A Escola de Frankfurt
Por: Giulio de Freitas • 18/8/2018 • Resenha • 1.646 Palavras (7 Páginas) • 174 Visualizações
A Escola de Frankfurt
A Escola de Frankfurt foi fundada em 1924, baseia-se na união de um grupo de pessoas que visavam trabalhar a produção de um pensamento hoje denominado Teoria Crítica. Foi elaborada uma crítica fortemente embasada na sociedade, contestando sob os moldes mais gerais o que permeava a sociedade atual que vivia um momento instável e de grandes problemas políticos e econômicos.
1.1 A sociedade e a comunicação de massa
A cultura de massa teria impacto na sociedade ao homogeneizar (misturar um conjunto de elementos para dele fazer um todo coerente) as pessoas, este comportamento ocorreria assim que os meios de comunicação atingissem um público maior, criando a difusão de modelos de cultura reproduzindo padrões e não levando em consideração as possibilidades de diferença, gostos e identidades, pois o público consumidor seria visto apenas como uma massa padronizada.[pic 1][pic 2][pic 3]
Entre o final do século XIX e o início da primeira guerra mundial, algumas mudanças severas ocorreram o que acabou mudando a cultura das pessoas, como o crescimento do número de pessoas alfabetizadas, com isso, as condições de vida ficaram melhores e o desenvolvimento tecnológico cresceu, fatores que uma vez estabelecidos, criaram uma possibilidade de novos pensamentos e estilos de vida, e assim ocorreu a chegada dos meios de comunicação de massa, que se difere das manifestações culturais anteriores com uma configuração cultural específica. A característica que mais diferencia a comunicação de massa das manifestações culturais é o alcance da mesma, que por meio dos diferentes meios de comunicação atinge um número de pessoas cada vez maior, e com isso, as manifestações artísticas e culturais foram crescendo cada vez mais e ganhando forma para constituir a Indústria cultural, o que acabou criando um obstáculo no processo de transformação da cultura em mercadoria, já que os produtos mercantilizados são respostas da vontade imediata de um público cada vez mais passivo e conformado, o público apenas consome e aceita o que é ofertado sem criticar, utilizando como estratégia a propaganda, seria possível persuadir os consumidores de que o produto a ser vendido os forneceria uma fuga da realidade para um mundo de lazer e diversão, porém, essa fuga é apontada como um elemento da alienação, que faz com que o indivíduo aceite a exploração pensando estar no controle, quando na verdade está sendo controlado pela indústria, que o faz comprar sem ter necessidade.
1.2 Principais características da Escola de Frankfurt
Os pensadores da Escola de Frankfurt tiveram a capacidade de compartilhar suas suposições teóricas para desenvolver uma postura crítica.
- Esta postura é oposta ao determinismo comum e as teorias positivistas.
- A escola de Frankfurt foi inspirada por pensadores como Kant, Hegel e Marx.
- Os pensadores da Escola de Frankfurt conhecidos como “frankfurtianos”, eles acabaram ficando marcados pela influência de Marx, então, conseguem considerar alguns fatores que nem mesmo Marx previu.
- A análise feita por eles recai sobre os mecanismos que determinam a família, a autoridade e a personalidade, todas analisadas no contexto da cultura de massa.
- Para os pensadores da Escola de Frankfurt, as técnicas de dominação eram ditadas pela indústria cultural para a manipulação da sociedade, pois ela era a principal responsável pela massificação da arte, da cultura e do conhecimento.
1.3 Principais pensadores
Os pensadores da escola de Frankfurt, foram capazes de analisar e denunciar algumas estruturas de dominação (sendo elas econômicas ou psicológicas) da sociedade moderna. E com isso, demonstraram a capacidade destrutiva do capitalismo de forma explícita, dizendo que ele era o principal responsável pela estagnação da consciência crítica, política e revolucionária, e com isso, para elaborar as bases de suas teorias sobre críticas da sociedade e cultura contemporânea, eles lançaram mão de recursos das mais variadas áreas, como ciência política, história, psicologia, etc.
Os principais pensadores foram:[pic 4][pic 5][pic 6]
- Max Horkheimer (1895-1973)
- Theodor W. Adorno (1903-1969)
- Herbert Marcuse (1898-1979)
- Friedrich Pollock (1894-1970)
- Erich Fromm (1900-1980)
O maior colaborador foi Walter Benjamin (1892-1940), que entre 1933 a 1995 resolveu se refugiar na Itália por conta do nazismo que estava afetando judeus e comunistas. Neste meio tempo, acabou se tornando bolsista no Instituto de Pesquisa Social (também conhecido como Escola de Frankfurt), do qual passou a ser colaborador regular.
1.4 O conceito de Teoria Crítica
O conceito de teoria crítica é usado para se referir a uma doutrina desenvolvida pela Escola de Frankfurt, em que um grupo de pensadores usou como partida a teoria marxista tradicional, e após apontar uma série de críticas desenvolveram uma nova teoria, colocado como Neomarxista.
A teoria crítica entendia que, no sentido do contexto político, social e econômico que estava em vigor naquela época, era diferente do previsto pelo marxismo. Por isso ofereceu-se a teoria crítica para criar uma reinterpretação da teoria original, deixando evidente o conhecimento constituído pela realidade e não pela construção de conceitos.
Um dos pontos da teoria crítica é que ela é contra a separação de sujeito e realidade, no sentido de que, todo conhecimento depende dos hábitos da época e da experiência do sujeito, e não existe desta forma uma teoria pura que tenha se sustentado durante a história. O conhecimento sistematizado e a ciência se desenvolvem no que cria um certo impacto ás mudanças da vida social, ou seja, a atividade humana em sociedade, neste sentido, a teoria está relacionada em específico a organização do conhecimento cientifico que aparece em certa altura histórica.
E com este raciocínio a teoria crítica presta especial atenção ao contexto da sociedade se opondo a teorias fechadas, investindo em uma construção do saber dialética.
Entre os principais defensores da teoria crítica, destacam-se Walter Benjamin, Theodor Adorno, Herbert Marcurse, Max Horkheimer, Erich Fromm e Jürgen Habermas.
1.5 Indústria Cultural
A indústria cultural defendia a seguinte ideia: os meios de comunicação, pertencem a empresas, que visam obter lucro e manter o sistema econômico vigente para que as permitam continuar lucrando, e por este motivo, se vendem filmes, músicas e novelas como bens artísticos e culturais, mas que acabam sendo vendidos como produtos, produtos que não se diferenciam de roupas, sapatos ou móveis, e com isso acabam contribuindo para manter as pessoas alienadas e evitam formar cidadãos críticos. Para Adorno, as pessoas que recebem mensagens de qualquer tipo de meio de comunicação, seriam vítimas desta indústria, estas pessoas teriam os gostos padronizados e seriam obrigados ao consumo. Por este motivo a indústria cultural substitui o termo cultura de massa, até porque não se trata de uma cultura representada em filmes, e sim de uma ideologia imposta pela sociedade.[pic 7][pic 8]
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