Netshoes
Exames: Netshoes. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Rosemnunes • 9/10/2013 • 1.319 Palavras (6 Páginas) • 758 Visualizações
A Netshoes ruma em direção à Nasdaq..
Marcio Kumruian criou, em uma década, uma das maiores varejistas online do país, a
Netshoes. A empresa, que fatura 1,2 bilhão de reais, prepara-se para abrir o capital nos
Estados Unidos. É o começo da fase mais desafiadora de sua história
Luiza Dalmazo, de
Fonte: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1039/noticias/um-sapateiro-rumo-
a-nasdaq?page=9
Germano Lüders/EXAME.com
Centro de distribuição da Netshoes, em Barueri: com menos itens para estocar e distribuir,
a empresa evitou a crise logística das grandes concorrentes.
Naquele dia, a Netshoes atingiria um marco em sua curta história: pela primeira
vez, seu faturamento anual superaria 1 bilhão de reais. No meio da tarde, os
quatro diretores do andar pararam o que estavam fazendo para acompanhar,
em silêncio, a evolução das vendas da Netshoes no dia.
Às 16 horas, a marca do bilhão foi alcançada e, timidamente, eles saíram de
suas salas para se cumprimentar. É mesmo um feito para comemorar. Apenas
0,02% das empresas brasileiras estão no clube do bilhão. Mas o que realmente
impressiona, no caso da Netshoes, não é a marca em si, e sim como a
companhia chegou lá.
Fundada em 2000 como uma sapataria de rua no centro de São Paulo, a
Netshoes se transformou, na última década, numa das empresas que mais
crescem no país. Na média, dobrou de tamanho a cada 12 meses. Nos últimos
cinco anos, seu faturamento cresceu 40 vezes. E a meta é dobrar de tamanho
de novo em 2013.
As maiores lojas de comércio eletrônico do Brasil vendem de tudo um pouco.
Número 1 do país, a B2W, que reúne as marcas Americanas.com, Submarino
e Shoptime e fatura 5,4 bilhões de reais por ano, oferece em seus sites livros,
vinhos, macarrão, passagens aéreas e geladeiras.
A Nova Pontocom, formada pela união das operações online de Extra, Ponto
Frio e Casas Bahia, tem em seu catálogo aproximadamente 500 000 itens em
30 categorias. Na Netshoes é diferente.
Dois aspectos fazem da empresa fundada por Marcio Kumruian um caso único
entre os grandes do comércio eletrônico brasileiro. O primeiro é o fato de
vender apenas artigos esportivos, nada mais. Além disso, é a única de todas
elas a não ter lojas “físicas”, para usar o jargão consagrado. A Netshoes tem
seu site, e só. A receita peculiar e o crescimento estrondoso têm atraído a
cobiça de grandes investidores.
Em 2010, o fundo americano Tiger Global Management, especializado em
empresas de tecnologia, comprou 30% das ações por quantia não revelada.
Dois anos depois, o Temasek, fundo do governo de Singapura, pagou 135
milhões de reais para ter cerca de 10% das ações.
No fim do ano passado, o Iconiq Capital, um fundo menos conhecido mas que
tem entre seus sócios o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, entrou para
a lista de acionistas da Netshoes.
Tudo isso é um ensaio para o mais ambicioso plano de Kumruian e seus
sócios: a abertura de capital na Nasdaq, a bolsa de tecnologia americana. Em
fevereiro deste ano, a Netshoes contratou os bancos de investimento Morgan
Stanley, Merrill Lynch, Itaú-BBA e Bradesco para coordenar a emissão de
ações, ainda sem data para acontecer.
Caso o plano dê certo, a Netshoes será a primeira empresa brasileira a listar
suas ações na Nasdaq, onde estão as maiores companhias de tecnologia do
mundo, entre elas Google, Apple e Amazon.
De acordo com os cálculos iniciais, os acionistas esperam que a empresa valha
cerca de 2 bilhões de reais no dia de seu IPO. Kumruian e seu primo Hagop
Chabab (o diretor comercial da empresa), que investiram cada um 25 000 reais
para fundar a Netshoes e hoje são donos de metade das ações, teriam, cada
um, um patrimônio de aproximadamente 500 milhões de reais.
A comunidade armênia dominou, por décadas, o comércio de calçados no
centro de São Paulo. Por isso foi natural para Marcio Kumruian, filho de
armênios, a decisão de vender sapatos após concluir o curso de economia na
faculdade Mackenzie.
Seu primeiro emprego havia sido o de “faz tudo” na tradicional loja de calçados
Clóvis, controlada por armênios, e um de seus tios também ganhava a vida no
comércio calçadista (Kumruian costuma dizer que armênios não têm
antepassados, mas “antessapatos”).
Foi em 2000 que abriu, em sociedade com o primo, sua própria loja, na rua
Maria Antônia, ao lado
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