável, competitivo produtivo. O aumento de preços não só onera os consumidores, mas manda uma importante informação para os agentes econômicos, incentivando a produção do bem. Dessa forma, no longo prazo, com a entrada de novos players, o mercado tenderá a retornar a um equilíbrio de mercado com preços mais baixos e propícios aos consumidores. Na própria crise causada pela quebra de safra o governo brasileiro não adotou tal política. Buscou uma alternativa: política fiscal. O Estado realizou a diminuição da taxação de feijão importado de outros países para incentivar um aumento da oferta no curto prazo e reduzir a alta dos preços: “Maggi deu detalhes da medida a jornalistas após reunião com Temer no Palácio do Planalto. Ele informou que a prioridade será trazer o feijão do Mercosul, da Argentina e do Paraguai, por exemplo, mas o Brasil já não cobra imposto das importações vidas dos países do bloco.O ministro não explicou como será feito o estímulo no caso do feijão produzido no Mercosul.[2]” Tal política, além de mais pragmática, é mais republicana e eficiente, não interferindo diretamente na dinâmica de formação de preços e mantendo as regras mínimas da dinâmica de mercado. | |
Conclusão | |
Diante todo o exposto, conclui-se que a quebra de safra de feijão reduziu a oferta do produto no curto prazo sem reduzir a demanda (questão 1), consequentemente houve um aumento do preço do produto na prateleira do supermercado (questão 2). Os produtores atingidos pela quebra de safra tiveram sua renda diretamente atingida, enquanto os produtores de feijão que tiveram uma colheita normal obtiveram um grande aumento de sua renda, que foi alavancada pela alta do preço (questão 3). Para socorrer os produtores atingidos, o Estado brasileiro deveria, antes do ocorrido, ter incentivado a utilização de seguros rurais, e após o ocorrido, poderá realizar financiamentos subsidiados a esses produtores para possibilitá-los se manterem na atividade e “recomeçarem” suas produções (questão 4). Por fim, quanto à proteção aos consumidores, havia a possibilidade de utilização da política de preços máximos, mas, entende-se que corretamente, foi empregada uma política fiscal que estimulou a importação de feijão para “segurar” a alta de preços e manter a segurança alimentar dos brasileiros (questão 5). | |
Referências bibliográficas | |
MENDES, J. T. G. e Padilha Junior, J. B. Agronegócio: Uma abordagem econômica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. SAVOIA, J. R. F. (Coord.). Agronegócio no Brasil: uma perspectiva financeira. São Paulo: Saint Paul Editora, 2009. PINDYCK, R. S. e RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1999. VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. NICHOLSON, W. Microeconomic Theory: basic principles and extensions. 9. ed. New York: South-Western/Thomson, 2005. Temer anuncia importação de feijão para combater alta de preço. G1.com. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2016/06/temer-anuncia-importacao-de-feijao-para-combater-alta-de-preco.html>. Acesso em 12/08/2021. |
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