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A Análise do Setor de Ecommerce no Brasil

Por:   •  12/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.044 Palavras (9 Páginas)  •  127 Visualizações

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Empresa escolhida para análise: Petrobras

A Petrobras é uma empresa de economia mista, majoritariamente controlada pelo Governo do Brasil, no setor de energia com foco em exploração, produção e refinamento de petróleo e derivados. É uma das maiores empresas do mundo, listada na lista da Forbes.

Produzindo quase 2 mil barris de petróleo por dia, é responsável por 70% de todo o combustível consumido no país, gerando no primeiro trimestre de 2022, lucro líquido de US$ 8,4 Bi, um salto de 96% em relação ao trimestre anterior.

Constituindo a maior empresa do Brasil em receita líquida, iremos executar uma análise PEST para analisar os fatores externos e suas tendências.

A Análise Pest

Essa é uma ferramenta utilizada para analisar tendências do macroambiente, avaliando as seguintes dimensões:

Política

Quais os principais objetivos políticos nos próximos anos, grupos que podem ser atendidos nos governos vigentes, reformas e influências da política nacional no mercado.

Economia

Como a economia deve se comportar no futuro, perspectiva de PIB, variações no câmbio e juros, balança comercial, inflação e outros fatores.

Sociedade

Que mudanças sociais podem ocorrer nos próximos anos, influência de grupos no consumo, mudanças em preferências e estilo de vida, ideologias e estruturação de classes.

Tecnologia

Quais os avanços mais notáveis para os próximos anos e como isso impacta nos próximos anos?

Levando em consideração os aspectos de análise do modelo PEST, iremos colocar a Petrobras por essa ótica, para identificar as tendências do macroambiente

Aspecto Político

Sob o espectro político, nos encontramos em um ano de eleições presidenciais, crucial para o futuro da companhia, sendo o Presidente da República responsável pela indicação do Presidente da Companhia, possuindo forte influência nos cargos do conselho e na companhia como um todo. Nesse sentido, devemos analisar os dois principais nomes concorrentes ao cargo de chefe do executivo, e suas correntes de pensamento em relação a corporação e o cenário do setor de energia no país.

Em meio a uma crise de alta no preço dos combustíveis por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia, com os Estados Unidos e União Europeia impondo fortíssimas sanções ao governo russo, o preço do barril de petróleo disparou internacionalmente, preço que a Petrobras acompanhou por conta de sua política de paridade de preços internacionais, que iguala o preço do barril no Brasil ao maior praticado internacionalmente. Sendo responsável por grande parte da distribuição de combustível no país, os brasileiros viram os preços nas bombas dispararem, com alta de 12% na gasolina e 48% no diesel em apenas 12 meses, encarecendo a vida de quem usa o carro como instrumento particular e dos que usam como sustento, como a classe de caminhoneiros autônomos. Nas empresas, os custos são repassados ao cliente final, que paga pelo aumento, seja no frete ou no preço final, acrescendo o preço de diversos itens no mercado.

Visando a reeleição, Jair Bolsonaro, que outrora fora a favor do livre mercado, conta agora com seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, para desenvolver uma estratégia que evite o repasse constante da alta do petróleo ao mercado. O Plano de Guedes é congelar o repasse de preços internacionais por 100 dias, e alinhar posteriormente através de uma média móvel. Num primeiro momento, isso sanaria a insatisfação especialmente da classe caminhoneira, comprando tempo para que Bolsonaro possa ganhar votos e cuidar de outras questões para sua reeleição.

Por outro lado, temos Lula, principal nome nas intenções de voto, segundo o Ibespe. Presidente da República por dois mandatos, de 2002 a 2010, Lula tem uma visão diferente da Petrobras para o Brasil. O candidato pretende, como diz, "abrasileirar" o preço do combustível, isto é, desinstituir a política de paridade de preços internacionais implementada pelo Governo Temer em 2018, evitando o repasse dos preços em dólar ao consumidor. Importante ressaltar que nesse sentido, embora agrade grande parte dos públicos, desagrada os acionistas privados minoritários, haja vista que somente após essa instituição de política é que a Petrobras retornou a ser lucrativa, após uma série de anos consecutivos gerando prejuízo na casa de bilhões de reais. Para a maioria dos acionistas, desinstituir essa política esfria os ânimos em reter os papéis da petroleira, e num movimento de vendas reduziria seu valor de mercado e capitalização. Ainda, o mercado analisa que embora o país seja autossuficiente em extração de petróleo, não é em refino, o que em um momento de crescimento econômico poderia causar escassez, necessitando de forte importação seguido ou de uma alta consequente no preço do combustível, ou de prejuízo no exercício financeiro da companhia.

Seguindo essas duas correntes ideológicas, a companhia e seus acionistas tendem a ver com melhor olhos a reeleição do atual presidente para que seus lucros continuem recorrentes, e enxerga a chegada de Lula com maus olhos, no sentido de lucratividade da companhia.

No aspecto político, a reeleição é o principal assunto a se preocupar, pois somente após o resultado das eleições é que o mercado poderá fazer previsões com certeza a respeito do futuro da petroleira.

Aspecto Econômico

No aspecto econômico, a empresa pode observar a flutuação do câmbio, e se encontra em um conflito de interesses. Para seus acionistas minoritários, o interesse é de que o dólar siga em alta, para que a política de paridade de preços internacionais onere positivamente a operação da empresa, que após essa mudança de política gera lucros exorbitantes, sendo não só a empresa que mais arrecada no país mas que a mais lucra também, superando nomes gigantes do setor privado como Itaú Unibanco, Banco Bradesco, Ambev e Vale.

Sendo assim, a taxa do câmbio, em alta por conta da desvalorização do real durante a pandemia por conta do desinteresse dos investidores em alocar dinheiro no Brasil por discordar da gestão na pandemia, e agora impactada pelos conflitos de Rússia e Ucrânia no Leste Europeu, é um fator crucial para a receita da empresa, que fechou o 1T22 com mais de 8 bilhões de dólares em lucro líquido em suas operações.

Por outro lado, a empresa tem seus rumos alterados no aspecto econômico por conta de seu acionista majoritário, o Governo do Brasil, que atualmente busca frear a alta do preço do combustível que desagrada a base eleitoral e encarece o preço de diversos artigos em todo o mercado. Com a inflação em alta recorde em 2020 e 2021, o poder de compra do consumidor teve forte recuo, além da alta da taxa de desemprego, causando enorme insatisfação com o preço do combustível nas bombas em grande parte da população.

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