Empresas Familiar De Sucesso
Monografias: Empresas Familiar De Sucesso. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Fofis_naiara • 10/10/2013 • 3.404 Palavras (14 Páginas) • 561 Visualizações
HSM Management 64 setembro-outubro 2007
ESTUDO BRASIL
Nossa firma de consultoria, a Prosperare, dedicou-se, em 2006, a traçar amplo
panorama das empresas familiares brasileiras mostrando sua situação atual
e seu desempenho nos últimos cinco anos, a partir de uma amostra de 217
companhias de grande e médio portes, industriais e comerciais, das regiões
Sul e Sudeste, 42% das quais com faturamento anual superior a R$ 100 milhões. Logo
percebemos que empresas de uma mesma geração e com o mesmo tempo de fundação
tinham características muito diferentes. Uma companhia que estava na terceira geração
familiar, por exemplo, crescia rapidamente, enquanto outra evitava queda no faturamento
a duras penas. Uma se encontrava bem preparada para uma transição para a geração
seguinte, enquanto outra se mostrava dividida em conflitos familiares que a impediam
de planejar a troca de bastão adequadamente.
Buscamos entender as diferenças entre elas e, analisando os resultados, descobrimos
que, muito mais que distinções de setor de atividade, trata-se de distintos tipos de empresas,
diferenciados de acordo com o grau de adoção de determinadas práticas de gestão
empresarial, governança e organização da família. Nós as classificamos em cinco tipos:
“estrelas”, “tradicionais organizadas”, “com foco na empresa”, “de profissionalização
incipiente” e “intuitivas”. Essa tipologia será detalhada a seguir, mas vale adiantar que,
num extremo, as estrelas têm maior taxa de crescimento de receita e lucro e, no outro,
as intuitivas crescem menos. A esmagadora maioria das empresas se identificou com a
classificação proposta pela Prosperare.
Agora, ao longo de 2007, estamos na segunda fase de nosso estudo, realizando entrevistas
com os sócios controladores das estrelas para entender sua evolução desde a fundação
e, assim, descobrir o que as tornou tão bem-sucedidas. Todas elas fizeram grandes –e
desconfortáveis– esforços de mudança para adotar as melhores práticas de gestão, governança
e comunicação com a família. E, para empreen-der tais esforços, foram movidas
pela necessidade e pela vontade, ou seja, por sentimentos de dor e amor, dois indicadores
que, embora qualitativos, comprovaram ser inquestionáveis nos depoimentos, do Grupo
Ibope à Karsten, da Zen, fabricante de motores para a indústria automobilística, à João
Fortes Engenharia. A teoria da mudança comportamental se aplica perfeitamente a essas
empresas quando afirma que é preciso haver necessidade e vontade para enfrentar o
desconforto da mudança.
Amor + dor: a fórmula de sucesso da
empresa familiar
Estudo Prosperare revela os cinco tipos de empresa
familiar existentes no Brasil e o que faz uma empresa
evoluir da categoria “intuitiva” para o muito mais
rentável modelo “estrela”, que consegue multiplicar seu
valor de mercado por 8,2 em uma geração
HSM Management 64 setembro-outubro 2007
INDICADORES DO ESTUDO
Neste trabalho, foi analisado, portanto, o preparo das empresas familiares brasileiras
para obter ou manter o sucesso. Para alcançá-lo ou sustentá-lo, a família controladora
precisa preocupar-se com a realização de objetivos tanto financeiros –por exemplo, a
valorização do negócio– quanto não-financeiros –como a manutenção de um relacionamento
saudável entre os vários membros da família. Deixados ao acaso, ou seja, sem ações
formais, a realização desses objetivos pode não ocorrer. Confirmamos que a adoção de
determinadas práticas aumenta as possibilidades de alcançar tais objetivos e fazer com
que o negócio familiar seja bem-sucedido.
Assim, este estudo buscou avaliar o grau de adoção de diversas práticas associadas ao
sucesso da empresa familiar. De maneira geral, as práticas analisadas pela pesquisa foram
agrupadas em três conceitos principais:
1. gestão da empresa;
2. conselho e governança;
3. planejamento, organização e comunicação da família.
Gestão da empresa
Observamos que, em 95% das empresas analisadas, o presidente é membro da família controladora;
a contratação de um executivo externo não-familiar ainda é exceção. Mas isso não
foi considerado um determinante de gestão eficaz. Estudaram-se os seguintes aspectos:
Ter um planejamento estratégico formalizado. Pensar estrategicamente sinaliza, tanto
para a empresa como para a família, o desejo de manter uma organização sólida e bem
posicionada no mercado, o comprometimento dos acionistas e proprietários com a saúde
financeira da companhia e a expectativa de que todos trabalhem focados para atingir
determinados
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