Desigualdade e invisibilidade social da formação da sociedade brasileira
Tese: Desigualdade e invisibilidade social da formação da sociedade brasileira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: clpc • 22/5/2014 • Tese • 541 Palavras (3 Páginas) • 494 Visualizações
A DESIGUALDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
Os profissionais que realizam a limpeza das cidades, os agentes ambientais ou popularmente chamados de “garis”, e os coletores de resíduos sólidos das residências e dos estabelecimentos genericamente reconhecidos como “lixeiros”, são considerados uma classe invisível aos olhos da população. Com essa cegueira psicossocial da população, os trabalhadores da limpeza urbana se tornam apenas objetos de limpeza, como uma vassoura, uma pá, um saco de lixo ou muitas vezes são tratados como o próprio lixo, apenas um uniforme que faz a limpeza, e não um ser humano que sente e sofre sendo humilhado diariamente. Varrer ruas, parques e praças, aparar grama, retirar a sujeira que é acumulada com as chuvas, lavar e desinfetar as vias públicas são algumas das atividades exercidas pelos garis na sua rotina diária; já a retirada dos entulhos e detritos, o transporte e o despejo do que é descartado, são tarefas dos coletores; ou seja fazem a manutenção da limpeza nas áreas urbanas. Convivem com o mau cheiro do lixo; com a falta de educação ambiental das pessoas, que se livram do lixo. indevidamente; com uma rotina fisicamente e psicologicamente cansativa, pois um trabalhador braçal vive a margem da sociedade, por exercer um trabalho insalubre, arriscado, e que não exige uma escolaridade mais elevada, sendo assim desqualificados e pouco remunerados, são vitimas do capitalismo, marginalizados por suas condições econômicas A humilhação social é um fato tanto psicológico quanto político, o humilhado se vê impedido de se humanizar, por conta da sua profissão e de seu poder econômico, e encontra mais barreiras quando não tem acesso a serviços básicos oferecidos pelo Estado, com seus direitos violados o sujeito passa por humilhações, que resultam muitas vezes em falta de expectativas e motivação, há um nível baixo de aspiração nos profissionais da limpeza urbana, gerado pela invisibilidade pública, as humilhações sofridas, e pela a classe social em que eles estão inseridos. A invisibilidade é uma questão atual, porém histórico, caso de humilhação e de sujeitos invisíveis vem do passado; são trabalhadores esgotados pelas duras tarefas e deteriorados mentalmente. Chegamos à conclusão de que a sociedade está doente quando não enxerga o seu próximo como seu semelhante, e ignorara a sua condição de ser humano evidenciando apenas o que ele produz, ou até mesmo como no caso dos trabalhadores da limpeza, não ocorre à devida valorização do trabalho exercido. A não aproximação, o não reconhecimento, o não enxergar, caracteriza a invisibilidade pública sofrida por garis e coletores que são humilhados socialmente. A capacidade de ver que o sujeito possuiu sentimentos, família, religião, e que sofre, mas sorri e sonha com uma vida melhor, e por sua dignidade merece ser reconhecido como ser humano, interfere nas relações sociais. Fernando Braga da Costa em seu livro “Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social” mostra o que observou na experiência que teve com os garis, “Os garis abriram meus olhos. Alguma consciência emergiu. Passei a ver coisas que não via. Passei a sofrer por coisas pelas quais não sofria. Pano de fundo tornou-se figura. O drama da luta de classes, já tão enraizado socialmente, contaminando a seiva vitaliza nossas relações
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