Belo-Orizonti
Tese: Belo-Orizonti. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Testechato • 12/5/2014 • Tese • 1.446 Palavras (6 Páginas) • 271 Visualizações
Belo Horizonte - O químico rochel Lago ficou 15 anos mergulhado em pesquisas acadêmicas até procurar uma empresa de tratamento de efluentes, em Sete Lagoas, em Minas Gerais, para tentar vender uma tecnologia que ele estava patenteando. O ano era 2002. Aos 35 anos de idade, Rochel, como é conhecido, já era professor da Universidade Federal de Minas Gerais desde 1996.
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Antes, tinha feito doutorado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, além de especializações na Espanha e no Japão. Enquanto contava aos donos da empresa sobre como seu absorvente para remoção de contaminantes da água tinha tudo para ser “a salvação de vários problemas ambientais do mundo”, ele passava a impressão de que era um lunático.
Na conversa, foi massacrado por perguntas básicas de negócios, como quem seria seu público-alvo e que economia sua tecnologia iria gerar. O pesquisador ficou atônito. “A coisa toda foi muito frustrante”, diz Rochel. “Eu não sabia falar a língua dos empresários.” Rochel poderia ter voltado para o laboratório e esquecido a ideia de dar aplicação comercial a suas pesquisas. Mas fez justamente o contrário.
Nos dois anos seguintes, o químico cursou um MBA em gestão estratégica de negócios na própria UFMG. E, em 2005, foi para a escola canadense de gestão HEC Montreal fazer um pós-doutorado em criação de empresas de base tecnológica. “Alguns colegas acharam que eu só ia passear em Montreal. Outros, que era suicídio acadêmico, porque ia me afastar da química”, afirma.
Resultados: Rochel voltou e assumiu a presidência da incubadora de empresas da UFMG, premiada como a melhor do Brasil dois anos depois. Em seguida, fundou a Verti Ecotecnologias, empresa que tenta dar escala às mais de 20 invenções que ele e seus alunos desenvolveram nos laboratórios da universidade ao longo dos anos.
Algumas dessas tecnologias resultaram em prêmios, como o Global Startup Workshop, do Massachusetts Institute of Technology, em 2012, e outros dois da Universidade do Texas, em 2010 e 2011. O prêmio do MIT foi para o supressor de poeira, que usa a glicerina que sobra de usinas de biodiesel para criar uma substância que acaba com a poeira que sai do minério de ferro enquanto ele é transportado.
Essa poeira é um forte poluidor do ar e acarreta perda de até 5% do minério transportado pela mineradora Vale, ao custo de 500 milhões de dólares por ano. A própria Vale testou e aprovou a tecnologia. Agora uma empresa química analisa licenciá-la. Por essas e outras, a Verti atraiu a atenção da empresa de engenharia Promon.
Em 2011, a Promon comprou o controle da Verti — hoje detém 52% do capital, Rochel tem 25%, e outros sócios, 23%. “Nós nos interessamos especialmente pela capacidade de pesquisa de soluções práticas do time de Rochel”, diz Ivo Godoi Júnior, diretor executivo da Promon.
A melhor notícia é que o ímpeto inovador e empreendedor de Rochel não é uma exceção na UFMG. Das 17 empresas que estão no novo prédio do parque tecnológico da universidade, em Belo Horizonte, nove nasceram de projetos de pesquisa no campus. Entre as federais, ela já é a que mais faz pedidos de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.
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Só a Universidade de São Paulo, que é estadual e duas vezes maior, fez mais pedidos do que a UFMG em 2012 (79 ante 76). No ranking 2012 do instituto de pesquisa Datafolha sobre as melhores universidades do país, com avaliação de qualidade de ensino e inovação, a instituição mineira só está atrás da USP.
A parcela de cursos de pós-graduação da UFMG com notas 6 e 7, as máximas conferidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação, é uma das maiores do Brasil. Tais notas indicam inserção internacional relevante. E as áreas de excelência são diversas — com nota máxima estão física, estudos literários, computação e medicina. Têm nota 6 estudos do meio ambiente, engenharia elétrica, microbiologia e matemática.
Cabeças adequadas
Essa profusão de aptidões chamou a atenção da Boeing. A fabricante americana de aviões buscava estudiosos brasileiros que pudessem ajudar num projeto de pesquisa de materiais oriundos de biomassa — o objetivo era dar um quê ecológico às aeronaves e, de quebra, baratear as peças.
Procurou nas principais universidades brasileiras gente com competência em três áreas: resinas de origem biológica, nanotecnologia aplicada a materiais e aerodesign. Achou os três na UFMG. Um deles é o pesquisador Antônio Ávila, que estudou como fazer sensores para a detecção de danos em mísseis da Força Aérea americana.
O trio de cientistas brasileiros pode ser o embrião de um futuro centro de pesquisa da empresa americana no parque tecnológico. “O ambiente na UFMG é muito positivo porque o foco de boa parte das pesquisas é a aplicação prática, algo raro entre as universidades daqui”,
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