HISTÓRIA EVOLUTIVA DO PENSAMENTO CONTÁBIL

As origens do conhecimento contábil remontam ao período da Pedra lascada, há mais de 30.000 anos, quando o homem vivia em pequenos grupos, e ainda não produzia os meios à sua sobrevivência. Era caracterizado como simples coletor de alimentos.

Marques (2004, p.1) salienta que “A contabilidade é uma das áreas mais antigas existentes em nosso globo terrestre, pois desde o início da existência do homem no planeta, sua vida gira em torno desta ciência”.

Sobre este período, Iudícibus (2000, p. 32) diz que:

quando não existia moeda, escrita e números, o homem na Antigüidade, observando a natureza foi aprendendo a tomar as providências no tempo certo para abrigar seu rebanho de ovelhas e preparava toda a provisão para o sustento do mesmo, olhando para o longo período de frio que se aproximava. Os animais eram mantidos em abrigos durante todo o inverno, e, após que a neve derretia os animais eram novamente soltos.

Entre um inverno e outro, é que o homem criou um artifício de medir o tamanho de seu rebanho. Se cresceu em relação ao inverno anterior, ou se diminuiu e quanto. Este processo de inventário era feito através de um monte de pedrinhas, uma para cada cabeça de ovelha.

A avaliação da riqueza através de um monte de pedrinhas acredita-se que existe a aproximadamente 4.000 anos antes de cristo.

Portanto, a história da Contabilidade está intimamente ligada à história da civilização, desde que o homem, pisando a face da terra, principiou a preocupar-se com suas posses: animais, escravos. O homem enriquecia, e isso demandava o estabelecimento de técnicas para controlar e preservar seus bens

Toda a história discrimina a vivência da ciência da contabilidade, o homem, por suas necessidades básicas, já desenvolveu o controle contábil do alimento. Há registros nas cavernas através de desenhos, e registros posteriores controláveis de coisas que cada civilização queria identificar para o seu dia-a-dia. Aí se iniciou história da contabilidade, bem como o registro sobre os fatos.

Palhares e Rodrigues (1990, p. 14) salientam que:

Os impostos já se faziam com escritas de forma rudimentar em tabletes de barro cozido e placas de madeira ou pedra para registrar os pagamentos de serviços. Empregavam-se também ramos de árvores assinaladas com talhos, como prova de dívida ou de quitação.

A contabilidade desenvolveu-se em meio a períodos distintos, que serão descritos a seguir.

2.1 PERIODIZAÇÃO DA CONTABILIDADE

Para a criação dos motivos do painel (figura 1), o autor Sinval Fonseca precisou elaborar, de antemão, uma pesquisa sobre o tema, tendo lido várias obras, visitado o museu de contabilidade do CFC em Brasília e contado com preciosas informações obtidas com o Professor Antônio Lopes de Sá, escritor e pesquisador mineiro, mundialmente conhecido, e de obras de Federigo Melis. De acordo com o autor Sinval Fonseca (2003) “Cada quadro do Painel simboliza uma fase da história”.

a) 1º painel: período antigo;

b) 2º painel: período medieval e período moderno;

c) 3º painel: período científico.

Figura 1- painel: contabilidade: passado, presente e futuro.

Fonte: Sinval Fonseca, disponível na Internet: http:\\\www.crcmg.org.br/painel capturado em 15 de outubro de 2003.

Federigo Melis Lopes de Sá

• Mundo Antigo, também conhecido como Período Antigo; • Período Intuitivo Primitivo;

• Período Racional Mnemônico;

• Sistematização, também conhecido como Período Medieval; • Período Lógico Racional;

• O da Literatura também conhecido como Período Moderno; • Período da Literatura;

• Período Pré-Científico;

• A Era Científica, também conhecida como Período Científico. • Período Científico;

• Período Filosófico-Normativo.

Quadro 01- Evolução da contabilidade

Fonte : Elaborado pelo autor, 2004.

Progressos foram observados e relatados por historiadores e pensadores. Observa-se que os autores citados tiveram o cuidado de apresentar à humanidade, a evolução do conhecimento contábil, onde Melis, no ano de 1950, abrangeu em quatro períodos; Lopes de Sá, porém, classificou em sete etapas, sendo que escreveu na década de 1990, já com experiência vivida na era cientifica e filosófica.

A contabilidade, ao longo dos tempos, segundo Federigo Melis:

2.1.1 Período antigo

A Contabilidade no Mundo Antigo, denominada também de Empirismo Contábil, iniciou com a civilização do homem e foi até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o livro Liber Abaci, de autoria de Leonardo Pisano. A característica inicial dos registros era apenas de controle quantitativo, representado por rebanhos e outros bens, gravados em rochas, em troncos, em ossos, de forma pictórica.

Segundo Sá, (1997, p.20 ), “ [...] O homem primitivo buscava, assim, memorizar aquilo que dispunha”.

O mesmo autor (1997, p.20), admite que “o homem já registrava os fatos de riqueza em “Conta ”.

Florentino (apud SERRA NEGRA, 1999, p.42) aborda que:

constituindo-se a Contabilidade em um sistema de registro das alterações sofridas por determinado patrimônio em determinado tempo, admite-se, teoricamente, que qualquer tipo de registro que possa apresentar um resultado seguro na apreciação do valor patrimonial, pode ser aceito e pode substituir.

De acordo com Drummond (1995, p.01), “os súmeros-babilônios, assim como os assírios faziam seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam, aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas”.

Houve avanço no registro contábil, através da combinação do figurativo com o numérico, ou seja, gravava-se a cara do animal de cuja existência se queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes. Embora rudimentar esses registros assemelham-se ao que, hoje, se