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Por:   •  9/6/2013  •  4.519 Palavras (19 Páginas)  •  586 Visualizações

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Definição

A hipertensão foi definida como a pressão sanguínea de valor igual ou superior a 140/90 mmHg para um adulto jovem.5 Esta definição surgiu após 12 anos de experiência em 350 000 indivíduos de idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos corroborados posteriormente pelo estudo JNC7.3 Levantou-se uma polémica acerca deste valor em virtude de a maioria dos médicos, cardiologistas ou não, considerar normal o valor de 140 mmHg. Após um longo consenso, a OMS (Organização Mundial de Saúde) juntamente com a Sociedade International de Hipertensão (ISH), tendo em conta a relação benefício/riscos do tratamento, fixou os limites em 140/90 mmHg sendo considerados normotensos nota 2 todos os indivíduos adultos com uma pressão arterial de 140/90 mmHg.1

No adulto com mais de 74 anos, (faixa etária não englobada no estudo JNC7)3 pode-se aceitar um limite de 150/90 mmHg, tendo em conta a rigidez fisiológica da parede arterial.6 A pseudohipertensão entre os idosos é também um factor a considerar. Esta situação deve-se à calcificação das artérias, o que resulta em níveis de leitura anormalmente elevados no esfigmomanómetro enquanto que as medições intra-arteriais são normais. O processo de endurecimento das paredes arteriais com o envelhecimento é progressivo e o aumento de pressão arterial sistólica com a idade também será progressivo sem que isto signifique hipertensão arterial.7

Classificação

Sob o ponto de vista de gravidade

A classificação varia consoante estamos perante:

Adultos

Classificação (JNC7)3 Pressão sistólica Pressão diastólica

mmHg kPa mmHg kPa

Normal 90–119 12–15,9 60–79 8,0–10,5

Pré-hipertensão 120–139 16,0–18,5 80–89 10,7–11,9

Hipertensão de grau I 140–159 18,7–21,2 90–99 12,0–13,2

Hipertensão de grau II ≥160 ≥21,3 ≥100 ≥13,3

Hipertensão sistólica isolada ≥140 ≥18,7 <90 <12,0

Existem várias classificações da hipertensão arterial, introduzindo cada uma delas, pequenas diferenças nos critérios de inclusão de um determinado valor no grupo hipertensivo.

Assim, segundo a classificação JNC7, em indivíduos de idade igual ou superior a 18 anos, a hipertensão define-se pela medição regular de valores de pressão sistólica e/ou diastólica mais altos do que os valores de referência (actualmente 139 mmHg para a sistólica e 89 mmHg para a diastólica: ver tabela). No caso de monitorização constante, como a que possa ser feita em casa ou em ambulatório durante o prazo mínimo de 24 horas, são usados valores de referência mais baixos (135 mmHg para a sistólica ou 85 mmHg para a diastólica).8 Ainda segundo o relatório JNC7, foram criadas categorias inferiores à hipertensão propriamente dita, chamadas de pré-hipertensão, de forma a melhorar a percepção da existência de um risco contínuo ao longo de qualquer valor acima do valor de 120 mmHg. A classificação JNC7, de 2003, uma revisão de JNC6 assim como de inúmeras publicações,3 recorre ao termo pré-hipertensão para valores de pressão sanguínea entre 120 e 139 mmHg para a sistólica e entre 80 e 89 para a diastólica. Se bem que os limites da pressão diastólica sejam incontestáveis, já os da pressão sistólica têm sido contestados e o interesse deste conceito de pré-hipertensão não tem sido provado, salvo em grupos com múltiplos factores de risco.9

Estes trabalhos, com critérios muitos rígidos e englobando muitos indivíduos que na realidade se verificou serem normotensos, estiveram na base da tomada de posição da OMS1 para o estabelecimento dos valores acima dos quais se considera hipertensão num consenso de avaliação da relação benefício/risco. Por sua vez, as orientações da ESH-ESC de 200710 e da BHS IV de 2004,11 subdividem os valores de pressão inferiores a 140/90 nas categorias óptimo, normal e normal alta.

Sociedade Europeia de Hipertensão

Sociedade Europeia de Cardiologia12 Sociedade Brasileira de Cardiologia

Sociedade Brasileira de Hipertensão

Sociedade Brasileira de Nefrologia13 Pressão sistólica

(mmHg) Pressão diastólica

(mmHg)

Óptima Ótima <120 <80

Normal Normal 120–129 80-84

Normal alta Limítrofe 130–139 85-89

Hipertensão de grau I Hipertensão estágio I 140-159 90-99

Hipertensão de grau II Hipertensão estágio II 160-179 100-109

Hipertensão de grau III Hipertensão estágio III ≥ 180 ≥ 110

Hipertensão sistólica isolada Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90

A própria hipertensão pode também ser dividida em várias classificações: a JNC7 distingue a hipertensão de estágio I, II e a hipertensão sistólica isolada. Esta refere-se à pressão sistólica elevada, mas com pressão diastólica normal, sendo comum entre os idosos.3 As orientações ESH-ESC de 200710 e a BHS IV de 200411 referem ainda um terceiro estágio (hipertensão de estágio III) para indivíduos com pressão sistólica acima dos 179 mmHg ou pressão diastólica acima dos 109 mmHg.10

Para concluir, o próprio relatório JNC7 reconhece que a opinião do médico responsável pelo paciente é que é preponderante na determinação do valor normal de pressão arterial para esse doente. Existe unanimidade no que respeita os valores da pressão diastólica que deverão ser inferiores ou iguais a 90 mmHg em qualquer grupo etário (no idoso, por exemplo, se uma pressão sistólica de 149 mmHg pode ser considerada normal, já a diastólica terá que corresponder a um valor igual ou inferior a 90 mmHg).14

Crianças e adolescentes

A ocorrência de hipertensão em crianças e adolescentes ocorre entre 2 e 9% dos indivíduos, dependendo da idade, sexo e etnia, e obesidade.15 Está também associada ao risco de vir a padecer de complicações clínicas a longo prazo.16 Hoje em dia, recomenda-se

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