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A mídia de massa

Tese: A mídia de massa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/4/2014  •  Tese  •  2.353 Palavras (10 Páginas)  •  259 Visualizações

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Introdução

A mídia tem sido objeto de estudo de distintas áreas. A produção e a recepção

caminham próximas no processo de investigação sobre o tema. De fato, qual o papel da mídia

na sociedade? Acreditamos que a ideia de que a notícia é um produto à venda (MEDINA,

1988), às vezes é ignorada ou não aceita por alguns teóricos, mas no cenário em que a mídia

ocupa parte da referência na troca de conhecimentos torna-se extremamente pertinente

reconhecer que, sobretudo, na sociedade atual a notícia assemelha-se a um produto e utiliza

ferramentas para atrair o público nos mesmos moldes que a publicidade ou propaganda: o

discurso.

Para Silverstone (2002, p. 18) “as instituições não produzem significados. Elas os

oferecem”. E o jornal impresso enquanto documento acessível e duradouro, além de fazer uso

de estratégias para atrair e manter a atenção do leitor recorre à imagem para atingir tal

objetivo já reúne características fortemente capazes de reforçar tal ideia. Talvez a ideia de

notícia como produto a venda pareça reducionista, mas não se considerarmos que o

investimento na construção do discurso tem papel fundamental nesse aspecto.

A notícia veiculada na mídia (jornal impresso) é uma construção social, portanto um

processo que não pode ser definido como linear, uma vez que parte de influências recíprocas.

Embora a influência maior ainda seja percebida por parte de quem produz a notícia. Podemos

reiterar tal constatação pela reflexão de Porto:

“Em primeiro lugar, porque não são propriamente processos de tomada por

parte do espectador, do ouvinte ou do leitor, mas estratégias de

condescendência por parte do locutor e são, como tais, subordinadas a uma

seleção realizada pela própria instituição midiática. Em segundo lugar,

porque não se trata de procedimentos de interlocução, mas de simulacros da

interlocução, procedimentos artificiais mais ou menos sofisticados”.

(PORTO, 2002, p. 229).

*

Mestranda do Programa de Pós-Graduação da UFPB. Membro do Grupo de Pesquisa em Cotidiano e

Jornalismo (Grupecj/UFPB).

Ano V, n. 11 – novembro/2009 2

Análise do Discurso: a construção do conceito de criança e adolescente

Em geral, falar de Análise do Discurso é falar de uma atividade de desconstrução de

enunciados. Falar da desconstrução de conceitos implica, quem sabe, também ter de trilhar

um percurso inverso, o da construção do jornal. (PORTO, 2002, p. 253). Tratar do discurso é

trata das relações sociais, da construção social da realidade.

Na presente proposta propomos discutir à luz da teoria da Análise do Discurso (AD),

como jornal impresso tem representado a criança e o adolescente. Partimos do entendimento

que esse discurso é contextualizado, regido por normas e é assumido por um sujeito

(jornalista) e por uma instituição (empresa jornalística).

Os discursos se apresentam independente da área (comunicação, linguística), ou

suporte (impresso, audiovisual), no caso da comunicação. A AD, então, se caracteriza como

categoria metodológica para compreensão e aprofundamento das várias formas de leitura do

mundo. Ela procura descrever, explicar e avaliar criticamente os processos de produção,

circulação e consumo dos sentidos vinculados àqueles produtos na sociedade.

No campo jornalístico a Análise do Discurso é uma ferramenta metodológica por

constituir um método que apresenta características que viabilizam a observação dos produtos

culturais, a exemplo do foco da presente pesquisa. A Análise do Discurso, como afirma

Orlandi (2007, p. 15) “não trata da língua, não trata da gramática... ela trata do discurso”. E

como reforça Porto (2002, p. 228), “característica discursiva que distingue o discurso

midiático das outras modalidades de discurso á a natureza específica da sua relação

enunciativa”. .

Comparar a maestria da mídia na construção da realidade, representando o sujeito,

como um artista que pinta uma tela, como um músico que compõe uma música torna-se

corriqueiro pelo fato de ser nos meios de comunicação que grande parcela da população tem

acesso às informações que constituem parte do cotidiano e que são mediações desse cotidiano.

Para Dominique Maingueneau, todo texto pertence a uma categoria de discurso, a um

gênero específico: “Tais categorias correspondem às necessidades da vida cotidiana e o

analista do discurso

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