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A Importância do Marketing Social Para Impactar Positivamente na Adesão e Engajamento de Voluntários em Projetos Sociais

Por:   •  29/2/2020  •  Artigo  •  3.596 Palavras (15 Páginas)  •  193 Visualizações

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A importância do Marketing Social para impactar positivamente na adesão e engajamento de voluntários em projetos sociais

Aline Izabel Ribeiro

 

Resumo— O presente artigo visou analisar, identificar e sugerir estratégias de marketing social afim de incentivar, motivar e engajar pessoas físicas a contribuir com projetos sociais de forma financeira ou em trabalho voluntário, além de visualizar a motivação dos pesquisados para tal por meio de um questionário e de uma breve revisita ao histórico do voluntariado brasileiro e aos princípios de marketing social.

Palavras chave— Marketing social, Trabalho voluntário, voluntariado, redes sociais como canais de comunicação.

  1. introdução

As grandes transformações sociais no Brasil, iniciaram na década de 90 com o processo de democratização e a criação de centenas de empresas de cunho social. Segundo Fernandes (1996), em 1991 haviam um número superior a 200 mil instituições sem fins lucrativos registradas no Brasil, gerando  mais de um milhão de pessoas fortalecendo a sociedade civil. Além disso, as empresas começaram a desenvolver uma consciência clara de que são responsáveis e de que devem devolver algo de significativo às comunidades em que estão inseridas. Haja visto que, segundo o mesmo autor (1996), o Estado e o Mercado não conseguem suprir os desafios do desenvolvimento social com equidade, ou seja, o Estado cada dia que passa comprova sua ineficaz gestão com relação as questões sociais e a sociedade civil composta pelas empresas privadas e organizações não-governamentais (ONGs), procura cobrir os espaços deixados, e/ou complementar os serviços sociais existentes apesar de ambas terem interesses diferentes

Neste intento, o desafio dos projetos sociais, ONGs e instituições sociais públicas corrobora com a inércia e a dependência de fundos e verbas públicas, doações e voluntários. Assim, para alinhar as estratégias do marketing social ao trabalho voluntário o presente artigo visou ressaltar a importância das ferramentas de marketing afim de incentivar, motivar e engajar pessoas físicas a contribuir com projetos sociais de forma financeira ou em trabalho voluntário, além de comprovar a forte predisposição para este trabalho por parte dos brasileiros.

No referencial teórico discorreu-se brevemente sobre o voluntariado numa perspectiva histórica, seguido dos princípios do marketing social e diferenças entre o comercial e por fim chegamos a uma breve descrição das redes sociais mais utilizadas pelos brasileiros e suas particularidades em linhas gerais.

Na conclusão, foi possível perceber que aspectos do marketing social devem ser considerados nas estratégias dessas organizações para que o processo de recrutamento de voluntários seja mais efetivo  e  viabilize  o  alinhamento  entre  funções,  objetivos  organizacionais,  esforço  e tempo requeridos, desempenho e motivações.

  1. Desenvolvimento

2.1-referencial teórico

Embora o verbo voluntariar-se, ainda que não reconhecido em alguns dicionários, é concebido pelo uso e utilizado neste texto com o sentido de ‘realizar trabalho voluntário’. É importante salientar também que segundo TEODÓSIO (2001), a questão do trabalho voluntário “não ser remunerado” tem sido entendida como “não remunerado monetariamente”, pois há outras formas (além da material e comprovadas pela pesquisa), de retribuição ou pagamento esperadas por este trabalho, tais como de ordem emocional, ideológica, simbólica, ou profissional, intrínsecas a cada pessoa.

Para compreender o contexto do voluntariado no Brasil, se faz necessário discorrer sobre um breve contexto histórico acerca do tema.

Segundo revista Filantropia, 2010, o voluntariado surgiu formalmente no século 19 com enfoque na benemerência. Uma época em que os problemas sociais eram compreendidos como mazelas da sociedade e atribuído a indivíduos desafortunados e que necessitavam da caridade alheia organizada para se reintegrarem.

A partir do século 20, as instituições filantrópicas assistenciais passaram a contar com a intervenção do poder público e na década de 30 desenvolveu-se uma politica de assistência social.

Na década de 60, com a mudança da sociedade, influenciada por movimentos contestatórios e libertários, grupo de pessoas lideraram a participação ativa nas questões sociais, caracterizando uma atuação voluntária de ação social com a criação de organizações. Porém com o advento do neoliberalismo na década de 80, os Estados ajustaram seus orçamentos e diminuíram os financiamentos da assistência social forçando assim a sociedade civil a assumir os espaço deixados. Surge então em 1993, o movimento Ação da cidadania contra a fome, a miséria e a vida, fato de extrema relevância para reerguer uma consciência adormecida na sociedade brasileira. Desde então, outras ações surgiram para que a sociedade criassem

iniciativas para resolver seus problemas e pressionassem o Estado na formulação de políticas publicas.

Atualmente contamos com muitas iniciativas privadas, ONGs e projetos sociais públicos com parcerias diversas onde o trabalho voluntário recebeu, além de incentivo e custeios por parte das empresas, cada vez mais notoriedade na mídia, sendo que o número de voluntários tem aumentado exponencialmente (LANDIM e SCALON, 2000).

Na realidade brasileira, entretanto, conforme levantamento feito pelo Instituto Datafolha, em 2014, apenas  11%  da  população  do  país  eram  compostas  por  voluntários  ativos,  e  28%  já haviam  realizado  algum  tipo  de  atividade  formal  não  remunerada  em  prol  de  uma  causa social.  Isso significa  que,  cerca  de  três  em  cada  dez  brasileiros  já  se  engajaram  em  ações voluntárias  ao  longo  da  vida.    Porém, também se estimou  que  quase  60%  da  população sinalizaram   disposição   para   atuar   como   voluntários em   causas   sociais   (INSTITUTO DATAFOLHA, 2014).

Esse descompasso encontrado pode ser fruto de recrutamentos mal executados e falhas na gestão e organização destes recursos humanos. Fato é, que se as pessoas que, por qualquer motivo, querem ajudar encontram um canal para isso, porém para que essa frente seja expressiva, principalmente em Projetos Sociais que não estão ligadas a nenhuma iniciativa privada para mantê-la é necessário um trabalho sistemático com escolha assertiva de estratégias de Marketing para comunicar sua demanda.

Um dos grandes desafios presente em projetos sociais, além da parte financeira e a falta de voluntários dedicados e comprometidos com a causa, é a comunicação ineficiente que muitas vezes não transparece as reais necessidades e demandas do projeto e mais, não conseguem alcançar o ‘coração’ da parcela ativa da população em geral.

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