Economia Regional

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ECONOMIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

EDILSON VASCONCELOS JÚNIOR

RAFAELA EVANGELISTA CAMPOS

VERUSKA BITTENCOURT

III AVALIAÇÃO DE ECONOMIA REGIONAL

SALVADOR

2014

SUMÁRIO

QUESTÃO 1

Na Economia Regional diversos assuntos são tratados e são de suma importância para a compreensão de elementos da economia. Um desses assuntos é a questão da localização. Com a intenção de explicar melhor a importância da localização existe uma Teoria da Localização. Antes de tudo é importante saber qual é o objetivo dessa teoria, que é “fornecer uma explicação da organização espacial das empresas, de identificar as variáveis que determinam a localização e de apresentar soluções analíticas” (BENKO, 1993, p. 74)

Atualmente essa teoria pode ser dividida em clássica e contemporânea. A teoria clássica de localização também é conhecida como weberiana, enquanto a teoria contemporânea de localização é também chamada de pós-weberiana. Na teoria de localização clássica encontram-se alguns autores chave: Von Thünen, Alfred Weber, Harold Hotelling, August Löch, dentre outros. Na teoria de localização clássica, o que esses autores apresentam em comum é o objeto de estudo que é a importância do custo de transporte para determinar a localização de uma empresa, e levando em consideração os custos de mão de obra bem como os efeitos da aglomeração.

De acordo com Wanderley (2007), Thünen estava preocupado com a relação terra e custo de transportes, isso porque, segundo Liberato (2008), Thünen (que sua teoria data de 1826) tinha a intenção de explicar o padrão locacional da agricultura alemã. Ele buscou demonstrar que a localização era oriunda da combinação da distância aos mercados e da produtividade da terra bem como com o custo de transportes. Isso culminava em especializações agrícolas que estavam ao redor das cidades.

Weber no ano de 1909 ao tentar explicar a localização das empresas, afirma que esta depende do custo de transporte entre os insumos e os bens em função do mercado consumidor. Pela primeira vez a localização da mão de obra bem como das economias de aglomeração foram levados em consideração na escolha da firma para a sua localização. Em 1929 Hotelling, além de levar em consideração os fatores já apresentados, deu importância também a localização das demais empresas para a decisão de uma firma em se instalar em determinado local.

Löch, de acordo com Liberato (2008), formula sua teoria em 1940, afirmando que as “as atividades econômicas estariam no centro das áreas de mercado, que, por suposição, eram uniformes no espaço geográfico. O modelo combinava escala e custos de transporte.” (LIBERATO, 2008, p. 128)

Já a teoria de localização contemporânea leva em consideração não apenas os custos com transportes ou mão de obra, ela busca compreender de forma mais geral. Busca-se formular uma teoria que interprete a forma como se dá a evolução geo-econômica do capitalismo contemporâneo.

Segundo Barquette (2002), a teoria de localização contemporânea considera que as empresas ao escolherem em qual local se instalar, levam em consideração também incentivos fiscais, proximidade de centro de pesquisas, integração em redes, criação de distritos industriais, dentre outros. Ainda de acordo com Barquette (2002), essa corrente teórica assume que o meio tem um papel de incubador de inovações. Estuda-se porque determinas regiões inovam ou deixam de inovar, ou ainda porque algumas inovações são propícias a surgirem neste ou naquele local.

Outro ponto importante na teoria contemporânea de localização é que ela está intimamente ligada a indústrias de alta tecnologia, sendo assim, a mão de obra qualificada é de suma importância, fazendo com que seja interessante que existam instituições de pesquisa próximas as empresas, pois pode aumentar a capacidade de inovar do local, gerando spin-offs industriais, ou seja, a capacidade de uma empresa incorporar outra. É ainda possível que haja integração vertical desde que existam empresas que possam se associar com o intuito de fazer uma parceria para todas as etapas do produto, desde a produção até a distribuição.

Essas teorias de localização se diferem do pensar o desenvolvimento regional no que diz respeito ao olhar. As teorias locacionais enxergam a região como objeto, ou seja, exogenamente. Ela considera que há uma homogeneização do espaço. Acredita-se que a aglomeração segue apenas as regras do mercado. Esse pensamento pode ser considerado um pouco equivocado, pois secundariza a região.

O desenvolvimento de uma região deve ser visto de forma que a região seja sujeito, ou seja, pessoas, culturas, política, dentre outros aspectos, influenciam no desenvolvimento dessa região. A heterogeneidade deve ficar no lugar da homogeneidade que está por trás do pensamento das teorias de localização. A própria divisão do trabalho é heterogênea, variando de região para região.

Ainda dentro da teoria da localização, existe uma vertente que apresenta bastante importância: teoria do ciclo de vida do produto de Vernon. De acordo com essa teoria, o ciclo de vida do produto se divide em três fases: o desenvolvimento, a maturidade e a estandardização. A primeira fase diz respeito ao trabalho de pesquisa, está fortemente atrelada a aglomeração industrial bem como ao I&D (Investigação e Desenvolvimento). É nessa fase em que o produto é pensado, faz uso de bastante mão de obra qualificada.

A segunda fase, a maturidade, está ligada a fase de maturação do produto. Nesse momento a necessidade mão de obra qualificada bem como de I&D é reduzida. Isso porque não é mais necessário descobrir como fazer o produto. A mão de obra menos qualificada é que ganha espaço durante esta fase. A terceira e última fase é a estandardização. Essa fase é quando já se tem o know how e o produto torna-se “móvel”, ou seja, é possível