Trabalho de Economia Empresarial

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV (CONEXÃO SJC)

MAURICIO FELIPE FERNANDES

Considerando as mudanças mundiais decorrentes da pandemia da COVID 19, o Boletim FOCUS do Banco Central alterou a projeção do PIB brasileiro de 2020, de 2% para (-) 6,48%.

Questão: Quais foram as principais medidas tomadas pelo Governo, entre 01 de abril até 30 de maio, sob a ótica das políticas econômicas (Monetária, Fiscal e Cambial), para tentar atenuar esta queda tão profunda? Cite e explique.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

2020

Antes de relacionarmos o PIB X COVID 19 X principais medidas tomadas pelo governo brasileiro, é necessário realizarmos entendermos o que é o PIB.

O produto interno bruto, cuja sigla é mais conhecida como PIB, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística), é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade em um intervalo específico de tempo, nessa conta, entram todos os bens e serviços consumidos pelas pessoas, empresas e governo. O PIB é um indicador econômico bastante utilizado a macroeconomia para medir a atividade econômica, tendo como análise do resultado do crescimento econômico do lugar em questão, o PIB é considerado por muitos o principal termômetro de uma economia. O cálculo do PIB considera somente bens e serviços finais produzidos no trimestre ou no ano em questão, portanto, ele representa somente o valor adicionado gerado por todas as atividades da economia, ou seja, os produtos e serviços novos.

Uma das maneiras de se calcular o PIB é sob a ótica da demanda, por meio da fórmula:

PIB = C + G + IP + IG + X – M

Sendo que:

        C = Consumo das Famílias

        G = Gastos do Governo

        IP = Investimento Privado

        IG = Investimento do Governo

        X = Exportações

        M = Importações

Lembrando que:

        C + IP = Política Monetária (BC)

        G + IG = Política Fiscal (Executivo e Legislativo)

        X – M = Política Cambial (BC)

De acordo como Ministério da Economia, até o dia 20/03/2020 a projeção do PIB para 2020 era de 2,1%, porém, de acordo com o boletim FOCUS que é emitido pelo Banco Central, a projeção do PIB brasileiro para 2020 é de -6,48%, ou seja, podemos supor que a queda da projeção deste indicador econômico nos mostra que temos menos produtos produzidos novos, menos dinheiro circulando na economia, que é uma coisa ruim para todo o país.

O ano de 2020 é um ano de incerteza para todos os países do mundo no viés econômico, por conta da pandemia da COVID 19. No Brasil especificamente teremos uma queda considerável, e o governo brasileiro tenta com medidas econômicas tentar atenuar esta queda tão profunda. O intuito no momento é relacionarmos o PIB sob a ótica da demanda com o impacto que as medidas econômicas terão sob o PIB.

Política Monetária (Consumo das Famílias + Investimento Privado)

1. Consumo das Famílias

1. 01/04/2020 - O auxílio de R$600,00 para trabalhadores informais, desempregados, microempreendedores individuais (MEIs) de famílias de baixa renda e trabalhadores intermitentes que estejam inativos no momento. Mães que sejam as únicas responsáveis pelo sustento de suas famílias poderão receber até R$1.200,00.

Este auxílio impacta diretamente na questão do consumo das famílias, pois esta medida econômica tem como o intuito ajudar as famílias brasileiras terem os recursos para que possam consumir bens e serviços, apesar dessa medida ser positiva, sabemos que o valor é baixo, e se compararmos com outros países, como por exemplo, os Estados Unidos onde o auxílio chega a US$1.200,00 e pode variar dependendo da situação do requerente. Este auxílio é apenas uma medida paliativa, mas devemos ressaltar que apesar do pequeno valor, o auxílio ajuda as famílias a terem um poder de compra para consumir, que é essencial para o desenvolvimento econômico do país.

1. Investimento Privado

1. O BNDES Crédito Pequenas Empresas disponibilizou crédito rápido, ágil e flexível a micro, pequeno e médios empresários (empresas com faturamento de até R$ 300 milhões por ano). A operação se dá por meio da rede de agentes financeiros parceiros, públicos e privados. A linha possui orçamento de R$ 5 bilhões, oferecendo financiamento no valor de até R$ 70 milhões anuais, com carência de 24 meses e prazo para pagamento de até 60 meses. Não há necessidade de justificar a destinação destes recursos.

1.  01/05/2020 - A Medida Provisória (MP) nº 958, que suspende até 30 de setembro uma série de exigências previstas para a contratação de operações de crédito com instituições financeiras públicas, foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (27/4). O objetivo dessa MP é tornar mais ágil e eficiente o processo de liberação de recursos por famílias e por empresas, dando fôlego a todos para enfrentar a crise gerada pelo novo coronavírus. Além de simplificar o processo de análise e concessão de crédito, neste momento de fortes restrições ao fluxo de caixa das empresas, a nova legislação libera a pessoa física de comprovar regularidade perante a Justiça Eleitoral na hora de contratar crédito, retirando possível entrave adicional à concessão de crédito nesse período de calamidade pública.
2.  20/04/2020 - A Caixa Econômica Federal e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) anunciaram uma linha de crédito no valor de R$ 7,5 bilhões destinada a micro e pequenas empresas e aos microempreendedores individuais (MEIs). O objetivo é apoiar os pequenos negócios diante na crise provocada pela Covid-19.

O intuito destas medidas de crédito é para que as empresas, em especial as de menor porte, possam ter recursos para cumprir com suas obrigações e para que também possam realizar investimentos privados. O Estado, precisa gerar um ambiente econômico que permita, o aumento dos investimentos públicos e privados e esta medida possibilita que as empresas tenham recursos para realizar investimentos no setor privado. Além da questão dos investimentos privados, as empresas podendo arcar com os salários de seus colaboradores também auxilia no consumo das famílias.