Trabalho de Microeconomia
Por: República Pink • 24/11/2015 • Trabalho acadêmico • 3.790 Palavras (16 Páginas) • 1.138 Visualizações
- INTRODUÇÃO
A extração de metais como ouro, prata e bronze, matérias essas procuradas desde há época mercantilista, cenário em que os portugueses trouxeram para o Brasil na época do seu descobrimento. Porém em um primeiro momento, nenhuma matéria como o ferro foi encontrado, os primeiros a serem utilizados foram trazidos originados da Europa para a construção de instrumentos usados nas lavouras.
Em 1554, foi descoberto depósitos de pratas e minérios de ferro no interior da capitania de São Vicente (atual estado de São Paulo). Com o passar dos anos, começou-se a produção de ferro a partir da redução do minério no Brasil, sua primeira fábrica foi em São Paulo, depois a descoberta de ouro em Minas Gerais e a partir de então se têm o desencadeamento e novo estímulo para a siderurgia no Brasil. Um marco importante para esse progresso da siderurgia brasileira, data desse período: a fundação, em 1876, da Escola de Minas de Ouro Preto, que formaria a partir de então Engenheiros de Minas, Metalurgistas e Geólogos.
Durante a década de 90, se deu início o processo de privatização das siderúrgicas, pelo visível esgotamento do modelo com a forte presença do estado. Essa privatização trouxe ao setor um expressivo afluxo de capitais, em composições acionárias da maior diversidade. Assim, muitas empresas produtoras passaram a integrar grupos industriais e/ou financeiros cujos interesses na siderurgia se desdobraram para atividades correlatas, ou de apoio logístico, com o objetivo de alcançar economia de escala e competitividade.
Dentre as grandes empresas produtoras de aço, destacamos a Usiminas situada em todo o Brasil, mas suas empresas atuantes no mercado siderúrgico são situadas em Ipatinga – MG, Cubatão – SP e Vitória – ES (USIMINAS, 2015).
Atualmente, destacaram-se notícias sobre desligamentos de alto-fornos nas Usiminas de Cubatão e Ipatinga. Com ênfase na Usiminas em Ipatinga, isso ocorreu por uma decisão da diretoria, realizada em reunião na segunda-feira (dia 18/05/2015) onde foi decidido que os equipamentos seriam desligados a partir do dia 31 de maio a 04 de junho de 2015, respectivamente. Isso ocorreu, por diversos fatores, descritos pelos envolvidos, dentre eles podemos destacar a queda no consumo, pela deterioração da economia e a inversão da curva com uma queda de 6% em relação a 2014, e a tendência é que essa curva continuaria caindo em até 10% de acordo com dados estatísticos relatados pelo Instituto Aço Brasil (IABr). Sem demanda, por seu produto estar diretamente relacionado com o setor automobilístico, e que esse, por sua vez, em detrimento a crise, registrara de janeiro a abril a pior produção de veículos dos últimos oito anos, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Distribuição, outro setor importante na economia, onde em novembro o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA) previa para 2015 um crescimento de 2%, mas na verdade houve uma queda de 5%, e esse dado deverá ser ajustado para uma queda ainda maior, podendo chegar ainda aos seus 10%.
Esses são alguns problemas onde é visto claramente o motivo dos desligamentos dos alto-fornos, que provocam uma reação em cadeia que prejudicará além de vários setores econômicos, pessoas envolvidas na relação empregatícia na cidade de Ipatinga.
- OBJETIVO
O presente trabalho possui como finalidade compreender e discutir o evento do desligamento do alto forno 1 da empresa, produtora de aço, Usiminas, localizada na cidade de Ipatinga - Minas gerais, com os aspectos que permeiam a teoria microeconômica estudada na disciplina do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Ouro Preto.
- METODOLOGIA
A metodologia de trabalho desenvolvida objetivou analisar a literatura existente a cerca da problemática abordada, onde foram analisadas literaturas referentes ao mercado siderúrgico brasileiro, a atual crise econômica, o mercado automobilísticos e sobre as variáveis que permeiam o fato do desligamento do alto-forno da Usiminas em Ipatinga - Minas Gerais.
O trabalho pode ser considerado de caráter qualitativo, por “analisar situações a partir de dados descritivos, buscando identificação das causas, efeitos e consequências que são essenciais para a compreensão do fato a ser estudado” (ARAÚJO, 2013, p. 39).
Quanto a pesquisa, tem-se como classificação uma pesquisa descritiva, uma vez que o objetivo inicial é descrever as características de um fenômeno ou de uma experiência “(VERGARA apud ARAÚJO, 2013).
- REFERENCIAL TEÓRICO
- A ATUAL CRISE ECONÔMICA DO BRASIL
A atual crise econômica pode ser caracterizada conforme empresários e economistas, um reflexo dos equívocos cometidos pelo governo federal, resultados da política econômica adotada pela presidente Dilma Rouseff (PT). Segundo Carreiro (2015) vê-se sinais da crise presente no âmbito profissional, por parte de investidores, empresários e economistas; e no âmbito populacional, onde os efeitos da crise podem ser vistos mais claramente, por exemplo na desaceleração do consumo das famílias devido ao fim dos programas de incentivo ao consumo e a menor oferta de crédito. Carreiro (2015) acrescenta também que aliado aos fatores mencionados anteriormente, encontra-se à retração da indústria, à inflação e à baixa taxa de investimentos, resultando assim em um cenário de crescimento pequeno do Brasil.
A inflação é um dos principais problemas do Brasil atualmente. E esse fator pode ser confirmado, pelo fato de consultorias econômicas estimarem que pela primeira vez em 12 anos, em 2015 haverá um estouro do teto da meta de inflação. Essa meta, refere-se ao nível “desejável” da inflação anual que é definido com dois anos de antecedência pelo Conselho Monetário Nacional, diretamente ligado ao Banco Central. A meta deste ano é estimada em 4,5%, sendo dois pontos percentuais de tolerância, para cima e para baixo (COSTAS, 2015). Um outro fator problema é a falta de confiança no banco central, que gera uma desconfiança do mercado brasileiro. Desta forma, cria-se um ambiente impróprio para investimento e há consequentemente uma redução da taxa de investimento, inviabilizando melhorias. Verifica-se que “a taxa de investimento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 19,7%, inferior à de 2013, quando registrou 20,5%” (JIMENEZ & MENDONÇA, 2015).
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