Empreendedorismo Social
Exames: Empreendedorismo Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: felipeguergoleto • 25/2/2015 • 4.305 Palavras (18 Páginas) • 560 Visualizações
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Empreendedorismo
3.1.1 Empreendedorismo: histórico e conceituação
Os estudos de empreendedorismo foram abordados originalmente pela teoria
econômica, através dos estudos clássicos de Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e John
Stuart Mill.
Os estudos de Steveson e Jarillo (1990:18), classificam o empreendedorismo em três
linhas: a primeira formada por economistas cujo interesse concentra-se nos resultados das
ações empreendedoras, e não apenas no empreendedor ou em suas ações. A segunda linha é
constituída por psicólogos e sociólogos e enfatizam o empreendedor como indivíduo,
analisando seu passado, suas motivações, seu ambiente e seus valores. A terceira linha é
estabelecida por administradores e busca conhecer suas habilidades gerenciais e
administrativas, a forma como conseguem atingir seus objetivos, suas metodologias, técnicas
e ferramentas, o processo de tomada de decisão, a forma de resolver problemas e todo o
instrumental utilizado.
A primeira linha aborda “o que acontece quando os empreendedores agem” e seu
enfoque é no resultado das ações do empreendedor e não no empreendedor ou em suas ações
propriamente ditas.
Kilby, (1971); Hashimoto, (2006:1); Lowe e Marriot, (2006:5) apontam que o
primeiro uso do termo empreendedorismo foi registrado por Richard Cantillon, em 1755, para
explicar a receptividade ao risco de comprar algo por um determinado preço e vendê-lo em
um regime de incerteza. Para Cantillon, o empreendedor tem uma função chave no
desenvolvimento econômico pela virtude de seu direito de propriedade individual como
capitalista, comprando algo a certos preços com vista a vendê-los a preços incertos no futuro,
e assumindo assim os riscos decorrentes da operação, ou seja, a função de assumir riscos que
não podem ser “segurados”.17
Também segundo Kilby (1971); Lowe e Marriot (2006:6), Dess (1998:2); Jean
Baptiste Say, economista, francês, define a função do empreendedor como um catalisador do
desenvolvimento econômico, com a função de aglutinar diferentes fatores de produção,
transferindo recursos de áreas menos produtivas para um setor de produtividade mais elevada
e de maior rendimento.
Souza (2005:06), por sua vez, assinala que os termos “empreendedor” e “empresa”
têm sua origem em torno do século XV, na França. Segundo a autora, embora estas definições
não sejam referidas, de modo significativo, nos grandes movimentos do século XIX, elas
precedem a Revolução Industrial, tendo sua origem na ordem medieval e corporativa, ainda
no sistema mercantilista, que na visão da autora era um “enxerto” em uma rede corporativa
local, na qual era quase impossível diferenciar as estruturas sociais das econômicas. As
pessoas de negócio constituíam grupos heterogêneos, indo do simples mercador ao
negociante, do fabricante ao proprietário e nesse contexto, nasce o conceito de empreendedor
e de empresa.
Sob a ótica de Schumpeter (1982), empreender para ele implica renovar. Ele aponta
que, no período pós-medieval o empreendedor surge emprestando dinheiro, comprando para
estocar, envolvendo-se em negócios sem garantias quanto aos resultados. Para o autor, a
contribuição dos empreendedores para o desenvolvimento da economia capitalista, envolve a
capacidade de promover a “destruição criativa”. Processo definido como sendo o impulso
fundamental que aciona e mantêm em marcha o motor capitalista, criando constantemente
novos produtos, novos modos de produção, novos mercados, sobrepondo-se aos antigos
métodos menos eficientes e mais caros.
A visão do teórico em relação ao empreendedor é a de alguém especial, um inovador,
que trás algo novo para o processo. Para ele, empreendedores efetuam mudanças, sugerindo
maior pro-atividade, mas não são empreendedores o tempo todo. Tal atividade mistura-se
com outros tipos de atividades não-empreendedoras, por exemplo, gerenciamento. Na visão
do autor, ser o primeiro em um mercado traz mais risco do que ser o segundo ou o terceiro. È
que para ele os empreendedores inovadores bem sucedidos são raros.
Muitos compactuam dessa idéia, porém, Knight (2005:174), entende que estes riscos
são calculados. Mas, admite que há fatores incertos, que não podem ser calculados ou
previstos. Desta forma, o empreendedor vai além e aceita os riscos não “segurados”, mas
esperam que o lucro seja sua recompensa por enfrentar esta incerteza.18
Assim, conforme Souza (2005:06), no enfoque econômico, empreender é inovar, é a
capacidade de implementar novas possibilidades de crescimento econômico e assumir os
riscos inerentes às atividades desenvolvidas.
A segunda linha
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