O TREINAMENTO E O MODELO BUROCRÁTICO DE ORGANIZAÇÃO
Artigo: O TREINAMENTO E O MODELO BUROCRÁTICO DE ORGANIZAÇÃO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: walterdalves • 1/5/2013 • 2.178 Palavras (9 Páginas) • 795 Visualizações
Faculdade Arquidiocesana de Curvelo
Departamento de Administração
Curso de Pós-Graduação
O Treinamento e o Modelo Burocrático de Organização
Afonso Ferrão Júnior
Ana Helena Soares Fernandes
José de Anchieta Machado
Renata dos Reis Diniz
Tatiana Ribeiro de Paula Penna
Curvelo - MG
2012
O Treinamento e o Modelo Burocrático de Organização
1 Introdução
O treinamento é considerado fator preponderante para o êxito de uma organização. Dele é possível estabelecer um ambiente favorável ao progresso funcional, à otimização dos meios de produção e à atualização de processos e rotinas, evitando-se improvisações e desperdícios.
Com a evolução da sociedade ao longo dos tempos, as organizações tornaram-se mais complexas, atuando em um cenário dinâmico e diversificado, o que determinou o surgimento de teorias administrativas que permitiram às organizações sobreviverem neste ambiente.
A Teoria Burocrática das Organizações trouxe à luz conceitos que se amoldaram às necessidades da administração, inserindo na performance organizacional aspectos relevantes. Neste contexto, o treinamento permeia algumas das características da mencionada teoria, dando suporte para que tais conceitos possam ser desenvolvidos dentro dos parâmetros apresentados.
Este trabalho tem por finalidade perambular pelas características da Teoria Burocrática, identificando suas conexões com o treinamento, permitindo uma reflexão sobre esta relação.
É apresentado em cinco etapas: preliminarmente pretende-se descrever as informações básicas sobre a Teoria da Burocracia, com suas características e críticas, num segundo momento serão descritos os aspectos capitais do treinamento. Com tais conhecimentos, será possível traçar aquilo que é congruente e o que é conflitante nesta relação. Por fim, será apresentada uma conclusão dos apontamentos descritos.
2 A Teoria da Burocracia
Na atualidade, quando o termo “burocracia” é empregado, instintivamente surge o entendimento de lentidão e inoperância, forma-se na mente a ideia de uma máquina obsoleta, grande e que não permite um fluxo leve e ágil. Para que seja possível estabelecer um perfeito entendimento sobre a burocracia, é imperioso buscar suas origens e perceber as transformações de seus conceitos e variáveis, inclusive da sua formação etimológica.
Com origem no latim vulgar bura, variante do latim burra, no século IV havia o entendimento de “pano grosseiro de lã” (burel), que na França do século XII acabara servindo como uma “cobertura de mesa” (bureaiux). No século XV o entendimento passa para a própria “mesa de escrever” e, posterior (século XVI) para “o cômodo ou lugar em que se encontra tal mesa”. Após outras transformações que designavam “locais de trabalho de quem desenvolve atividade profissional em mês” ou “pessoas com tal função” (garçons), no século XVIII, Jean-Claude Marie Vicent (1712 – 1759), economista francês, surge com o termo híbrido bureaucratie (bureau e kratia - autoridade, do grego krátos - “força”). No século XIX acontece a consolidação do termo burocracia (em português).
A burocracia não é um fenômeno da atualidade, mas somente no último século que ganhou força. No passado, os Estados, em sua maioria, apresentavam-se pequenos e uma frágil organização centralizada. Com a expansão do sistema de produção, das nações, de suas organizações formais e da complexidade de suas relações, a burocracia apresentou um enorme desenvolvimento, tornando-se, na atualidade, uma forma institucional dominante.
Neste contexto, na década de 1940, baseado nas obras do economista e sociólogo Marx Weber (1864 – 1920), surge um modelo de organização administrativa que foi denominado como Teoria da Burocracia da Administração. Baseado em princípios protestantes, a burocracia foi definida
como um poder necessário para a eficaz funcionalidade de uma estrutura organizacional, qualquer que seja seu domínio (público ou privado).
Para Weber, a burocracia mostra nos mínimos detalhes como as coisas devem ser feitas na organização. A organização burocrática é um tipo ideal, fruto do Estado Moderno, constituída de uma elite dirigente, dotada de poder para legislar e tributar, emanado dos meios de produção e garantindo a apropriação do excedente.
Weber não estabeleceu um modelo de organização, buscou identificar pontos comuns entre elas, estabelecendo algo impessoal, com regras definidas, com ênfase no processo de autoridade-subordinação, colocando as pessoas em segundo plano, vez que para ele a burocracia não é um sistema social, mas um tipo de poder.
As características da Burocracia são:
a) Caráter legal das normas e regulamentos: as normas e regulamentos são coerentes com os objetivos da organização e transferem às pessoas investidas da autoridade um poder sobre os subordinados e capacidade de impor disciplina. O indivíduo pode ser treinado para se ajustar às exigências da organização.
b) Caráter formal das comunicações: as comunicações são escritas para que possam gerar comprovação.
c) Caráter racional e divisão do trabalho: cada integrante sabe qual é sua tarefa, seus limites e seu poder na organização. A divisão atende aos objetivos da organização (a eficiência), por isso é racional.
d) Impessoalidade nas relações: a distribuição das atividades é coerente com os cargos e funções, feita impessoalmente. O poder de cada um deriva de seu cargo e função. Se um indivíduo é afastado da
empresa, imediatamente é substituído, sem quebra de solução de continuidade.
e) Hierarquia da autoridade: os cargos são estabelecidos de acordo com o princípio da hierarquia. A estrutura hierárquica estabelece privilégios e obrigações. A ação arbitrária é evitada pelo estabelecimento de regras conhecidas.
f) Rotinas e procedimentos padronizados: regras e normas ajustam o funcionamento às exigências do cargo (desempenho segundo padrões estabelecidos). Esta racionalização é identificada no condicionamento e no treinamento racional do desempenho no trabalho.
g) Competência técnica
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