Empreendedorismo: Uma Perspectiva Schumpteriana
Trabalho Escolar: Empreendedorismo: Uma Perspectiva Schumpteriana. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: LuizFGP • 13/6/2013 • 473 Palavras (2 Páginas) • 452 Visualizações
O termo empreendedorismo tem sua origem na disciplina econômica. Richard Cantillon foi o primeiro a utilizar o termo empreendedor com um significado econômico e a apresentar uma concepção clara da função empreendedora (FILION, 1999; LYNSKEY, 2002). De acordo com Cantillon (2002), os empreendedores eram indivíduos que aproveitavam oportunidades com o intuito de obterem lucro. Para isso, tomavam decisões em uma situação de incerteza e assumiam riscos ao serem responsáveis pela arbitragem, isto é, a compra de mercadorias a preço mais baixo e a subseqüente venda a preço mais alto.
Apesar de Cantillon ter sido o primeiro a definir as funções do empreendedor, o primeiro a estabelecer os fundamentos do campo de estudo do empreendedorismo foi o economista francês Jean-Baptiste Say (FILION, 1999; LYNSKEY, 2002). Diferentemente de Cantillon, Say (1983) não considerava os riscos ou a incerteza como o aspecto central da função do empreendedor, mas sim o papel de coordenação da produção e da distribuição, com o objetivo de alcançar o máximo de lucro e de vendas. Além disso, Say associou o empreendedor a alguém que inova e é agente de mudanças.
O alicerce para o campo do empreendedorismo, entretanto, foi estabelecido a partir dos estudos realizados pelo economista da escola austríaca Joseph Alois Schumpeter (1982). De acordo com esse autor, os empreendedores não constituem uma pessoa física ou uma classe social, como, por exemplo, os proprietários de terra, os capitalistas ou os trabalhadores. Assim como Say, Schumpeter (1982) considera que os empreendedores têm a função de inovar, ou seja, de combinar de forma mais eficiente os fatores de produção. A inovação está associada ao processo de criar um produto comercial a partir de uma invenção.
Na primeira fase dos estudos de Schumpeter (1982), caracterizada por um contexto de capitalismo concorrencial, o autor defendia que as inovações ocorrem primordialmente em empresas novas que geralmente começam a produzir em paralelo às empresas estabelecidas. Portanto, excluem-se do conceito schumpeteriano de empreendedor os dirigentes de empresas, gerentes ou industriais que operam um negócio estabelecido, mas que não realizam novas combinações ou inovações.
A inovação, segundo Schumpeter (1996), é o fenômeno fundamental do desenvolvimento econômico, visto que é o fato gerador da “destruição criativa”, isto é, da substituição de antigos produtos e hábitos de consumir por novos. Schumpeter considerava que o empreendedor tem uma função essencial para o desenvolvimento econômico, pois ao inovar é imitado pelos outros empresários, os quais investem recursos para produzir e imitar a respectiva inovação. Dessa forma, uma onda de investimentos de capital ativa a economia, gerando prosperidade e o aumento do nível de emprego.
Os ganhos empresariais do modelo schumpeteriano, portanto, são caracterizados por ganhos monopolísticos, uma vez que ocorrem essencialmente em novas indústrias ou em indústrias estabelecidas que lançaram novos produtos no mercado ou adotaram novos métodos que não são seguidos imediatamente pelos competidores, proporcionado a estas empresas inovadoras um monopólio temporário (SCHUMPETER, 1996; SCHUMPETER, 1950).
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