Empreendedor por necessidade
Tese: Empreendedor por necessidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: DanielaSM • 2/9/2013 • Tese • 937 Palavras (4 Páginas) • 366 Visualizações
Fonte: Jornal do Commercio (maio/2008)
Empreendedor por necessidade
João Carlos Pinho Guedes se viu em uma encruzilhada quando a empresa para a qual trabalhava decidiu deixar o mercado brasileiro. Avesso à idéia de se mudar para São Paulo, mas sem propostas para recolocação no Rio de Janeiro, a única solução que lhe pareceu promissora foi abrir um negócio próprio. Hoje, Guedes possui duas unidades da Microlins, rede de franquias de ensino profissionalizante, mas ainda preferiria estar inserido no mundo corporativo.
Histórias como essa ainda são comuns no Brasil, como demonstrou a última pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada no fim de março. Além da principal motivação do empreendedor brasileiro ser a necessidade (61% dos casos), seu perfil predominante inclui faixa etária de 28 anos a 44 anos (44%), investimentos iniciais de até R$ 2 mil (55%) e o gênero feminino (52%). Desenvolver características empreendedoras nos empresários ainda é um desafio.
Para Guedes, trabalhar em uma empresa como funcionário é menos estressante e arriscado do que ter uma empresa própria, sem que haja uma discrepância tão grande em relação à remuneração. No entanto, ao perceber que perderia o emprego, decidiu se antecipar e abrir uma franquia, opção que lhe renderia um suporte maior. Assim, que a unidade deu os primeiros passos, pediu suas contas. "Como executivo, eu tinha salário certo e férias uma vez ao ano. Se eu tiver uma oportunidade de contratação promissora, posso até vender as unidades", afirma Guedes.
Por outro lado, Galileu Prezzotto já trabalhou em algumas empresas e garante que não nasceu para ser funcionário. "O empreendedor enxerga oportunidades no mercado e não consegue ficar parado. Encaixo-me nesse perfil", afirma.
Lançamento. Sua aposta atual é a Eric Livius, empresa de moda que trabalhará com venda direta e tem lançamento marcado para meados deste mês. O perfil pragmático, voltado sempre para as aplicações práticas dos conceitos, fez com que Prezzotto não se adaptasse nem ao ensino tradicional das universidades. Hoje, ele freqüenta um curso superior de tecnologia em marketing, do IBTA. Nas aulas, ele concebeu a empresa.
Embora os empreendedores por oportunidade ainda sejam minoria, a situação parece poder se inverter nos próximos anos. Na década passada, esse índice chegou a nove empreendedores por necessidade em cada dez. Para o GEM, pode-se admitir que o empreendedor genuinamente motivado por oportunidade é aquele que tem o intuito de obter independência ou aumento de renda pessoal.
"Nós vivemos em uma realidade em que as pessoas empreendem por necessidade de gerar renda para sua família. Olhar isso como um modelo de empreendedorismo é complicado. Nessa conjuntura, a motivação fala mais alto, antes mesmo de características ou competências empreendedoras", analisa João Marcos Varella, consultor da área de empreendedorismo na DBM. Ele afirma que, ao conversar com muitos donos de pequenas empresas, pôde perceber que eles não estão em busca de realização, tampouco têm negócios inventivos ou bem geridos. Essa realidade leva à cópia, geralmente de empreendimentos que têm sucesso e alta concorrência.
Pensando em uma conjuntura ideal, empreendedores deveriam se destacar por buscar oportunidades, apresentar iniciativa e persistência, assumir riscos calculados, exigir qualidade e eficiência, se comprometer com resultados, buscar informações, estabelecer metas, planejar e monitorar operações sistematicamente, ter rede de contatos ampla e alto grau de persuasão e ser independentes e autoconfiantes. Quem aponta tais características para um perfil empreendedor é Emerson Morais Vieira, gerente organizacional de educação
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