As Pessoas Nas Organizações.
Pesquisas Acadêmicas: As Pessoas Nas Organizações.. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mariadosocorro • 15/3/2013 • 1.740 Palavras (7 Páginas) • 634 Visualizações
As pessoas nas organizações.
Luciano Castelo
A principal atividade de um gestor ou líder é a de conduzir pessoas, como o próprio nome indica, sabendo para isso lidar com elas e conseguir os melhores resultados. As pessoas são, sem dúvida, o principal ativo de uma organização, o seu mais importante recurso, o recurso humano. Em outras palavras, elas são o capital intelectual, o mais importante de uma empresa realmente moderna. Como bem afirma Stewart no prefácio de seu livro "Capital Intelectual", este "é a nova vantagem competitiva das empresas". Atualmente, levam mais vantagens e têm pela frente melhores perspectivas e chances de maior sucesso não as empresas que dispõem de mais recursos financeiros e tecnologia, mas as que contam com melhor capital humano. Isto envolve, por um lado, melhores informações, mais conhecimento, intuição e criatividade e, por outro, maior comprometimento/motivação, união, todos jogando realmente em um time e possibilitando um trabalho com mais sinergia e criatividade. Nessa organização ideal, como deve e precisa ser, são pois maiores e melhores os resultados e, em contrapartida, maior também o retorno para os membros da empresa, retorno não só em termos financeiros como em termos de reconhecimento - o que é psicologicamente fundamental - e perspectivas de crescimento. Um negócio só é bom, sobretudo a médio e longo prazo, quando é bom para ambas as partes. A boa organização, aquela realmente inteligente e de visão, não pode ser nem paternalista (fazendo excessivas concessões aos empregados em detrimento dos resultados, que ficam muito aquém do que deve e pode ser atingido), nem um tipo de empresa sugadora, que tira o máximo dos funcionários e dá o mínimo como retorno.
Tudo o que foi colocado acima, é possível conseguir ou não passa de utopia? Podemos responder que é possível sim, que se trata de uma "utopia realista". Mas não é fácil. Algumas empresas e lideranças já estão próximas de consegui-lo; outras empresas e lideranças infelizmente ainda têm um longo caminho a percorrer. Precisam acordar e reconhecer isso saindo de uma cegueira e de atitudes defensivas que, no fundo, são expressões de insegurança. Várias condições são necessárias.
A primeira condição para chegar a uma organização ideal em que empresa e pessoas formem um casamento perfeito é acreditar que isso é possível, desde que se trabalhe seriamente para atingir este objetivo importante.
A segunda condição é perceber e conscientizar-se de que tal objetivo é cada vez mais importante e fundamental para ter chances nos novos tempos. No passado, devido à cultura então dominante, havia maior acomodação, passividade e submissão diante de empresas e chefias frias, autoritárias, arbitrárias e, às vezes, sem nenhuma habilidade para lidar com os chamados subordinados. O modelo das empresas era baseado no modelo de organização militar. Não era à toa que se dizia, e infelizmente ainda se diz, que "manda quem pode e obedece quem tem juízo" ou, segundo Henry Ford, "tudo o que se espera de um empregado é que cumpra as ordens que vêm de cima".
Nos novos tempos, com a superação cada vez mais rápida dos paradigmas e modelos autoritários que dominavam a sociedade e a educação, terão mais chance as empresas e lideranças que aprenderem a lidar com as pessoas, conquistá-las, desenvolvê-las e conscientizá-las; os gestores que souberem usar o poder da liderança e não a pseudoliderança do poder. Pela força não se ganham mentes e corações, apenas submissão aparente quando, por medo ou necessidade, as pessoas precisam fingir que aceitam gritos e comportamentos arrogantes, descontrolados e autoritários. As empresas em que isso acontece pagarão, cada vez mais, um alto preço. Desmotivadas e trabalhando apenas por medo, as pessoas seguramente não dão o melhor de si, com prejuízo da produtividade e mais ainda da qualidade e criatividade, sem falar no aumento do estresse e suas danosas conseqüências. Em um momento crítico de crise do desemprego generalizado, as reações ficam mais mascaradas ainda; muitas vezes, por necessidade, as pessoas aceitam permanecer em empregos que detestam mas trabalham sem nenhum empenho ou dedicação. Ao fim de uma crise (pois nenhuma crise pode ser permanente), essas pessoas insatisfeitas certamente irão embora logo que surgir uma oportunidade. Dar-se-ão melhor as organizações que estiverem mais preparadas e tiverem investido mais nas pessoas.
A terceira condição para que uma organização se aproxime cada vez mais da situação ideal é não negar a realidade: saber reconhecer seus problemas comportamentais e organizacionais, diagnosticar o que deve melhorar em sua cultura e modelo adotado, preparando-se mediante um bom programa de desenvolvimento organizacional. Quanto aos gestores ou candidatos a gestores, devem procurar enfrentar o seu lado cego e defensivo que inevitavelmente existe no ser humano. Devem buscar, de forma corajosa e determinada, reconhecer o que têm a melhorar ou questionar-se. Insegurança! Precisam os gestores ou futuros gestores saber descobrir e identificar em si mesmos tudo aquilo que, de forma consciente e sobretudo inconsciente, está incorporado em seus modelos
de comportamento e não é positivo, embora eles não o percebam! Para isso, repito, a prática saudável do feedback é fundamental. O líder deve dar o exemplo pois são os exemplos que arrastam. "As palavras comovem, os exemplos arrastam", já dizia Santo Agostinho no séc. V. O líder deve ser o primeiro a praticar o feedback, não apenas dando feedback adequadamente como também estimulando seus liderados a lhe darem feedback, sabendo ouvi-los e processa
No que diz respeito aos gestores, um problema real é que geralmente são escolhidos para cargos de chefia por sua habilidade técnica, por saberem fazer bem o que fazem e não pelo potencial de liderança e habilidade em conduzir e lidar com pessoas. Aí o desafio: como gerentes, a eles já não mais cabe fazer mas, fazer. O risco é então o de continuarem fazendo, tornando-se centralizadores, ou o de não terem a competência interpessoal necessária para saber conseguir os resultados através dos liderados por meio de uma boa comunicação e motivação.
O bom líder precisa usar todas as áreas do cérebro, particularmente as áreas do lado direito. O problema é que em geral no ensino acadêmico tradicional e na prática do dia-a-dia das empresas são mais usadas e desenvolvidos o lado esquerdo, ou seja, o lado lógico, analítico, técnico, financeiro (lado esquerdo superior) e o lado organizado, prático, detalhista (esquerdo inferior); na maioria dos casos, é bem pouco desenvolvido
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